13 de mar. de 2013

PNL pode ajudar a dirigir bem?


Uma pessoa que trabalha em um Centro de Formação de Condutores (C.F.C.) me perguntou certa vez se a PNL pode ser útil para as pessoas que tem dificuldade em dirigir bem. E também para àquelas que se sentem ansiosas e tem um baixo desempenho tanto no exame de direção quanto no aprendizado da legislação de trânsito.

Respondi conforme abaixo. Achei que a resposta ficou boa e assim transplantei-a para este artigo, pois pode servir para alguém mais.

Em um dos livros do casal Andreas tem uma técnica muito boa para estabelecer um bom estado na hora de dirigir. Aliás, a técnica é boa também para superar vários tipos de fobias, inclusive de avião.

Consiste em compreender que a pessoa está conectada ao carro.

Sabemos que os bons motoristas viram um certo tipo de “centauros mecânicos”. Isto é, eles não dizem “cuidado para não bater na traseira do carro”, dizem “cuidado para não bater na minha traseira”. Também não dizem “o carro está muito perto do muro”, dizem “estou muito perto do muro” e assim por diante.

Isto não é apenas uma metonímia – a parte pelo todo. É uma espécie de identificação cinestésia, um englobamento sensorial do carro e seu espaço físico no que é chamado “espaço pessoal”. Pessoas assim aprendem a fazer baliza bem, a estacionar de primeira, a perceber a hora certa e a velocidade certa para fazer as mudanças no trânsito, e assim por diante.

É similar ao que acontece com aquelas pessoas que aprendem uma lingua estrangeira e começam a pensar naquela língua. Elas não “traduzem mentalmente” os comandos do carro para comandos motores nos braços e pernas; elas os fazem diretamente.

Obter este estado começa no nível de Identidade. Precisamos fazer uma pessoa acreditar que pode ser “una com o carro” e sentir prazer nisso. Ela deve acreditar que isso é possível e, depois, que isso é possível para ela. Depois, torna-se mais fácil que ela “mielinize” as conexões sinápticas necessárias para juntar a parte do cérebro que decide, no córtex cerebral, com os neurônios responsáveis pelo controle motor dos braços e pernas que se especializaram nos movimentos de comando do carro.

Como fazer isso? Uma das melhores formas é com visualização. Ela deve se imaginar ligada ao carro. Como se o carro fosse uma extensão dela, uma segunda pele. Deve falar desta maneira, divertir-se com isso, criar um estado positivo de satisfação com o carro. Se já tem algumas experiências negativas com carro, deve começar de forma regressiva: dê a ela um carrinho de brinquedo e faça-a brincar em estradas de brinquedo. Que ela faça barulhinhos de “vrum… vruuuummmm…” e brinque à vontade, enquanto fale com ela que está resgatando o prazer de dirigir.

Depois, leve-a a brincar com um videogame de corrida. Não um “Grand Thief Auto” e nem um “Carmagedon” e sim um joguinho simples de corrida, divertido e leve. Converse com ela, enquanto joga, que está percebendo como é fácil sentir e pensar em tudo ao mesmo tempo.
Se o C.F.C tem aqueles aparelhos que é um conjunto de volante, painel e pedal, faça-a sentar lá, ensaiar os movimentos, enquanto imagine as operações, o movimento no corpo etc. Também aconselhe-a a brincar naqueles carrinhos de parque de diversões, de bate-bate, para perder o excessivo medo de encostar o carro nos outros.

Depois disso, ela está pronta para “assumir” o carro. Explique que é uma fusão, e por isso que é tão divertido dirigir para as pessoas que conseguem fazer isso. O vento no rosto, a sensação de movimento, tudo estimula o cérebro. Diga a ela que a mente pode se expandir até tomar conta de todo o carro. Que ela pode se concentrar totalmente em onde ir, que o inconsciente tomará conta da parte mecânica para ela.

Quando ela gostar da sensação, ficará mais fácil persuadí-la da importância da legislação. Não acenando com os perigos e as punições, mas para que sinta orgulho de saber dirigir bem. Só ensine pelo estímulo positivo, não pelo temor.

Além disso tudo há pessoas que tem fobia a exames. Foram ensinadas desde pequenas que não se saem bem nisso. Pode-se trabalhar com PNL para isso, mas para simplificar, sugiro ressignificar as palavras. Não use a palavra “exame”, “teste”, “prova”. Estas estão ancoradas negativamente na mente de muitas dessas pessoas. Diga que não são exames, e sim “jogos de saber”.  Diga  que são divertidos e simples, repita isso várias vezes com coerência e rapport. Não imagina o poder sugestivo que tem uma poderosa coerência em uma pessoa que está nesta posição. Elas até podem, com uma partezinha do cérebro, continuarem sabendo que aquilo é um exame; mas uma boa parte da mente ecoará que é apenas um “jogo de saber”, algo legal e diferente.
 

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Leia mais: http://www.forma-transito.com/artigos/ - Acesso em 13/03/2013

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