27 de jul. de 2012

Dinamarca investe em “rodovias” para bicicletas

Enquanto no Brasil a gente ainda discute se as ciclovais são viáveis ou não e se as ciclofaixas contribuem para o aumento do uso da bicicleta como meio de transporte, a Dinamarca já planeja até ‘rodovias’ para bicicletas.
As chamadas Cykelsupersti são longas ciclovias que ligam as áreas mais afastadas de Copenhague ao centro da capital dinamarquesa. Segundo reportagem do New York Times, as ‘rodovias para bicicletas’ são longos caminhos pavimentados (com mais de 20 km de extensão) sem interrupções ou cruzamentos. Essas ‘rodovias’ se interligam com ciclofaixas e ciclorrotas no centro da cidade.
A primeira ‘rodovia para bicicletas’ na região de Copenhague foi inaugurada em abril, e ao menos 26 devem ser construídas nos próximos meses. A ideia é fazer com que as pessoas que moram a até 25 quilômetros do centro de Copenhague deixem o carro em casa e usem a bicicleta – em conjunto com o sistema de trens e metrô – para chegar ao centro da capital.
O foco do projeto é atingir a pessoa que mora mais afastada do centro, que geralmente usa o carro ou o transporte público para ir até a cidade. As ‘rodovias para bicicletas’ são bem parecidas com as estradas para veículos – bem asfaltadas, bem sinalizadas, bem iluminadas e sem interrupções. No total, as ‘rodovias’ cruzam 20 cidades localizadas na região de Copenhague.
“Um ciclista comum pedala cerca de 3 a 5 quilômetros para o trabalho. Nós apenas pensamos em como fazer com que as pessoas fizessem percursos mais longos”, afirmou Brian Hansen, do departamento de tráfego de Copenhague, ao The New York Times.
E sabe quanto custou esse projeto todo? Segundo o site da Cykelsupersti, os 300 quilômetros espalhados em 26 ‘rodovias’ custam apenas US$ 2,12 milhões de dólares! Barato e eficaz, não?
Veja no vídeo abaixo uma propaganda da ‘rodovia para bicicletas’ da Dinamarca:


Fonte: http://www.euvoudebike.com/2012/07/dinamarca-investe-em-rodovias-para-bicicletas/ - Acesso em 27/07/2012

Entrevista com Irene Rios, Educadora de Trânsito

PUBLICADA QUINTA, 26 DE JULHO DE 2012, 14:27 POR JOÃO EDUARDO MELO

por Renata toscano ) 
Irene Rios é graduada em Letras – Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa pela UFSC, Especialista em Ambiente , Gestão e Segurança de Trânsito pela Universidade  Estácio de Sá, Especialista em Metodologia de Ensino pela UNISUL, Professora Universitária das disciplinas de Educação de Trânsito pelo CESUMAR – EAD. Desenvolveu campanhas Educativas de Trânsito e Educação no Trânsito pela UNIVALI, Educação de Trânsito para Crianças e Adolescentes pelo CEAT, autora de artigos e livros na área de Educação para o Trânsito.

1.    Por que você escolheu trabalhar com o trânsito? Como se deu tal escolha?
O que me motivou a dedicar-me a educação para o trânsito foi a morte de um irmão, em 2004, causada pela violência viária. Na época estava com 34 anos e era policial militar. Retornava do dentista com sua moto, em uma pista em obras, quando se envolveu em uma violência viária com um ônibus., até hoje não sabemos quem foi o culpado. Resolvi que sua morte não deveria ser em vão e escrevi o livro “Transitando com Segurança”, contendo 15 paródias educativas e 4 histórias infantis. Procurei manter a memória de meu irmão viva nesta obra, inserindo-o como personagem das histórias. Após o lançamento do livro, surgiu a necessidade de outras publicações e de outras ações como: palestras, cursos, consultoria, em várias regiões brasileiras. Hoje, educar para o trânsito é minha profissão.
2.    Na sua opinião, como (qual meio) devemos tentar solucionar os grandes problemas enfrentados no trânsito em nosso país?
Acredito que a solução está na educação. Precisamos de rodovias conservadas e bem sinalizadas, mas também de indivíduos que respeitem a sinalização. É necessário mais atuação da fiscalização. É necessário a prática de uma fiscalização com educação.
3.    Por que educar para o trânsito?
Por trás das imprudências, causas visíveis, há causas invisíveis como: o desconhecimento das regras de trânsito, das práticas de direção defensiva, da utilidade dos equipamentos de segurança, a falta ou inversão de valores. São carências humanas que podem ser tratadas e o remédio capaz de proporcionar a cura definitiva é a EDUCAÇÃO. Por meio da educação podemos provocar a aprendizagem e a aquisição dos conhecimentos, podemos derrubar valores negativos e inserir os positivos, gerando a prática de atitudes corretas.
4.    Como você avalia as ações voltadas à educação para o trânsito no Brasil?
No Brasil, temos muito a fazer na área de educação para o trânsito, mas estamos caminhando. São necessárias, no entanto, mais ações e campanhas que atendam a todos os públicos, com continuidade e com qualidade.
5.    Quais são as dificuldades enfrentadas como educadora de trânsito?
Sinto que há muita falta de interesse. A educação para o trânsito precisa ser cobrada pelo poder público, nas esferas federais, estaduais e municipais, para que ela aconteça realmente. 
6.    Geralmente a população / sociedade não dá muito valor às campanhas e ações educativas voltadas ao trânsito, até que um dia são vítimas não fatais ou chegam a perder parentes ou amigos no trânsito e passam a se envolver e apoiar a causa. Como você avalia tal comportamento?
É lamentável que, para muitas pessoas, precise ser assim, que a sensibilidade e a motivação aprendizagem e a mudança de atitude ocorra a partir dos seus erros. O ideal é que haja aprendizagem motivadas pela responsabilidade, a partir da observação do que vem acontecendo com os outros.

Fonte:
http://www.transitoweb.com.br/news_stories/356-entrevista-com-irene-rios-educadora-de-tr-nsito - Acesso em 27/07/2012

Profissionais da Secretaria de Segurança, Defesa Social e Trânsito compartilham experiências em Congresso Internacional

Os Guardas Municipais de São José, Adriano Colin, Ângela Welter, Morgana Pires e a professora Irene Rios - membros do setor de Educação para o Trânsito da Secretaria de Segurança, Defesa Social e Trânsito do Município de São José - participaram do Congresso Internacional de Trânsito, que aconteceu entre os dias 17 e 19 de julho, no município de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
O Congresso com o tema “Ideias que salvam vidas”, realizado pelo DETRAN/RS, teve como principal objetivo a análise do primeiro ano da década de segurança no trânsito no Brasil e a disseminação de experiências internacionais na redução de acidentes. O Brasil tem como meta a redução de 50% da taxa de mortes no trânsito até 2020, sendo que atualmente morrem mais de 40 mil pessoas vítimas do trânsito por ano no país, conforme o Ministério da Saúde pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade.
“A participação no Congresso do setor de Educação para o Trânsito de São José foi de extrema importância, pois com ações para a redução da acidentalidade apresentadas pelos palestrantes, além dos resultados alcançados, foi possível vivenciar ideias inovadoras rumo a um trânsito mais seguro, podendo assim trazer essas ideias para o nosso município”, observou a Secretária de Segurança, Defesa Social e Trânsito, Ane Warmling.
O Congresso contou com palestrantes de vários municípios do Brasil e com palestrantes internacionais, como: o Presidente da Agência Nacional de Segurança Viária da Argentina, Felipe Rodrigues Languens; a Diretora Geral de Trânsito da Espanha, María Seguí Gómes; o Conselheiro Técnico da Europa Internacional para a Segurança Viária, Joel Valmain e a integrante do setor de Negócios Internacionais do Civipol, conselho pertencente ao Ministério do Interior da França,  Emilli Vasques, e a CEO da Transport Accident Commission da Austrália, Janet Dore.
SECRETARIA EXECUTIVA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

22 de jul. de 2012

Palestras sobre Educação e Segurança no Trânsito


.

1. CAMPANHAS EDUCATIVAS PARA O TRÂNSITO: a percepção sensível de jovens e adultos.

Objetivo: 

- Refletir sobre a sensibilidade nas campanhas educativas para o tilintido e sobre os métodos de difusão e aplicação das campanhas de educação para o trânsito.

- Orientar sobre o planejamento, desenvolvimento, aplicação e avaliação de campanhas educativas para o trânsito.
Carga horária: 2 horas  

Público alvo:  público em geral..

2. Música e Trânsito: curiosidades, reflexões e educação.

Objetivos: Refletir sobre a influência da música na cultura e no comportamento humano no trânsito, propondo seu uso nas atividades de educação para a segurança viária.

3. Álcool e a Segurança no Trânsito

Objetivo: Sensibilizar os participantes sobre os efeitos do álcool no organismo, as consequências de sua mistura com a direção e a responsabilidade de cada um sobre a segurança no trânsito.

Carga horária: 2 horas  

Público alvo:  público em geral..  

4. Devagar!

Objetivo: Refletir sobre a pressa, a velocidade e a falta de sensibilidade no dia-a-dia das pessoas e suas consequências no trânsito.

Carga horária: 2 horas  

Público alvo: Professores, pais, agentes e gestores de trânsito, motoristas e demais interessados.  

5. "Juntos podemos salvar milhões de vidas!" 

Objetivo: Esclarecer aos participantes as conseqüências e as causas da violência no trânsito, alertando-os sobre a responsabilidade de cada um na prevenção dessa violência.  

Carga horária: 2 horas  

Público alvo: Professores, pais, agentes e gestores de trânsito, motoristas e demais interessados.  

6. Trânsito! Fala sério...

Objetivo: Motivar jovens e adolescentes a refletir sobre as condutas corretas para a promoção de um trânsito seguro, possibilitando a aprendizagem sobre o tema.

Carga horária: 2 horas  

Público alvo: Jovens, adolescentes e demais interessados.

7. Educação para o Trânsito baseada em valores

Objetivo: Conscientizar os participantes sobre a importância da prática de valores positivos para a segurança no trânsito.  

Carga horária: 2 horas

Público alvo: Professores, pais, agentes e gestores de trânsito, motoristas e demais interessados.  

8. Educação para o Trânsito nas Escolas

Objetivo: Proporcionar ferramentas aos educadores a fim de sensibilizá-los sobre a necessidade e a possibilidade de adoção de medidas preventivas, junto aos alunos, de maneira sistemática e transversal, principalmente no tocante à mudança de atitude, e com isso, contribuir para a segurança e paz no trânsito.  

Carga horária: 2 horas  

Público alvo: Professores, diretores, coordenadores da rede de ensino, agentes, gestores de trânsito e demais interessados.

9. Cinto de Segurança e Cadeirinha

Objetivo: Orientar sobre a finalidade e importância do uso do cinto de segurança e da cadeirinha pelos ocupantes dos veículos, incentivando seu uso correto.  

Carga horária: 2 horas  

Público alvo: Professores, pais, agentes e gestores de trânsito, motoristas e demais interessados.  

Veja como foram as palestras realizadas nas cidades de:
Palestrante
Irene Rios, Mestra em Educação; Especialista em Ambiente, Gestão e Segurança de Trânsito e em Metodologia de Ensino; Professora Universitária e Autora de artigos e livros sobre Educação para o Trânsito.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0363235000015600

Solicite um Orçamento!

EDUTRANEC – Educação para o Trânsito e Eventos Culturais Ltda. Me. 

Você joga lixo da janela do carro?

Estudo revela o ranking de objetos mais atirados e das desculpas dos motoristas

  • Texto: Adriana Bernardino Sharada



  • Fotos: Paula Korosue



Ruas sujas, bueiros e esgotos entupidos, trânsito, risco de ferir pedestres, ciclistas, motociclistas e outros motoristas, além de multa e pontos na CNH. Estas são algumas consequências do péssimo hábito de atirar lixo pela janela do carro. Ainda assim, muitos motoristas insistem, inclusive nos países de primeiro mundo. 

Pesquisa realizada na Inglaterra pela Green Flag em maio do ano passado revelou que cerca de 9 milhões de motoristas jogaram lixo nas vias públicas. Embora o Brasil não tenha estudos como este, a coisa aqui não é muito diferente. 

Os objetos mais atirados pelos lambões são pontas de cigarro, alimentos, embalagens de alimentos, garrafas e latas, e até tecidos.  

Pontas de cigarro29 milhões
Alimentos17,4 milhões
Embalagens11,8 milhões
Garrafas e latas6,2 milhões
Tecidos5,2 milhões


Por que jogar lixo pela janela do carro?

A pesquisa revelou também as desculpas usadas pelos motoristas que costumam fazer as ruas de lixeira: 27%, evitar o mau-cheiro dentro do veículo; 22%, livrar-se da bagunça; 17%, preguiça de encontrar uma lixeira; e 16% põem a culpa no tráfego, que os impediria de parar o carro para jogar o lixo no lixo.

As estatísticas ficam mais assustadoras quando se leva em conta o tempo de decomposição dos objetos mais atirados: pontas de cigarro, de um a cinco anos; frutas, de dois a 12 meses; chiclete, cinco anos; plásticos, de 100 a 450 anos; alumínio, de 200 a 400 anos; vidro, 4 mil anos; metal, cerca de 100 anos.

Punição

Tanto na Inglaterra quanto no Brasil, atirar lixo para fora do carro é infração sujeita à multa. Lá, o mau exemplo pode custar a partir de 80 libras (cerca de R$ 250). Aqui, de acordo com a lei de número 5231 do Código de Trânsito Brasileiro, é infração média, soma 4 pontos na CNH mais R$ 85,13. Lá e cá, entretanto, a punição praticamente inexiste devido à dificuldade de apanhar os infratores.

E você, o que acha que pode ser feito para evitar que motoristas joguem lixo para fora do carro?

21 de jul. de 2012

Momentos do Congresso Internacional de Trânsito

Cooperar, cooperar e cooperar: diretora de trânsito da Espanha defende integração para salvar vidas
18.07.2012 - 16:00
Anterior



Articulação e cooperação entre instituições e governos locais. Num país com as peculiaridades da Espanha, esta foi a forma encontrada pela Direção Geral de Trânsito (DGT) para reduzir os índices de acidentalidade. Mas apesar de apresentar bons resultados, o país segue perseguindo a meta de reduzir a zero o índice de lesões decorrentes de trânsito. A declaração foi feita na tarde desta quarta-feira (18) em conferência no Congresso Internacional de Trânsito promovido pelo Detran/RS, em Porto Alegre.
“Cooperamos, cooperamos e, quando estivermos cansados, cooperamos. Com quem? Com todos os que de uma maneira, ou outra, têm competência nessa matéria”, resumiu a médica espanhola María Seguí Gómez, diretora-geral da DGT. Ela apresentou os resultados obtidos pela Espanha, que nos últimos anos conseguiu sair de uma posição incômoda no ranking europeu de violência no trânsito.
Em 2003, a Espanha ocupava a 17ª posição no ranking europeu de países com menor mortalidade no trânsito. Em 2009, passou a ocupar a 9ª posição. No período, as medidas adotadas reduziram o índice de 128 mortos por milhão de habitantes para 59 mortos por milhão de habitantes. Os resultados foram obtidos por meio de um plano estratégico de longo prazo, que incluiu a criação de um Observatório de Trânsito, o aumento na fiscalização e no rigor da legislação, mudanças na formação de condutores e incremento no número de guardas nas ruas.
María Seguí destacou as características da Espanha como um potencial obstáculo para o êxito das ações. A DGT tem competência limitada e muitas das iniciativas, como conservação de estradas, sinalização, registro de veículos e habilitação da condutores, são compartilhadas com outras instituições. Além disso, a política de trânsito precisa ser integrada com as 17 comunidades autônomas, 52 províncias e oito mil municípios. “Mas a realidade fragmentada da Espanha não pode ser obstáculo para uma ação integrada e conjunta”, alertou María Seguí, que também mencionou a crise econômica e as deficiências nos sistemas de informação como outros entraves a serem superados.
A diretora da DGT explicou que a estratégia espanhola baseia-se em três eixos: a educação, não só somente aos condutores; a legislação rígida; e a infraestrutura de trânsito. Essa estratégia é colocada em prática a partir da visibilidade e da transparência, do acesso aos dados públicos e do uso das evidências para o embasamento das ações. “A diminuição das cifras tem que ser acompanhada de uma análise do perfil das vítimas”, recomendou María Seguí. Ela destacou também a importância da cooperação entre instituições na Espanha. Campanhas educacionais e de promoção da saúde, ações voltadas às seguranças nas estradas e fiscalização rigorosa são políticas compartilhadas com diferentes ministérios. “Cada um de nós ocupa um pequeno cargo em alguma instituição, e é através da integração e da sinergia que conseguiremos solucionar este grave problema de saúde pública”, afirmou.
Em 2010, a Espanha teve 2.478 mortes e 23.129 lesões hospitalares decorrentes de acidentes de trânsito. Um plano estratégico de segurança viária prevê, até 2020, reduzir o índice de mortos e feridos graves no trânsito, além de reduzir o impacto socioeconômico dos acidentes. Para María Seguí, o compromisso da Década de Ação para a Segurança do Trânsito, de redução em 50% do índice de mortes, ainda é pouco. 
Doutora pela Universidade de Harvard, María Seguí ocupou cargos na Associação para o Avanço da Medicina Automotiva e tem trabalhado em questões de política de transportes com o Banco Mundial, DG TREN Europeia e Organização Mundial de Saúde. 

Daniel Cassol

de Porto Alegre


Palmas aposta em informação e parcerias para reduzir acidentes

19.07.2012 - 09:30






Palmas, capital do Estado de Tocantis, elegeu o princípio da proatividade e a formação de parcerias como estratégia para enfrentar o problema de acidentes de trânsito, que chegou a colocar a cidade em um preocupante segundo lugar no ranking nacional. A implementação do projeto Vida no Trânsito em Palmas foi tema da palestra realizada na manhã desta quinta-feira (19), no Congresso Internacional de Trânsito, por Marta Maria Malheiros Alves, presidente da Comissão Projeto Vida no Trânsito e integrante da Vigilância Epidemiológica Municipal, e por Magnus Matos, gerente de observação em Segurança Pública e coordenador da Subcomissão de Gestão e Análise de Dados, do município de Palmas.
Marta relatou que no período entre 2010 e 2011 foi iniciada a construção de um plano de ação com os objetivos centrais de buscar parcerias e construir um banco de dados reunindo informações de várias entidades. Esse banco de dados acabou se tornando o coração do projeto gerenciado pelas secretarias municipais da Saúde e de Trânsito. Um dos principais problemas enfrentados logo de saída foi o alto índice de acidentes com vítimas fatais envolvendo motocicletas. Cerca de 50% dos óbitos em acidentes em Palmas – cidade com cerca de 233 mil habitantes e uma frota de mais de 125 mil veículos -, ocorrem com motociclistas. 
A partir da implementação do Vida no Trânsito foram tomadas uma série de medidas para tentar reduzir esse índice: implementação de radares fixos e móveis, blitze feitas de forma integrada e voltadas a públicos específicos. 
Mas a principal arma dessa batalha foi a construção de um banco de dados reunindo informações de várias instituições. A partir dessa base de dados, passou-se a realizar reuniões trimestrais de avaliação que resultaram em ações específicas informadas pela análise desses dados. “Nós procuramos implementar uma mudança da cultura de segurança viária em cima dos três fatores de risco mais presentes em Palmas: velocidade, motociclismo e álcool. Nossas ações de educação em segurança viária, infraestrutura, fiscalização e ação junto a usuários vulneráveis passaram a ser tomadas com base nessas informações”, disse Marta Alves. Além disso, foi lançada a campanha “Eu me comprometo”, um chamado para que cada cidadão e cidadã assumisse sua parcela de responsabilidade nessa luta contra os acidentes de trânsito.
As parcerias firmadas com outras instituições foram – e seguem sendo – fundamentais para o êxito dessa política, reforçou Magnus Matos. Todos os órgãos integrados ao Sistema de Informações sobre Operações Policiais (SIOP) – Polícia Militar, Guarda Metropolitana, Bombeiros, IML, SAMU - produzem dados sobre acidentes de trânsito no município. O cruzamento de dados e a exclusão dos dados duplicados permitem a identificação e a análise dos acidentes graves e fatais. Essa análise de dados também é utilizada para a construção de indicadores. 
As medidas já resultaram em avanços como a redução de 19,3% de feridos graves e mortos, a redução de 9,12% das vítimas não fatais, e de 14,39% no número de acidentes, em um universo analisado de 10 mil veículos. “Nós estamos iniciando esse processo. O que está claro é que a redução de acidentes graves e fatais será resultado de um esforço coletivo. Nenhum órgão isolado terá êxito nesta luta”, concluiu Marta Alves.


Marco Weissheimer
de Porto Alegre


A experiência de Teresina: quando 1+1 é mais que 2




A capital do Piauí vive um problema comum a muitas cidades brasileiras: o crescimento exponencial da frota de veículos com os decorrentes problemas de circulação e mobilidade urbana. Teresina tem hoje mais de 814 mil habitantes e uma frota de aproximadamente 300 mil veículos. Essa frota vem crescendo a uma taxa de 10% ao ano, enquanto a população cresce a uma taxa de 1% ao ano. A adoção do Projeto Vida no Trânsito no município segue o compromisso adotado pelo Brasil de reduzir o índice de acidentes nesta Década de Ação pela Segurança Viária, estabelecida pela Organização das Nações Unidas, relatou Audea Lima, Superintendente Municipal de Transportes e Trânsito de Teresina, durante sua apresentação no Congresso Internacional de Trânsito, na manhã desta quinta-feira (19).
Audea Lima destacou em sua fala, intitulada “Nossos passos rumo a uma cultura de segurança no trânsito”, o caráter processual da experiência que vem sendo implementada em Teresina. “Nossos passos constituem uma caminhada e cada um deles tem um significado valioso para nós e para toda a população”, resumiu. Ela apresentou alguns dados de 2011, do Hospital de Urgências de Teresina (HUT), para ilustrar a dimensão do problema que as autoridades deste município enfrentam. O HUT atende cerca de 90% das vítimas de traumas na cidade e região. Destes, cerca de 20% são resultantes de acidentes de trânsito e, dentro deste universo, cerca de 85% são acidentes envolvendo motociclistas.
“Teresina aderiu ao Projeto Vida no Trânsito em função do elevado número de acidentes. O município optou pela criação de uma comissão intersetorial, uma estratégia geral adotada em vários países”, relatou Audea. “Até então nós não tínhamos uma metodologia de trabalho como essa proposta pelo Vida no Trânsito”. A partir daí, iniciou-se um processo sistemático de coleta de dados junto ao SAMU, à Polícia e à Polícia Rodoviária Federal. Com esses dados foi sendo construído um banco de informações sobre vítimas leves, graves e fatais. “É um processo que demanda tempo e a busca permanente de parceiros. Criamos um plano de ação intersetorial e passamos a realizar trimestralmente uma análise dos fatores de risco”.
Audea também apresentou a Operação Salva Vidas como exemplo de uma ação integrada que já trouxe resultados positivos. Lançada em janeiro de 2011, essa operação é fruto de uma parceira entre a Prefeitura de Teresina através da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Companhia Independente de Trânsito (Ciptran), Rone e Polícia Militar (PM) e a Polícia Rodoviária Estadual (BPRE). No período de um ano, as vítimas fatais em acidentes de trânsito caíram de 225 para 161, uma redução de 30%, que ficou muito acima da meta. “O que é mais importante é que salvamos 69 vidas. Esse exemplo mostra a importância das parcerias. Neste caso específico, um mais um é mais que dois”.



Marco Weissheimer
de Porto Alegre


Especialista relata experiência de redução de mortes nas vias francesas

19.07.2012 - 12:00






Em 40 anos, o número de mortes nas ruas e estradas francesas caiu mais de quatro vezes: de cerca de 18 mil em 1972, para menos de 4 mil atualmente. Isso a despeito do aumento em três vezes da frota daquele país. Esses dados foram apresentados na manhã desta quinta-feira (19) por Joël Valmain, conselheiro técnico para questões internacionais do Delegado Interministerial pela Segurança Viária da França, durante o Congresso Internacional de Trânsito – Ideias que salvam vidas, promovido pelo Detran/RS. O evento marca os 15 anos do Detran gaúcho e integra a Década de Ação pela Segurança do Trânsito, estabelecida pelas Nações Unidas, cujo objetivo é reduzir em 50% o número de vítimas de acidentes de trânsito até 2020. 
O ano de 1972 foi marcado pela criação da Delegação Interministerial pela Segurança Viária na França, organismo que tem como objetivo reduzir o número de acidentes e mortes no trânsito. A experiência bem-sucedida nessas quatro décadas, segundo Valmais, foi obtida graças a uma série de medidas, como a obrigação do uso de cinto de segurança e de capacete, a realização de testes de alcoolemia e o controle de velocidade. 
Como o nome diz, a Delegação Interministerial é um organismo que envolve a cooperação de diversos ministérios franceses. É presidido por um delegado nomeado pelo primeiro-ministro. Subordinado ao Ministério do Interior, tem a missão de trabalhar em conjunto com outras pastas no tema da segurança viária. “Todos os ministérios são importantes. O da Educação, por exemplo, pode ajudar na conscientização dos jovens. O do Trabalho, na execução de planos de ação em segurança no trânsito nas empresas. O da Saúde, com aspectos técnicos trazidos pelos médicos”, explicou. 
As políticas públicas para a área são definidas com base nas informações do Observatório Interministerial de Segurança Viária, que coleta e sistematiza os dados de todos os ministérios sobre o tema. “É preciso conhecer as características de acidentalidade viária, do contrário não é possível tomar decisões. Temos que saber quem dirige, quando dirige, se são jovens ou não etc. Quando analisamos os dados dos acidentes, podemos estabelecer relações com outras políticas, como a de mobilidade”, esclareceu Valmain. 
De acordo com ele, 21% das mortes são de jovens de 18 a 24 anos. Uma super-representação, já que essa faixa etária representa apenas 9% da população. Outro grupo bastante vulnerável é o de motociclistas. Ainda segundo o especialista, enquanto as motos são apenas 2,5% da frota total de veículos na França, seus condutores representam 25% das mortes em acidentes de trânsito. Além disso, 30% das ocorrências fatais tem o álcool como fator – desses casos, 92% dos envolvidos são do sexo masculino. 
Segundo o especialista, a prioridade é mudar o comportamento dos motoristas. Uma das formas de se fazer isso é por meio do controle e da sanção. Valmain relatou que há dez anos o governo francês implementou um sistema automatizado de radares que possibilita que a multa chegue à casa do infrator dois dias após o flagrante da infração. “Controle e punição devem estar ligados. As pessoas precisam saber por que são punidas. É necessário um trabalho de formação e educação, e a realização de campanhas de comunicação. Se quisermos ter uma politica de segurança eficaz, temos que dar prioridade à mudança de comportamento. É preciso fazer a conscientização, desde a mais tenra idade, de que a segurança viária é importante”, defendeu Valmain, para quem a prevenção deve ser prioridade. Uma das ideias que vem sendo executadas pela Delegação Interministerial pela Segurança Viária é a disponibilização obrigatória de bafômetros nos estabelecimentos noturnos, como bares e discotecas, com equipamentos fornecidos pelos próprios proprietários das casas noturnas. 
Após a exposição de Valmain, foi a vez da palestra de Émilie Vasquez, do setor de Negócios Internacionais do Civipol, conselho pertencente ao Ministério do Interior da França dedicado à exportação do conhecimento francês nas áreas de polícia, fiscalização e segurança civil. Ela explicou como funciona a transmissão da experiência do país em matéria de segurança viária e policiamento a outras nações de diversos continentes. Ela destacou um trabalho de modernização da polícia de trânsito em Beirute, no Líbano. 
Antes da conferência, o Detran/RS e o governo francês assinaram um memorando de cooperação que garantirá a troca de informações e projetos voltados à segurança viária. 


Ivan Trindade
de Porto Alegre


Espírito Santo aposta em programa multidisciplinar para reduzir acidentes na Grande Vitória




O Secretário Estadual de Transportes e Obras Públicas do Espírito Santo trouxe ao Congresso Internacional de Trânsito a experiência capixaba no combate aos acidentes, mortes e lesões em ruas e estradas. Fábio Damasceno apresentou, na tarde dessa quinta-feira (19), o projeto “Juntos pela Vida”, implantado em novembro de 2011 na Grande Vitória, região responsável por 95% dos acidentes no Estado. 
Para conter a explosão de casos, o Governo do Estado reuniu diversos órgãos: “Sabíamos que apenas uma política multidisciplinar poderia resolver. Sendo assim, reunimos as secretarias da Saúde, Educação e Segurança, além do Detran, polícia e corpo de bombeiros para elaborar o programa”. 
O “Juntos pela Vida” se sustenta em três pilares: educação, infraestrutura e fiscalização. “Levamos o programa para as escolas e até 2014 queremos ter alcançado 80% das salas de aula. Treinamos cinco mil professores para que eles incluíssem questões do trânsito nas matérias regulares”. 
Com relação à infra-estrutura, o Espírito Santo está investindo na manutenção das rodovias, tanto em operações tapa-buraco, quanto na renovação da sinalização horizontal e vertical. O número de operações de fiscalização aumentou consideravelmente, com e sem o uso do bafômetro. “Estamos equipando diversas vias importantes da grande Vitória com pardais e câmeras de sinaleira.”
Além disso, o Estado criou mais Jaris (Juntas Administrativas de Recursos de Infrações) para acelerar o julgamento dos recursos à multas. “Hoje, temos casos que levam até sete anos para serem julgados, o que significa impunidade. Nossa meta é reduzir para menos de um ano”, explicou Damasceno.
Mesmo com apenas seis meses de atuação, o programa Juntos pela Vida já apresentas resultados importantes. “Nos primeiros seis meses de 2011 tivemos 12.422 acidentes, com 71 mortes. No mesmo período de 2012, foram 11.455 acidentes, com 52 mortes”, revelou Damasceno. 


Ivan Trindade
de Porto Alegre


Executiva da TAC encerra Congresso afirmando que é preciso coragem para reduzir acidentes no trânsito

19.07.2012 - 18:00








Janet Dore, executiva-chefe da Transport Accident Comission, órgão da província de Victoria, na Australia, encarregado dos seguros de acidentes de trânsito, encerrou o Congresso Internacional de Trânsito nesta quinta-feira (19), falando sobre as ações da TAC na redução de acidentes, mortes e lesões no trânsito. Ela ilustrou sua fala com diversos dos mundialmente famosos filmes produzidos pela TAC, conhecidos pelas imagens impactantes e as mensagens diretas que atacam as causas mais comuns das ocorrências nas ruas e estradas de todo o mundo. 
Perguntada sobre o porquê dos vídeos serem muitas vezes chocantes, Janet aproveitou para dar um recado aos agentes de trânsitos e governos: “É preciso ter coragem. Quando a TAC mostrou seu primeiro comercial, em 1989, eram registradas quase 800 mortes no trânsito em Victoria, um estado pequeno do país, com menos de 6 milhões de habitantes. Em 2011, esse número havia caído para 278. Hoje sabemos que apenas através de mensagens fortes conseguimos que as pessoas se engajem nas campanhas e mudem suas atitudes diárias. No início, os governantes de Victoria ficaram temerosos, mas hoje nos apoiam completamente. Seguiremos trabalhando, porque o único número aceitável é zero”. 
Janet esclareceu a área de atuação da TAC: “Além de uma agência de prevenção de acidentes, somos o órgão estatal que gerencia o seguro por acidentes terrestres e financia os serviços de atendimento de urgência e também hospitalares e de cuidados de longo prazo. Muitas das vítimas dos acidentes se tornam nossos clientes pelo resto da vida, e o custo disso é altíssimo. Um tetraplégico de 25 anos vai viver mais 40 ou 50 anos e os cuidados anuais com sua saúde chegam a A$ 1 milhão (em dólar australiano, equivalente aproximadamente a R$ 2 milhões). Por isso, eu sou uma CEO que quer que o seu negócio acabe. Quero não ter mais clientes”. A dirigente explicou ainda que a TAC surgiu após o governo de Victoria identificar que o sistema privado não estava funcionando, e deixava as pessoas desassistidas, com muitas dificuldades na hora de obter os seguros: “Nós agimos segundo um sistema de ‘apesar da culpa’. Tratamos todos os envolvidos nos acidentes de forma igual”. 
Com orçamento anual de A$ 1,3 bilhão (arrecadados majoritariamente do seguro que cada dono de veículo paga anualmente) e mais de A$ 7 bilhões em caixa, Janet afirmou que a TAC gasta cerca de A$ 1 bilhão por ano com indenizações e tratamentos. O restante do dinheiro vai para o financiamento dos serviços de atendimento e resgate, projetos de segurança no trânsito e para as campanhas de educação na mídia. Quanto a essas campanhas, Dore garantiu que todos os filmes e ações estão fundamentados em dados retirados dos prontuários de acidentes, assim como de pesquisas diretas com os habitantes do estado, sendo analisados por estudiosos. Ela revelou que a TAC mantém uma Universidade em Victoria que se dedica apenas à segurança no trânsito. 
“Nossos dados, depois de analisados, nos mostraram que o álcool é o grande fator de risco no trânsito, dai criamos a campanha Bloody Idiot” (Grande Idiota e/ou Idiota Sanguinário, em um jogo de palavras de duplo sentido em inglês). Essa expressão tornou-se comum entre os australianos e relaciona o ato de dirigir alcoolizado a uma tremenda estupidez, que resulta em muito sangue. “Lembro do horror dos nossos governantes com o uso de um palavrão no filme. Depois dessa campanha, os dados identificaram que grande parte da população considerava que o álcool só era risco quando a pessoa estava muito bêbada. Então, criamos a campanha Only a Litle Bit [só um pouco acima do limite], que mostrava que mesmo uma pequena quantidade de álcool acima do limite legal pode causar grande estrago”. 
A seguir, Janet falou do excesso de velocidade, outro grande vilão no trânsito de Victoria: “Sobre o excesso de velocidade, criamos a campanha Don’t fool yourself, speed kills (Não se engane, a velocidade mata), que mostrava que muitas vezes trafegar apenas 5km/h mais lento pode fazer toda diferença entre a vida e a morte. Da mesma forma que com a campanha sobre o álcool, as pessoas apoiaram completamente a ação, mas também admitiam que excediam o limite de velocidade”. Por isso, Janet frisou que a apenas as campanhas publicitárias não resolvem. A segurança de trânsito deve ser feita nas ruas: “Nesses 20 anos de existência, a TAC financiou a compra de bafômetros, radares fixos e móveis, câmeras de flagrante de avanço de semáforo. Da mesma forma, criamos os ‘booze buses’ (ônibus da bebida), que são espaços educativos voltados principalmente para os jovens, onde eles podem inclusive fazer o teste do bafômetro. E lá é obrigatório fazer o teste. Não há saída!”. 
Os jovens foram os alvos seguintes da TAC, já que são grande parte das vitimas: “Entre 19 e 25 anos, os jovens acumulam muitos fatores de risco ao dirigir, como a inexperiência, a distração, o sentimento de segurança pela idade e o uso de álcool e drogas. Nossa campanha teve o título Your mate’s life is in your hands (A vida do seu parceiro está nas suas mãos), e pediu aos jovens que fizessem filmes falando sobre o tema. A resposta foi impressionante. Nossas pesquisas mostraram que os jovens respondem muito mais quando a mensagem lhes chega através de seus iguais”, atestou Dore. 
Janet Dore falou ainda do uso das redes sociais nas ações de segurança no trânsito, dando como exemplo uma campanha no Facebook: “Uma cidade de menos de 50 habitantes em Victoria, chamada Speed (Velocidade), se prontificou a mudar de nome por um mês para Speedkills (Velocidade mata) caso nossa página reunisse 10 mil curtidas. Conseguimos isso em apenas um dia. Até mesmo um morador desta cidade, chamado Phil Down (para baixo, para menos) se ofereceu para mudar seu nome para Phil Slowdown (Desacelere) se tivéssemos 20 mil curtidas... e conseguimos isso em uma semana”. 
Para encerrar sua conferência, Janet Dore fez um apelo à platéia: “Vim aqui para ouvir. Só porque resolvemos ser ousados, não quer dizer que temos todas as respostas. Ouvi muita coisa boa aqui, que vou levar comigo. Nossas palavras precisam virar ações, pois são as ações que salvam vidas”. 


Ivan Trindade
de Porto Alegre

Fonte: http://www.congressodetransito.rs.gov.br/noticias - Acesso em 21/07/2012