31 de mai. de 2009

Propostas de Educação de Trânsito para Jovens

A LEITURA ENTRE OS JOVENS 

A leitura é imprescindível para aquisição de conhecimento. Ela é, com certeza, uma excelente ferramenta de educação para o trânsito. A partir da interpretação da leitura, o jovem irá fazer relações, argumentar, concluir, avaliar. 
Entretanto muitos adolescentes tentam de todas as maneiras escapar dos textos. Lêem apenas para atender a exigência da disciplina escolar, para cumprir uma formalidade. O conhecimento, nesses casos, fica extremamente reduzido. É criada uma barreira entre o texto e o leitor. Zagury (2004), em pesquisa realizada com 943 jovens, constatou que apenas 26,5% têm a leitura como uma das quatro atividades preferidas no tempo livre. 
Muitas vezes, o que um adolescente aprende ou deixa de aprender depende mais dos seus interesses do que da sua inteligência. Isso é perceptível não só no bom rendimento que o estudante apresenta em seus assuntos favoritos, mas também na escolha que ele faz de suas atividades nos momentos de lazer. 
Sendo o texto uma ferramenta tão importante para Educar os jovens para o trânsito, é de fundamental importância que esses textos possuam estilo, formato e linguagem que desperte o interesse dos adolescentes. 
Fazer o jovem ler é o passo principal. Fazê-lo refletir sobre suas atitudes é uma conseqüência.  

AS CRÔNICAS 

As crônicas geralmente são textos curtos e narrados em primeira pessoa. Textos onde o autor interage com o leitor. Muitas vezes, uma simples descrição de um acontecimento do cotidiano, porém engraçado que provoca reflexão leve, embora consistente, sobre a vida. 

Em uma crônica se diz muito em pouquíssimo espaço. São leituras que dispensam intérpretes, analistas e tudo mais. As crônicas Geralmente, apresentam linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem oral e a literária. Isso contribui também para que o leitor se identifique com o cronista, que acaba se tornando o porta-voz daquele que lê.Todo mundo está apto a entender crônica. É o gênero mais adequado para estes tempos de velocidade, de aceleração, de pressa. Um gênero perfeito para se falar das pequenas inquietações e das grandes angústias, dos amores e dos dramas, da inversão de valores e dos absurdos no trânsito. Pode ser o texto do entretenimento, da emoção, da sugestão, da provocação, da poesia e das imagens. É um texto que desperta o interesse dos adolescentes.

Os jovens precisam pensar sobre suas atitudes no trânsito. Pensar é algo interativo. A crônica é o mais interativo dos gêneros literários. Portanto é o gênero ideal para os jovens.  

CRÔNICAS DE TRÂNSITO PARA JOVENS 

A seguir uma demonstração de educação para o trânsito, usando como texto base a crônica.  

REUNIÃO DA AFAT 

Em virtude da diminuição dos acidentes de trânsito, os associados da AFAT – Associação dos Favorecidos com os Acidentes de Trânsito – reuniram-se a fim de buscar alternativas para acabar com a crise no setor. O presidente da AFAT, dono de uma rede de funerárias, iniciou a reunião.

- Depois que começaram a trabalhar a educação para o trânsito com os jovens, perdi vários clientes. As mortes diminuíram muito. E não foi só entre os jovens. Foi geral. Os acidentes de trânsito representavam 50% dos funerais que atendíamos. Já tive que fechar duas funerárias.

Mirian, sócia de uma famosa clínica de reabilitação, pediu a palavra:

- Concordo com o presidente. A queda dos acidentes de trânsito tem sido um caos para nossos negócios. Minha clínica vivia lotada com pessoas se recuperando de traumas causados pela violência no trânsito. Antigamente era uma maravilha. Dos pacientes que atendíamos, muitos ficavam inválidos e tinham que fazer fisioterapia pelo resto da vida. Hoje, o máximo que conseguimos são alguns braços quebrados. Nunca tínhamos passado por uma crise assim.

Adolfo, um profissional que trabalha com serviço de guincho, também quis falar:

- Quando eu comecei a trabalhar com serviço de guincho, tinha dez carros na rua e não dava conta de atender todos os chamados. Hoje tô com cinco e falta serviço. Os motoristas não estão mais batendo com os carros. Assim não dá.

Amilton, um famoso latoeiro, prestou seu depoimento, indignado.

- Tinha três oficinas. Ganhava dinheiro igual à água, arrumando as latarias dos carros batidos. Hoje, por causa dessa educação de trânsito aí, já tive que fechar duas oficinas. Quase não têm mais carros batidos. O que eu faço?

Durante mais de uma hora, os participantes da reunião ficaram se queixando. Chegaram à conclusão de que não adiantaria lutar contra a educação para o trânsito porque ela estava sendo bem feita e não tinha como derrubá-la. As pessoas, através do que aprendiam nas aulas e nas campanhas educativas, estavam se conscientizando e mudando de atitudes. 

Então o presidente questionou:

- Se não conseguimos derrubar a educação para que a violência no trânsito diminua e, assim, possamos melhorar nossos negócios, o que vamos fazer então? Houve um grande silêncio no auditório.  

SILVA, Irene Rios da. Quem? Eu? Eu Não! E outras crônicas de trânsito. Ilha Mágica. Florianópolis, 2007. Páginas: 61-63.  

Com o auxílio desta crônica, os educadores podem provocar a reflexão entre os adolescentes por meio de diversas atividades, envolvendo as diversas disciplinas curriculares. Por exemplo:

a) Quem lucra com os “acidentes de trânsito”?

b) Quem perde com os “acidentes de trânsito”? Relacione os prejuízos econômicos e morais.

c) A maioria dos “acidentes de trânsito” acontece por falha humana, ou seja, por uma infração que não deu certo. Neste caso qual a solução para a diminuição desses “acidentes”?

d) Pesquise o significado da palavra acidente.

e) Está correto chamar de “acidente” a violência que tem acontecido no trânsito? Comente.

f) Que sugestão você dá aos membros da AFAT para acabar com a crise no setor?  

Irene Rios da Silva

30 de mai. de 2009

O que é educação para o trânsito com qualidade?

Mudança de atitudes no trânsito! Esse é o nosso principal objetivo. Como conseguir isso? Há apenas um caminho para isso: EDUCAÇÃO. Como educar? Para que haja educação tem que haver APRENDIZAGEM. Para que haja aprendizagem é preciso REFLEXÃO. Quando pensamos sobre uma ação ou sobre uma situação, há uma grande chance de aprendermos com isso, há uma grande chance de revermos nossas atitudes, há uma grande chance de mudarmos nossas atitudes incorretas. Isso é educar! E como provocar a reflexão? Isso é um desafio! Em primeiro lugar é necessário despertar o INTERESSE, isso varia conforme a idade, classe social, classe cultural, entre outros fatores... É importante a aplicação de recursos educativos adequados ao público alvo. Uma campanha educativa, realizada com recursos educativos adequados ao público alvo, que desperte o interesse da maioria dos participantes, que provoque a reflexão sobre atitutudes corretas e incorretas no trânsito, é de qualidade? É eficiente? Vai refletir na aprendizagem e na mudança de atitudes no trânsito? Em um primeiro momento, sim. No entanto, para que essa aprendizagem adquirida não se perca por conta de outros interesses, é fundamental que haja CONTINUIDADE. Não basta fazermos campanhas educativas apenas na Semana Nacional do Trânsito ou em datas comemorativas esporádicas. Irene Rios da Silva

28 de mai. de 2009

O Passeio de Bruna (Crianças no automóvel)

S.O.S. Educador!

Trânsito inseguro,
Violento, um terror.
Trânsito que provoca
Sofrimento e dor.

O problema não é do trânsito
O problema é do cidadão,
Que não sabe transitar
Por falta de educação.


Aprendemos a transitar
Ainda quando criança,
O que nos falta é aprender
A transitar com segurança.
     
 
Transitar com segurança
É mais que ir e vir, que andar,
É ter noção do espaço
Que é possível ocupar,
É o espaço do outro
Saber respeitar.

É urgente, professor.
Ensinar a transitar.
Você pode fazer isso,
Você pode ajudar.

Professor, você é mestre
Na arte de educar,
Sabe as técnicas necessárias
para melhor ensinar. 

Para ensinar a transitar

Não precisa especialização,
Nem interromper a aula
Para falar de legislação.

Fale de trânsito, professor,

Nas disciplinas em ação,
Mas fale principalmente
De respeito e educação.

Pois os valores construídos:

Ética e cidadania,
Certamente serão usados
Nas situações do dia-a-dia.

Irene Rios da Silva