As estatísticas nos mostram que os que mais morrem em acidentes são jovens entre 15 e 28 anos de idade, sendo também este o público que mais se envolve em acidentes, justamente por se encontrarem na fase de que acreditam terem super poderes e que nada lhes acontece. Infelizmente, acontece sim. Por favor, não quero aqui achar culpados, por que acredito que muitos fatos levam a um acidente e aqui não temos informações suficientes para dizermos quais as causas deste acidente, mas estatísticas revelam que mais de 50% dos acidentes é por falha humana, 40% dos acidentes que envolvem jovens na faixa entre os 15 e 28 anos, tem envolvimento de bebida alcoólica. Então fica simples de percebemos que falta mesmo é educação.
Aqui em Ijuí temos o PROHUMAT que desenvolve vários projetos nesta área, mas existe apenas a partir de 2009, e os resultados deverão ser colhidos muito adiante. Isso se o programa tiver continuidade, necessária para que as gerações futuras sejam mais conscientes.
Roberto da Mata, antropólogo, autor do livro "Fé em Deus e Pé na Tábua ou porque o trânsito no Brasil enlouquece", em uma passagem do livro conta uma anedota em que náufragos estão em um barquinho com pouca água e comida, e dois deles se desafiam a fazer com que os demais se joguem nas águas do mar. Então um diz pro outro: - quer ver como faço o inglês pular? - pela honra da rainha da Inglaterra deves pular.... Em segundos o inglês postou-se em posição de sentido, prestou continência e disse: - Pela rainha, eu pulo. Aí o naufrago disse para o americano: - Sabia que se você pular sua família receberá uma indenização milionária? Não deu 10 segundos e o americano estava no mar. Então o outro olhou para o naufrago e disse: - e agora, como vais fazer, é um brasileiro? - Ah! Esse é fácil, veja só. Então virou para o brasileiro e disse: - Sabia que existe uma lei que é proibido pular na água? Mal o naufrago tinha terminado de falar, o brasileiro já tinha se atirado. Moral da história: Nós brasileiros não gostamos de cumprir leis, achamos que nunca são pra nós, são sempre para os outros, mas não para mim que tenho um carrão importado, que sou bem sucedido, isso é bobagem.
É isso, segundo Da Mata, o individualismo que faz com acidentes ocorram com tanta freqüência no Brasil e torna o nosso trânsito um caos. Ou seja, as pessoas acham que podem tudo quando estão dentro de um veículo, não acreditam na lei. Então para que cumpri-la. Precisamos muito, mas muito ainda de educação e mudanças de atitude com relação ao trânsito para mudarmos este triste quadro. Quantos ainda precisarão morrer para fazermos alguma coisa? Será que é preciso que alguém próximo a mim morra em acidente, ou fique com seqüelas irreversíveis para que eu faça alguma coisa? CHEGA DE ACIDENTES! CHEEEEGA!!!!!!!!!!!!!!!
Não adianta só cobrarmos e esperarmos que as autoridades façam algo, precisamos mudar nossos hábitos, nossos costumes com relação ao trânsito. Isso sim fará a diferença. Uma professora do DENATRAN em um curso em que participei nos contava que quando venceu o prêmio Volvo de Educação para o Trânsito, ganhou como prêmio uma viagem à fabrica da Volvo na Suécia. Ficou abismada com a educação de todos em relação ao trânsito e perguntou para uma pessoa como eles faziam a educação para o trânsito nas escolas. A pessoa lhe disse que não tinham educação para o trânsito nas escolas, especificamente, pois eles não precisavam educar para o trânsito, pois já educavam para a vida, então todos sabiam que o cumprimento às regras de trânsito faz parte do respeito à vida. Lá, segundo a professora do Denatran,quando nasce uma criança, os pais já saem do hospital com o bebê conforto para o transporte no carro. Então, a criança já cresce com essa cultura de segurança.
Pois é, temos muito ainda o que avançar para alcançarmos este grau de consciência. Na Alemanha, foi questionado qual era a punição para quem realizasse uma conversão proibida, como por exemplo, uma conversão proibida à esquerda. O alemão respondeu: - Não há punição, pois é proibido! E perguntou se no Brasil tinha punição e ouviu a resposta de que sim, tinha punição. - Então pode fazer conversão proibida? Disse o alemão. Pode né, desde que pague a multa, se for flagrado. É o jeitinho brasileiro do tudo pode, do levar vantagem em tudo. Pois é, isso demontra o quanto ainda precisamos mudar nossas atitudes, realmente.
Fonte: http://ijuhy.com/noticia-ler.php?id=26825 - Acesso em 30/01/2011