29 de mai. de 2016

Movimento Maio Amarelo alerta sociedade sobre índices de acidentes no trânsito

Durante este mês, a Guarda Municipal de São José realizará ações preventivas sobre segurança no trânsito.

A programação da Guarda Municipal ocorre durante todo o mês e
os desenhos dos alunos ficarão expostos no hall da Prefeitura.

O Movimento Maio Amarelo alerta a sociedade sobre os altos índices de acidentes com mortes e feridos nas ruas e rodovias. Durante este mês, a Guarda Municipal de São José realizará ações preventivas sobre segurança no trânsito.

A iniciativa, coordenada pelo poder público e pela sociedade civil, está na terceira edição com o objetivo de mobilizar toda a sociedade na luta contra a violência no trânsito e alertar sobre a segurança viária.

Este ano, a Guarda Municipal, em parceria com a Central de Penas e Medidas Alternativas de São José, organizou uma programação que se estende até o final do mês, incluindo ações educativas e de conscientização.

Os alunos da rede municipal de ensino foram sensibilizados pela temática e o resultado pode ser visto por meio da exposição dos desenhos, feitos pelos estudantes, no hall de entrada da Prefeitura de São José e do Fórum de São José, demonstrando a percepção das crianças em relação ao trânsito.

O laço amarelo busca alertar a sociedade sobre os altos índices
de acidentes no trânsito e mobilizar as pessoas.

Entre as ações desenvolvidas, está um coro com a paródia “Nos Bairros de São José”, criado por alunos do terceiro ano vespertino do CEM Albertina Krummel Maciel, na Fazenda Santo Antônio. Com a supervisão das professoras Clarice Santos e Irene Rios, os estudantes do ensino fundamental trabalharam o tema trânsito nos últimos meses de forma transversal e interdisciplinar e colaboraram com a cartilha do Programa Transitar da Guarda Municipal de São José.

O laço amarelo, colocado na roupa dos participantes, busca alertar a sociedade sobre os altos índices de acidentes no trânsito e a necessidade de mobilização permanente para ampliar a segurança viária e reduzir o número de mortos e feridos.

Fonte:

Assista ao vídeo e confira a paródia interpretada por alunos da rede municipal de São José:


Todo lo demás puede esperar

Bom Conselho



Ouça um bom conselhoQue eu lhe dou de graçaInútil dormir que a dor não passa. (Chico Buarque)



Trânsito e saúde pública tornaram-se, de uns tempos para cá, irmãos siameses. Ar poluído e ruído em excesso juntaram-se a índices perigosos de hipertensão, obesidade e diabete, epidemias do século 21. No Brasil a insuficiência do transporte público ainda justifica para muitos o uso intensivo do carro. Mas de uns tempos a hoje uma nova onda começa a “contaminar” muitos brasileiros, somando à questão da saúde a preocupação ambiental e o uso democrático do espaço urbano.

O boom das ciclovias Brasil afora, com a proliferação de programas de bike sharing, é parte de toda uma rede de colaboração criada em torno de formas antigas e ao mesmo tempo revolucionárias de locomoção, atualmente conhecidas como transporte ativo.  Organizações como Bike Anjo e Corrida Amiga, que reúnem voluntários em todas as partes do país para ensinar gratuitamente as pessoas a correr e usar a bicicleta na cidade são alguns dos muitos exemplos.
 
Juntando um modo de se locomover sustentável - não poluente e sem ocupar espaço - a uma melhoria na saúde das pessoas, corrida, caminhada e bicicleta tornaram-se as grandes novidades nos últimos tempos (mesmo sendo tais modais tão ou mais antigos que a invenção do automóvel). Ao lado disso, agregaram uma forma de luta que visa sensibilizar e as pessoas e a reivindicar às prefeituras a melhoria de calçadas e uma melhor distribuição dos espaços públicos (como o caso da Avenida Paulista aberta apenas para pedestres aos domingos), sinais claros desta nova avalanche que, como se vê nas grandes metrópoles mundiais, chegou para ficar. Como decorrência natural, menos espaço (e menor velocidade) nas vias para os carros. A sensação quase consensual de que o automóvel não é mais a resposta ao invés de torná-lo inimigo, transformou-o em peça acessória. Ao invés do uso intensivo, a opção pelo uso somente em caso de necessidade extrema ou em ocasiões de menor solicitação do espaço viário. 

O destaque dessas novas formas de associação em torno da mobilidade, entretanto, não está apenas na novidade dos temas que traz. Está mais (e talvez principalmente) na forma de organizar pessoas em torno de atitudes e comportamentos na busca de alternativas para o "fazer mobilidade" de forma sustentável. São pessoas que se organizam "fazendo", e o “como fazer” demanda mudanças que apontam para políticas públicas possíveis e por conseguinte ao alcance dos gestores. Bem ao contrário do que se tem visto até hoje nas demandas organizadas por partidos ou associações em suas mais diversas formas, que sempre lutaram de forma localizada ou específica, e em geral apartadas de uma proposta global... Esta realidade dicotômica vigeu até então: de um lado o demandante (cidadão/grupos de pressão/eleitor), de outro o executor (prefeito, gestores). Agora, não mais.

Essa novidade não é local. Antes reflete no Brasil o que já se vê em outras metrópoles. As maçãs amadurecem ao mesmo tempo, como as grandes ideias. O advento da internet, das redes sociais, possibilitou uma rapidez assustadora no espraiamento não só do pensar (fazer por quê?), mas principalmente do como fazer - mostrar fazendo aquilo que queremos que seja feito não só para nós, mas para todos. É contraditar a máxima de que no uso da cidade poucos são os que se beneficiam a um custo social elevado para os demais.

Esta inspiração coletiva sinaliza que o poder executivo, assim como os legisladores, estão diante não apenas de uma novidade desafiadora, como também de uma chance histórica de abrir canais para que tais ações se expressem e se manifestem, agregando energia a mudanças no uso do espaço urbano antes não implementadas, seja por desconhecimento, seja (o mais comum) por isolamento de técnicos e gestores.
 
Outro fator que contrasta com esse ativismo na mobilidade urbana está na atuação distanciada dos problemas que hoje se verifica na atuação cotidiana de prefeitos, vereadores, deputados e gestores que, em expressiva maioria, não utilizam de nenhuma forma alternativa de transporte ao automóvel. Não usam transporte público, não pedalam, não percorrem calçadas esburacadas (ciladas). Baseiam suas decisões em relatórios, pesquisas de origem e destino, softwares que simulam cenários. Muita técnica, nem sempre tecnologia, e dificilmente a realidade social.Como cenário à atuação de prefeitos e gestores está sempre presente o medo da mudança, medo que estas novas formas de ativismo têm combatido a golpes de ação e demonstração. Sabe-se que toda mudança de comportamento é quase sempre rejeitada socialmente. Pois o desafio do gestor está em conseguir demonstrar que o incômodo inicial será superado, justificado pela subsequente melhoria na vida das pessoas. Como ensina um verso de Gilberto Gil, as pessoas sabem o que querem, mas também querem aquilo que não sabem. O movimento ciclista é um exemplo de como mostrar a muita gente algo que pode ser bom, e que muitos jamais pensaram possível. A ação executiva produzindo ciclovias foi uma demonstração de como o gestor pode se utilizar dessa energia que, ao fazer, demanda soluções em benefício não só de quem reivindica, mas da cidade e sua mobilidade. Este cimento social, se bem manejado pelo poder executivo, é capaz de grandes reviravoltas comportamentais, como já visto no Programa de Proteção ao Pedestre iniciado em 2010 na capital de SP e que ganhou a adesão de amplos segmentos, produzindo resultados significativos.

O que está por trás, afinal, desses grupos? O que os inspira? Seguramente um novo modelo de cidade que, evidente, irá gestar necessariamente um modelo específico de sociedade, fundado em novas formas de convivência, em novos hábitos de consumo, tendo a questão ambiental como pano de fundo, mas não só. A economia colaborativa, o combate ao desperdício, a luta por melhorar o já existente ao invés de produzir novas existências, apontam para um novo modelo de economia, resultante de uma nova geração que em toda parte do planeta busca modelos de cidades voltadas para as pessoas. 
 
A sociedade em mudança muda hábitos, e novos hábitos espalham mais mudanças. O prefeito que souber não apenas ouvir, mas fazer junto com esses movimentos, terá dado um passo enorme na construção desse novo modelo de cidade. Um bom alerta em ano de eleições municipais,

Alexandre Pelegi – editor da Revista dos Transportes Públicos
 

20 de mai. de 2016

Dupla função: motorista/cobrador

Por Dirceu Rodrigues Alves.

Motorista de ônibus
Combatemos a desatenção na direção veicular. Não só as desatenções produzidas pela tecnologia introduzida nos veículos que são responsáveis por acidentes. Torna-se impossível imaginarmos o motorista de um coletivo tendo sua atenção voltada para cobrar passagem. Receber dinheiro, notas ou moedas, contá-las, dar troco, preocupado para não errar, observar a subida e descida de passageiros são coisas incompatíveis que levam o homem a tensão, estresse e acidente. Buscamos melhorar a qualidade de vida no trabalho do motorista que desenvolve atividade no transporte coletivo, onde múltiplos fatores de risco agridem seu organismo e ainda ocorrem reações orgânicas repercutindo sobre o trabalho desenvolvido. Não podemos entender e tão pouco aceitar que esse mesmo motorista possa desenvolver dupla função (motorista/cobrador).

A vigília, atenção, concentração, raciocínio, percepção, respostas motoras rápidas, sensibilidade tátil, visão e audição são elementos essenciais para aquele que transita na direção veicular.  Despertar atenção desse elemento com uso de celular, com movimentos bruscos ao volante, fazer tocar um CD, fletir o corpo para mexer em algo no painel são riscos que levam ao acidente.

Recentemente, fui surpreendido por uma atividade incompatível com a direção veicular. Ao adentrar o ônibus em plena Copacabana no Rio de Janeiro pela porta da frente, fui interceptado pelo motorista que me cobrava à passagem. Rapidamente passou-me o troco, atravessei a catraca e sentei passando a observar detalhes daquele trabalho. Era um para e anda, o recebe e dá troco e a ansiedade para movimentar o coletivo porque outros se encontravam em sua traseira. Mas não é só na área urbana, acontece nas rodovias.

Não posso entender, enquanto todos os órgãos responsáveis pela segurança no trânsito e pelo desenvolvimento desse trabalho na direção veicular preocupam-se com a atenção, concentração, redução do estresse, melhor qualidade de vida no trabalho, outros, sem identificar a sobrecarga e a penosidade do trabalho, o submetem a situação de alto risco.

Imagine que estamos aumentando em muito a responsabilidade com a manipulação de dinheiro, troco, desviando atenção e concentração do indivíduo. Temos convicção de que estamos expondo a vida desse homem, dos usuários e pedestres a riscos iminentes.

O evoluir do trabalho intranquilo, preocupado, sujeito a assaltos, agressões, acidentes, danos a terceiros, são contrários à qualidade de vida nessa atividade. O anda e para do trânsito, intervalos curtos entre as paradas de ônibus, o risco físico, químico, ergonômico, biológico que repercutem sobre esse organismo, tudo concorre para um trabalho de sacrifício, de intolerância, de estresse e fadiga intensa. Não podemos esquecer que além de tudo isso as jornadas de trabalho são longas, ultrapassando o que determina a legislação.

A economia do empresário reduzindo o número de funcionários joga no pobre motorista uma carga de trabalho, responsabilidade e susceptibilidade para desenvolver sinais, sintomas e doenças. Em curto espaço de tempo os mais resistentes estarão buscando os ambulatórios médicos com queixas as mais variadas. Certamente serão detectados distúrbios físicos, psicológicos, sociais e em consequência a necessidade de tratamento específico, bem como a necessidade de afastamento do trabalho. Aumenta o absenteísmo, surgem doenças ocupacionais.

As entidades responsáveis pela orientação, fiscalização e até punição das empresas responsáveis pelo transporte coletivo, precisam entender que o trabalho de motorista é um trabalho penoso, sofrido, caracterizado pelos riscos que a função é submetida como a exposição ao ruído, vibração, variações térmicas, gases, vapores, fuligem, agentes microbianos, postura, trabalho repetitivo, estresse e tudo mais que envolve a relação com o público onde cada um reage de maneira pessoal.

Entender isso é entender que precisamos melhorar a qualidade de vida no trabalho de uma classe sacrificada. Desviar a atenção, concentração para outra atividade de responsabilidade, que aumenta a tensão, estresse, desgaste físico, concorre para o atropelamento de um pedestre, colisão e outros. Há necessidade de ações junto aos órgãos governamentais, empresas, impedindo que essa absurda dupla atividade seja mantida. Além do sacrifício e sobrecarga a que é submetido o profissional do volante, tudo concorre para risco maior com prejuízo para o estado, empresário, motorista e sociedade como um todo.

Estamos em plena década de segurança viária, precisamos agir sobre todos os fatores que direta ou indiretamente venham aumentar nossas estatísticas de mortes e sequelados no nosso trânsito.


11 de mai. de 2016

Curso de Legislação e Educação para o Trânsito


Curso Confirmado! ÚLTIMAS VAGAS!

Local do Curso: Hotel Foz do Iguaçu - Av. Brasil, 97 - Centro - Foz do Iguaçu - PR - www.hotelfozdoiguacu.com.br - facebook.com/hotelfozdoiguacu

Data: 01 e 02 de setembro de 2016.

Horário: das 8:30 às 12:00 e das 13:30 às 18:00.

Carga horária: 20 horas aula

CONTEÚDO

1. ATUALIZAÇÃO EM LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO
  • As 31 Leis que alteraram o Código de Trânsito Brasileiro - CTB.
  • Resoluções de 2016 mais relevantes para a atividade de fiscalização. 
2. PRINCIPAIS INFRAÇÕES DE TRÂNSITO
  • Capítulo XV do Código de Trânsito Brasileiro - CTB;
  • Principais Resoluções vinculadas, especialmente a 371/10 e atualizações e 561/15 (Manuais Brasileiros de Fiscalização de Trânsito - Vol. I e II).
3. A EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO NOS DOCUMENTOS OFICIAIS BRASILEIROS - Reflexões e possibilidades metodológicas
  • Constituição da República Federativa do Brasil, Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, Estatuto do Idoso, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs;
  • A Educação para o trânsito no Código de Trânsito Brasileiro - CTB;
  • Resoluções do CONTRAN: 30, 265, 285, 314, 321, 335, 358, 410, 413, 414, 415, 456, 493, 514, 515.
  • Diretrizes Nacionais da Educação para o Trânsito (Portaria 147/2009 do Denatran). 
  • Portarias: 406/2012, 095/2015.
4. EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO APLICADA À FISCALIZAÇÃO
  • Dar dicas ou provocar a reflexão?
  • Atividades práticas.
DOCENTES

Tenente Coronel Ordeli Savedra Gomes
Bacharel em Direito; Pós-Graduando em Gestão e Legislação de Trânsito; Especialista em Segurança Pública; Professor de Legislação de Trânsito em Instituições de Ensino Superior, como a Unisc e Faculdade Dom Bosco; Palestrante e Autor dos livros: Código de Trânsito Brasileiro Comentado e Legislação Complementar – 11ª Ed, 2016, Ed. Juruá/PR e Código de Trânsito Brasileiro com Comentários Especiais para Concursos – 4ª Ed, 2016, Ed. Juruá/PR, dentre outros do tema; Observador Certificado da 1ª Turma do Observatório Nacional de Segurança Viária e Coordenador do Movimento Internacional Maio Amarelo no RS . Comandou Pelotões, Companhias e o 3º Batalhão Rodoviário da Brigada Militar, ao longo de doze anos e foi Assessor Superior de Segurança no Trânsito, no Comitê Estadual de Mobilização pela Segurança no Trânsito – Gabinete do Vice-governador do RS, além de ter sido instrutor da temática trânsito na Academia de Polícia. Militar e nos cursos regulares da Brigada Militar.

Irene Rios

Mestra em Educação, com a pesquisa: "Campanhas Educativas para o Trânsito: A percepção sensível de jovens e adultos" (2013); Especialista em Ambiente, Gestão e Segurança de Trânsito e em Metodologia de Ensino; Professora universitária de Educação para o Trânsito, Campanhas Educativas de Trânsito e Educação de Trânsito para Crianças e Adolescentes; Autora dos livros "Guia didático de Educação para o Trânsito" (2012); "Manual para Motorista: com agenda" (2009); "Quem? Eu? Eu Não! E outras crônicas de trânsito" (2007); "Transitando com Segurança" (2005).

Currículo: http://lattes.cnpq.br/0363235000015600

Facebook: http://pt-br.facebook.com/people/Irene-Rios/100000812216916

Investimento: R$ 580,00 (quinhentos e oitenta reais)

No valor está incluso:
  • O livro: "Código de Trânsito Brasileiro - Com Comentários Especiais para Concursos - 4ª Edição" - De Ordeli Savedra Gomes - Editora Juruá - 2016.
  • Os livros “Guia Didático de Educação para o Trânsito” (no formato digital), “Transitando com Segurança” e “Quem? Eu? Eu Não! E Outras Crônicas de Trânsito”, de Irene Rios.
  • Coffee break (período vespertino).
Os participantes receberão certificado de participação.

Formas de pagamento

1. Depósito Bancário
Banco do Brasil
Agência: 2638-7 - Conta: 38842-4
Favorecido: Instituto Ousar Comércio e Serviços Ltda Me.

2. Boleto Bancário

3. Empenho

FAÇA SUA INSCRIÇÃO AQUI.

A confirmação da inscrição acontece após o envio do comprovante de pagamento, ou do empenho, pelo e-mail: transito@institutoousar.com.br.

Instituto Ousar
transito@institutoousar.com.br
institutoousar@gmail.com
Fone: (48) 8496-1702 (48) 3246-8038

8 de mai. de 2016

#EUCINTOAVIDA - aktuellmix e ONG Trânsito Amigo



Por que as pessoas usam o cinto no banco da frente e no banco de trás não? Você sabia que 75% das mortes e ferimentos graves podem ser evitados apenas com o uso do cinto? É com esse dado que a ONG Trânsito Amigo lança no Dia Mundial do Trânsito o movimento Eu Cinto a Vida, que espalha capas nos táxis de toda a cidade para lembrar ao passageiro de que a vida não é menos importante no banco traseiro.

Em palestra, César Urnhani derruba mitos sobre a velocidade que mata no trânsito

Evento marcou abertura do Maio Amarelo em Campinas, nesta terça, dia 3, no Salão Vermelho da Prefeitura

cesar

Desmistificar a ideia que temos que só a alta – a altíssima, por sinal – velocidade mata no trânsito foi um dos pontos de destaque da palestra ministrada por César Urnhani, piloto de testes do Programa Auto Esporte da Rede Globo e colunista da Rádio CBN, durante a abertura oficial do Maio Amarelo em Campinas, nesta terça, dia 3 de maio, no Salão Vermelho da Prefeitura. Urnhani explicou que temos uma visão totalmente equivocada em relação ao excesso de velocidade que resulta em inúmeras mortes nas vias do país.

A palestra foi uma promoção da Rádio CBN, com apoio da EMDEC e OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária, para marcar o início da mobilização na cidade. Cerca de 100 pessoas acompanharam o evento.

Urnhani sensibilizou o público ao apresentar um vídeo de um acidente causado por um condutor embriagado, em um mustang, a cerca de 140km/h, que resultou na morte de um farmacêutico de 70 anos. O motorista e seus amigos tinham bebido cerca de 56 chopes e três cervejas, saíram ilesos, e mataram o idoso a um quilômetro do bar. Como em muitos casos em todo o país, o motorista está foragido, lembrou.

O vídeo, ressaltou o piloto, serve para mostrar a irresponsabilidade e impunidade desse motorista que se transformou em um assassino, mas essa situação não pode ser considerada a que mais mata e vitima 43 mil pessoas no país. “Ela é uma gota d’água num oceano de violência, pois quem mata no trânsito são aqueles que dirigem a 40km/h, aqueles que conduzem a 70km/h numa via regulamentada a 60km/h, quem usa celular e  se distrai e não vê pedestres ou crianças à frente, são mães que transportam seus filhos sem cinto ou fora da cadeirinha”, exemplificou.

De acordo com Urnhani, o Brasil mata um avião de pessoas/dia no trânsito e isso não choca. Ele lembrou que o acidente de trânsito consegue ser ainda mais cruel e trágico que um acidente aéreo, pois há sempre os sequelados, e num desastre aéreo isso não acontece.  “A cada um morto no trânsito, nós mandamos mais 20 pessoas para os hospitais”, afirmou.

Urnhani explicou que 5km/h no trânsito fazem toda a diferença e ilustrou com outro vídeo sua explanação, mostrando os impactos de um acidente a 60km/h e a 65km/h. Ele esclareceu que a desaceleração mesmo com diferença pequena resulta em quadros muito graves. “É preciso lembrar que a desaceleração em um acidente é exponencial e não proporcional e as consequências também. O único meio de mudar isso está no cidadão, na sua postura, no respeito às regras”, defendeu.

O piloto citou ainda que costumamos sempre lembrar de países como a Alemanha e o Japão que apresentam segurança invejável no trânsito e apontou a diferença para isso – não são os carros e as vias, mas, sim, as pessoas, que adotam postura mais responsáveis, dentro de padrões de respeito às regras.

“Quando falta o freio moral, aí temos que frear os problemas com um freio externo, o exemplo claro disso está na fiscalização, por exemplo, com os radares; e depois todo mundo reclama da indústria da multa, que só é pujante porque ela cresce com as nossas falhas, nós somos o seu combustível”, defendeu.

Passar do discurso à prática

Durante a palestra, Urnhani também conclamou os presentes a passar do discurso à prática para mudar a violência no trânsito. “Fico incomodado com toda essa gente que reclama e não faz nada para mudar o trânsito. A diferença tem que estar em cada um de nós”.

Ele argumentou que já fez palestras para crianças e metade disse que anda sem o cinto no banco de trás, uma mostra clara que quem deve promover essa mudança são os pais, que acabam dando mal exemplo na frente das escolas, usando celular, parando em fila dupla, e transportando seus filhos sem segurança. E questionou: depois cobram que a escola não educa, mas o que eles fazem na frente de seus filhos, justo nas escolas que deveriam ser templos do respeito às regras?

Contagiar com o bem e a gentileza

O palestrante também lembrou que o trânsito nós dá a oportunidade de exercitarmos o autocontrole, de fazer o bem, de agir com gentileza, e fazer dessas atitudes algo contagiante.

“O trânsito não é um inferno como tentam pregar, é preciso se desarmar para sair às vias. Faço um convite para que todos dirijam com gentileza, convivam em harmonia no trânsito, que militem para salvar vidas. Tem muita gente que milita numa causa porque vivenciou o problema; outros porque perderem entes queridos; eu conclamo a todos que militem sem motivo. O problema pessoal não deve ser a motivação.”

O palestrante defendeu também que é preciso pensar que existem coisas mais importantes que ganhar dois minutos no trânsito. “É preciso mobilizar pelas 43 mil pessoas que matamos nas vias, porque ninguém merece virar só uma estatística.”

Direção preventiva X defensiva

O caminho para esse novo cenário é bem simples, defende Urnhani. “Temos que dirigir de forma preventiva e não defensiva. Ele esclarece que quando nos antecipamos, dirigimos de forma preventiva e, neste caso, 95% dos acidentes são evitáveis. Já na direção defensiva, sempre estaremos diante de situações que exigirão respostas num momento extremo – ou seja, estaremos em situações de emergência e o que prevalecerá aí, será o impulso; nossas reações serão por reflexo, ampliando os riscos.

O palestrante ainda abordou a questão da fatalidade e da tragédia no trânsito, exemplificando que o que contorna a fatalidade é a questão de você em um acidente ter um histórico de prudência; já na tragédia não, ela sempre será anunciada, sobretudo pelo comportamento de risco do envolvido.

Por quanto tempo um ou mais veículos ficam no ponto cego?