30 de jan. de 2014

Exame teórico da CNH ficará menos 'decoreba'

Detran mudará em um mês teste para 1ª carteira com questões 'reflexivas e educativas', o que deverá aumentar índice de aprovação.

Fabio Leite - O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - O exame teórico para emissão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vai ficar menos "decoreba" e mais educativo em São Paulo. O Departamento Estadual de Trânsito (Detran) decidiu modificar a forma como são feitas as perguntas aos candidatos a motorista no Estado e, pela primeira vez, vai abrir para consulta o novo banco de questões com os mil quesitos que serão usados na aplicação dos testes para quem vai tirar a 1.ª habilitação. As mudanças devem passar a valer em um mês.
Na prática, em vez de responder qual o nome oficial de uma placa de trânsito, por exemplo, o futuro motorista terá de escolher entre as alternativas qual a forma correta de proceder diante daquela sinalização. Para o Detran, o novo método deve acabar com as queixas de "pegadinhas" nas questões, ampliar o caráter educacional do exame e aumentar o índice de aprovação na primeira tentativa, que hoje é de 60%.
"Nosso objetivo é ampliar o caráter educacional do processo de habilitação. Para o Detran, a forma de perguntar induz a maneira de ensinar. Se perguntamos de outra maneira isso vai exigir ensinar de outra maneira. É mais possível que tenha um aproveitamento melhor do que um aumento do índice de reprovação", afirmou a gerente da Escola Pública de Trânsito do Detran, Rosana Néspoli, que apresentou a reformulação ontem a órgãos, entidades e especialistas do setor em São Paulo.
Pelo cronograma, as novas questões serão aplicadas a partir do dia 28 de fevereiro nas 40 cidades do Estado, incluindo a capital, em que o exame teórico já é eletrônico. Na semana que vem, os instrutores de autoescolas desses locais serão instruídos sobre as modificações. A meta é implementar até o fim de março o modelo também nas regiões onde os exames são feitas em versão impressa. A partir do dia 17, o Detran deve divulgar em seu site o banco de questões para que os candidatos consultem e façam simulados antes da prova.
"Por que temos de tornar sigiloso um banco de questões se o que nós queremos é que as pessoas saibam de tudo? Não há competição entre candidatos, como em um vestibular. O exame não á classificatório. Nossa máxima é: quem demonstrar que sabe, passa", disse Rosana. A divulgação das novas perguntas, que foram formuladas em parceria com a Fundação Vanzolini, instituição mantida por professores da Escola Politécnica da USP, deve acabar com a venda de apostilas de estudo pelas autoescolas.
Estímulo. Para o vice-presidente do Sindicato das Autoescolas de São Paulo, Moisés Bicalho, as mudanças no exame teórico são bem-vindas e vão estimular mais pessoas a tentar tirar a CNH. "Tem muita gente que não tem habilitação porque tem medo de reprovar. Além de aumentar o número de candidatos, vamos ter motoristas mais conscientes", disse Bicalho. Só no ano passado, o Detran emitiu 790.716 permissões para dirigir (1.ª habilitação), 157.371 apenas na capital.
O consultor em segurança de trânsito Philip Gold também aprovou no novo método, mas sugeriu ao Detran que as provas sejam aplicadas também aos instrutores das autoescolas e aos agentes de trânsito da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para avaliar a capacidade dos formadores e dos fiscais de condutores. "Se eles não acertarem 100% das questões, é sinal de que precisam ser requalificados ou que as perguntas devem ser reavaliadas", disse.  
Já o engenheiro de trânsito Horácio Figueira sugeriu que o Detran faça um acompanhamento posterior com os motoristas para comparar o nível de perda de conhecimento entre os aprovados no novo teste com os que passaram pela avaliação anterior a partir de dados como infrações recebidas e incidentes no trânsito.
"Desta forma, veremos a eficácia dessa mudança e a necessidade de possíveis revisões. Porque o grande desafio não é apenas formar bons motoristas, mas também reduzir o número de acidentes", disse.

USP de São Carlos desenvolve 'guarda de trânsito' robótico

REINALDO JOSÉ LOPES

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um helicóptero em miniatura, equipado com GPS, câmera de alta definição e computador de bordo está sendo testado por pesquisadores do ICMC (Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação) da USP de São Carlos (232 km de São Paulo). Vai atuar como uma espécie de "guarda de trânsito" robótico.

A ideia é que o aparelho, que tem oito hélices e mede 85 centímetros de diâmetro, monitore o tráfego e, caso detecte problemas, como acidentes ou ruas inundadas, envie as informações por meio de conexões sem fio.

A transmissão poderia ser feita para os próprios automóveis em circulação ou para órgãos como a Defesa Civil das cidades, por exemplo.
O cientista da computação Jó Ueyama, coordenador da pesquisa da USP (Universidade de São Paulo), afirmou que a aposta da equipe é que os micrócopteros, como são chamados, comuniquem-se principalmente com os próprios veículos nas ruas.
Divulgação
Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) de São Carlos com o microcóptero
Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) de São Carlos com o microcóptero
Os carros já estão saindo de fábrica com tecnologias de internet sem fio, como as redes 3G.

"Isso ajudaria os motoristas a procurar caminhos alternativos imediatamente", afirma Ueyama.

O "cérebro" dos microcópteros não é muito diferente do processador de dados de um smartphone comercial.

PROGRAMAS

Mas é possível embutir no aparelho programas de processamento de imagem que o ajudem a diferenciar, de forma automática, uma situação normal de trânsito de outra problemática, disse o mestrando Heitor Freitas.

"Ele [microcóptero] conseguiria calcular se a velocidade do tráfego está lenta demais ou detectar que um veículo sofreu um acidente porque suas rodas estão viradas para cima", afirmou.

Do mesmo modo que um smartphone comum pode sugerir aos motoristas um caminho pelas avenidas da cidade utilizando um aplicativo de mapas, também é possível enviar o microcóptero num voo autônomo determinando pontos de chegada e partida.

Depois disso, ele traça seu próprio caminho.

A nave alcança velocidades de até 60 km/h e altitudes de 400 m. O voo é relativamente silencioso porque o seu motor é elétrico.

A equipe da universidade também está integrando a utilização do microcóptero a outro projeto, que usa sensores no fundo dos córregos do centro de São Carlos para tentar antecipar enchentes.

O problema é crônico na área, principalmente perto do shopping da cidade.

SENSORES

Já há seis sensores debaixo d'água hoje, os quais levam em conta a pressão da água (quanto mais cheio o córrego, maior a pressão) para disparar alertas.

Atualmente, esses dados são transmitidos por meio de redes sem fio.

"Mas eventos extremos, como um temporal, podem atrapalhar essa transmissão. Nesses casos, o microcóptero seria a chamada mula de dados, carregando informações entre um ponto e outro, porque ele voa na chuva também", afirmou Ueyama.

Hoje, a equipe já consegue prever as enchentes com antecedência de aproximadamente 20 minutos com a utilização dos sensores do fundo dos rios. 


29 de jan. de 2014

“Quem disse que a sua dor tem o direito de destruir o outro?"

Christiane Yared – uma morena de cabelos fartos e um olhar… um olhar que surpreende pela força, determinação. E pelo grito incessante de “Vida”, enquanto a vida insiste em lhe apresentar a Morte.Sentada ali, naquele sofá branco que esclarece de uma vez por todas as origens libanesas, Christiane discorre a sua trajetória com a firmeza de profissional do conto: Corro o dia inteiro, mas gosto de produzir. Quando Christiane diz que corre o dia inteiro, ela não exagera. Levanta-se cedo, daí a sua vida se divide entre a igreja, a casa, os filhos, a neta –  Casei-me aos 19 anos e logo tive meu primeiro bebê. Tanto eu como o Gilmar éramos muito novos, sem dinheiro.  Sem saber como ganhar a vida, e já com o segundo filho nascido, segui o conselho de minha mãe: fiz um curso de bombons e comecei a vendê-los na cantina da igreja. Chris prometeu a Deus doar 10% do lucro à Igreja. Coincidência ou não, a confeiteira começou a receber encomendas vultosas. Da cantina da igreja à confeitaria premiada pela revista Veja, já se passaram 25 anos de muito trabalho e dedicação da proprietária, que confessa: – Valeu a pena as noites carregando a Daniele e o Rafa da casa da minha mãe para a nossa, só para dormirmos pertinho das crianças.

Bolo de noiva-da confeitaria da Christiane
 Hoje a confeitaria é considerada uma das melhores de Curitiba, porém eu não faria de novo. A morte do Rafa me ensinou que se pode ter uma vida sem tantas coisas, ter menos enfeites, cortinas, quadros em casa; desfrutar mais tempo com os filhos. Não só pelo filho que se foi, mas pelos que ficaram. Eu aprendi isso mediante muita dor. “Rafa” é o apelido carinhoso dado por ela ao segundo filho, batizado pelo casal Yared como Gilmar Rafael, de cujo nome ela nunca gostou. Dizem que coração de mãe sabe tudo; a julgar pelo de Christiane, parece verdadeiro. Ela veio a descobrir mais tarde que o nome do filho significa “o resgatado”. Foi exatamente o que aconteceu na noite de sete de maio de 2009, pouco antes do acidente que tirou a vida do rapaz de 22 anos. Na dúvida se o filho pressentira a morte, com a voz carregada de emoção, mas sem perder a força que lhe parece brotar das entranhas, Christiane recorda o último dia na companhia de Rafa: – Sete horas da manhã Rafael passou na confeitaria, pegou doces, salgados, refrigerantes e levou à faculdade. Ele deu uma festa de despedida aos amigos, pois iria para a Austrália, estudar. Achei esquisito e, na hora do almoço, perguntei a ele por que dar uma festa de despedida faltando ainda dois meses e meio para a viagem.
O Rafa era muito brincalhão e nem me deu ouvidos, contou que foi ótima a festa, tiraram muitas fotos, e pôs-se a me mostrar a foto do seu passaporte dizendo como ele era a coisa mais linda que eu havia feito na vida. De fato, o Rafael era um rapaz muito bonito. Chamava a atenção de cima dos seus 1,98m, 98kg, “barriguinha tanquinho”, como ele mesmo definia. Ninguém, muito menos eu, mãe, ficava impune diante dos dentes perfeitos que ele exibia ao sorrir. Vencida pelos olhos graúdos cheios de alegria, eu deixei aquilo para lá, continuamos a comer. No fim do almoço, ele beijou a irmã, a sobrinha, a mim, dizendo que me amava. Subiu ao estúdio do Gilmar, o beijou, dizendo-lhe que o amava muito e saiu correndo. Foi a última vez que o vimos – completa Chris, com a voz embargada, e continua: – Naquela noite, o Rafa resolveu voltar à presença de Deus, ele deixara de frequentar a igreja desde os 18 anos por causa de uma desilusão amorosa. Telefonou ao Antônio, um amigo de infância, e o convidou a ir à igreja. Antônio relutou, dizendo que estava cansado e que constantemente o chamava em vão; nessa noite não estava disposto. Mas Rafael insistiu e o amigo cedeu, acompanhando-o à
A pregação do culto era sobre resgate. Sobre o fato de Jesus ter vindo para os doentes, não para os sãos. Para resgatar os perdidos. O pastor convidou àqueles que queriam mudar de vida a irem até a frente para serem resgatados por Jesus. Rafael foi o primeiro a se levantar. Antônio contou que foi emocionante, pois o Rafa chorava muito, contagiou as pessoas com a sua fé. Ao voltar para o banco, colocou a mão na perna do amigo, dizendo: “Antônio, hoje Jesus me resgatou. Domingo é dia das mães e eu vou presentear a minha mãe com meu retorno à igreja”. Em seguida ambos foram comer pizza. No meio da conversa, Rafael disse que pretendia voltar a ajudar nos trabalhos evangélicos, pois somente Deus pode mudar o ser humano.  Por volta de meia-noite, quando ambos se preparavam para irem embora, Carlos Murilo telefona ao Rafael pedindo carona. O meu filho era o “amigo do carro”, todos ligavam e pediam carona

Manifestação por justiça
Mal se despediu de Antônio, correu ao shopping onde esse outro amigo  trabalhava e o apanhou.” Ambos morreram no acidente. Terrível, meu Deus, terrível. Logo que Rafael entrou na Rua Monsenhor Ivo Zanlorenzi, foi atingido pelo supercarro do deputado Fernando Carli Filho, “a mil por hora”. O impacto foi tão violento que a cabeça do meu filho foi decepada pelo veículo do deputado. Carli dirigia a mais ou menos 191,75 km por hora – e só digo mais ou menos porque a fita do posto de gasolina, que fica próximo ao local do acidente, foi adulterada, senão teríamos a velocidade exata.
Enquanto a polícia se ocupava sabe-se lá com o quê impedindo de me avisar sobre a morte do meu filho, eu dormia pesadamente. Até que dois agentes funerários bateram à nossa porta em busca de negociarem o caixão. Atrapalharam-se ao perceber que nem eu nem Gilmar sabíamos de nada. Um dizia que o Rafael estava muito mal no hospital, enquanto o outro dizia que ele havia morrido. Deixamos os dois falando sozinhos na portaria e corremos ao telefone. A polícia transferiu a ligação para os bombeiros e eu perguntei: “Por favor, estão dizendo que o meu filho sofreu um acidente, mas acho que é um assalto.” – porque eu desconfiei que os agentes fossem assaltantes – “Não pode ser verdade.” Do outro lado da linha, o bombeiro tapou o fone e falou com o colega: “Tenente,é uma das mães daqueles rapazes que entraram em óbito.” Ao ouvir tais palavras, as minhas pernas tremeram, as mãos esfriaram e eu perdi a capacidade de pensar, entrando num pesadelo sem fim.
Enquanto eu chorava o meu filho, provas incriminadoras sumiam;enquanto eu processava o luto, testemunhas mudavam sua versão. Restava apenas a constatação do envolvimento do deputado Carli,mesmo porque esse não tinha jeito, ele tinha diversas escoriações pelo rosto,denunciando o acidente.
Parei de chorar e fui à luta. Aliás, parei de chorar, não; choro até hojee chorarei o resto da vida de saudades do meu pedaço Rafael. Enchi o peito de força, dessas que a gente não sabe de onde vêm; somente Deus e a minha fé Nele para explicar, e fui em busca de justiça. Entretanto, a Justiça é cega para uns e muda para outros. Não desisti, não me prendi à dor da perda, tampouco da injustiça que estraçalha meu coração.Ao invés de enterrar um filho, eu plantei um filho – exclamou Christiane,emocionada.
Enquanto Christiane atendia a uma ligação urgente, fiquei observando-a. Após perder um filho de maneira tão brutal, tragédia que deixa muitas mães em estado “zumbi” por tempos, às vezes pelo resto da vida,aquela mulher transmitia tanta força no olhar, tanta firmeza na voz, que me deixava embasbacada. Imaginei-a antes do acidente. Ela deveria ser dessas pessoas que se ligam na tomada no dia do nascimento e só se desligam quando falta pouco para o fim de suas existências. Admirável: é o substantivo que tenho para defini-la. Mulheres como Christiane nos impelem a colher o sumo exalado de seus poros para com ele confeccionarmos em nós o manto energético que parece envolvê-las.
Há um ano o acidente de Gilmar Rafael Yared e Carlos Murilo ocupa a mídia local. Fruto da luta incessante de Christiane e do esposo em busca de justiça. Para alguns paranaenses, como o taxista que me levou à mansão Yared, é “um exagero da mãe”. Há os que ironizam o fato de a morte de Rafael parecer ser a única no Estado. A essas pessoas, Christiane devolve resposta firme: “Sim, acidentes acontecem todos os dias, mas eu não aceito enterrar um filho, plantarei um filho e regarei a terra com lágrimas que vão valer a pena, pois colherei frutos” – disso Chris não tem dúvidas. Mas nem só de ignorância vive o Paraná; ao contrário, a maioria da população, para o alívio dos crentes na salvação do homem, se solidariza com a batalha dessa mãe incansável, que busca justiça, não só para o seu filho, mas para o filho de outras famílias; que engole a sua dor para consolar a dor de outras mães que não conseguem se reerguer sozinhas e “plantar o filho”.
No primeiro momento, a frase me soou estranha, mas Christiane, com a arte da eloquência que lhe é intrínseca, fez-me compreender: – É quando você entende que a morte não venceu. Creio que a morte vence quando ela entra na tua alma e te mata junto. Daí você passa os dias deprimida, num quarto escuro – nega qualquer manifestação da vida para “chorar” o filho morto. Ora, você pode chorar teu filho e dar continuidade à tua família, ao teu trabalho e, o que é mais importante,fazer diferença no mundo. Mudar o que está errado; se é a legislação,então, vamos modificá-la – o povo pode promulgar leis, basta unidade.– Eu vejo – continua Christiane, persuasiva – uma grande cidade iluminada e penso: ela é feita de luzinhas que, se apagarem aqui e ali,nosso país irá se transformar em completa escuridão. Portanto, restaurar a família após uma perda tão significativa como a de um filho é a primeira tarefa da mãe. Ela deve se reestruturar, compreender o momento pelo qual está passando e aceitar. A morte é um aprendizado. Ninguém diz à mãe na maternidade que aquele bebê será arrancado dela, mas, se isso acontece, é preciso parar de culpar a Deus, à vida e assumir a sua parcela de culpa. Sim, temos culpa nas mortes dos filhos ceifados pelo assalto,sequestro, acidente de trânsito, pois, o que fazemos a respeito? Nada.

Christiane
Aos vinte dias da morte do Rafael, uma mãe me ligou. Essa mãe estava com 42 kg, morrendo com câncer no pâncreas. A doença dela era consequência da imensa tristeza sentida pela morte do filho, Danilo.Após chorarmos muito, ela, Sueli, me contou que um policial entrou em sua casa, na hora do almoço, e executou o filho pelas costas. Ele havia confundido o rapaz com um traficante procurado e, ao perceber o seu engano, pediu desculpas e saiu. Eu pensei: Deus, que terrível ver o filho morrer dessa maneira, e injustamente!Num momento mais calmo da conversa, eu perguntei se havia outros filhos, marido; ela disse que sim. Rapidamente aconselhei-a se esforçar em busca da cura, pois a família dela precisava da sua força e orientação.Mas Sueli acreditava não ter força para se reerguer. Eu sou uma mulher crente em Deus, e é Ele que me levanta todas as manhãs. Por isso, sugeri que orássemos em prol da saúde dela.Passada uma semana, a Sueli voltou a me ligar dizendo que havia dormido melhor naqueles dias e gostaria de orar comigo novamente. Eu perguntei à Sueli se, caso Deus a curasse, ela se comprometeria a colaborar com a ONG que eu estava criando. Sueli disse que não havia esperança e os médicos mandaram-na morrer em casa. Fiquei brava, pois a desistência mexe comigo para valer, e disse: “Conheço um Deus a que nada Lhe é impossível e tudo pode”. Oramos e eu voltei ao projeto.Num mês e meio o telefone volta a tocar; do outro lado da linha ouço a voz animada da Sueli, dizendo que o câncer havia sumido e que ela estava ótima, até havia pintado o cabelo e já estava pronta para me ajudar no projeto. Atualmente, a Sueli é grande colaboradora da ONG,participativa nos encontros de mães realizados às terças-feiras.
A NAVI – Núcleo de Apoio à Vida nasceu para assistir mães que perderam seus filhos nas situações mais adversas. Lá elas recebem apoio de psicólogos, advogados, assistentes sociais, além de encontrarem um lugar para desabafar sua dor.
Ao chegar à ONG, as mães percebem que não são as únicas que perderam o filho; existem outras, e atuar para a mudança da legislação brasileira é a maneira de plantar esse filho, pois enterrá-lo, jamais.

Gilmar filho de Christiane
Em geral, a primeira pergunta das mães é: “Por que Deus permitiu?” Ora, Deus nos permite agir e colher os frutos da ação. Cabe a nós escolhermos a postura frente à vida. Se eu acho que um juiz está correto em aplicar pena de 100 cestas básicas ao infrator de trânsito, eu mereço a violência em que o Brasil vem se transformando. Afinal, quantas cestas básicas valem um filho? Cem, mil? Um absurdo! Mas é lei. Devo aceitar ou lutar para modificar? O futuro do homem é resultado de suas decisões. A religião  chama isso de livre-arbítrio. Ele é real, suas consequências também. Lutar por um mundo melhor é obrigação do ser humano, não de Deus. Perdeu o filho para o crack? Lute para que outros não se envolvam com as drogas. Seu filho morreu de beber? Lute contra o alcoolismo.Seu filho morreu de câncer, ou de infarto? Busque recursos para hospitais que mal param em pé devido à falta de verbas; visite esses doentes, quem sabe o caso deles tem solução e você pode ajudar.
O inadmissível é fazer da morte do seu filho o motivo para fugir às obrigações social e moral, destinadas aos habitantes da Terra. Há mães que preferem a escuridão. A escuridão é confortável, nela não há necessidade de procurar forças para colocar o pé no chão pela manhã, desenvolver as tarefas, fazer sua parte no mundo. No quarto, você pode se jogar na cama, usufruir das benesses da depressão, sem culpa, sem julgamento, pois, afinal, irão olhar para você e sentir pena – você está perdoada, perdeu um filho. A perda, por si só, é a desculpa perfeita para a fuga das responsabilidades. O que essas mães não percebem é que elas matam o marido e os outros filhos com elas, desmantelam a família inteira.

Carlos-amigo de Gilmar que tambem morreu no acidente
A essas eu pergunto: “Quem disse que a sua dor tem o direito de destruir o outro? A morte do teu filho não pode se transformar numa arma a ser utilizada para exterminar a família inteira.”Há o tempo do luto. Mas você pensa que a dor passa? Não, a dor será a sua eterna companhia, a lacuna não será preenchida por nada, tampouco pelos outros filhos. Entretanto, acredite, se você morrer junto com o teu filho amado, simplesmente acaba tudo. Eu choro diariamente a falta do Rafa, mas sorrio aos outros filhos, à neta. Não me excluo da vida deles, ao contrário, procuro ser presente, ajudando-os a vencerem seus obstáculos. Se a perda do Rafael abriu um buraco em mim, perder o marido, a neta, os outros filhos me mataria. Vivenciei vários estágios da dor; passei pela dor da revolta, depois a dor da perda, e finalmente a da aceitação – essa é a mais complicada, porque não tem volta. Mesmo crendo na eternidade, no reencontro com o filho, um dia; saudade é saudade.
Aqui na Terra a semente “Rafael”brotará em árvore frondosa, onde mães poderão descansar da sua dor e manterem as luzes da cidade acesas – finalizou Christiane.
Levei alguns segundos para desligar o gravador. Minha atenção estava voltada para as palavras de Christiane, que nos penetra e faz pensar: Será que eu conseguiria me reerguer assim? Perder um filho é mais que uma ferida a cicatrizar, é existir em carne viva, pois subverte a ordem cronológica,alterando valores e hábitos.
Perder a extensão do seu corpo,  do seu sangue deve ser como Christiane afirma: “escuridão”. Sair dessa escuridão onde dor e sofrimento nos abatem sem tréguas é ato incompatível com a força humana. Entretanto, quando não se pode vencer, é possível adaptar-se, ou seja, encontrar a maneira de conviver com essa dor sem Nome. “Ocupar-se, ocupar-se”, diriam os psicólogos. Christiane criou a sua receita: plantou o filho e se ocupa de ele se transformar em árvore,gerar sombra e proteção a outros garotos que correm o risco de morrerem no trânsito, diariamente; e de iluminar a escuridão de outras mães.
 Staël Gontijo
Extraído do livro de Staël Gontijo
A coragem que vem de dentro : histórias de pessoas que superaram grandes traumas
Belo Horizonte : Gutenberg, 2010.

Fonte: http://mulheresferidasquevoam.com/3020/a-morte-do-teu-filho-nao-pode-se-transformar-numa-arma-a-ser-utilizada-para-exterminar-a-familia-inteira - Acesso em 29/01/2014

Trânsito entre países: Saiba como dirigir no Mercosul

CNH brasileira pode ser utilizada se estiver dentro do período de validade. Seguro para terceiros é necessário
Foto: Rodrigo Assmann
Pegar a estrada para conhecer países vizinhos é uma opção tentadora para quem vive em solo gaúcho, já que a proximidade territorial entre o Rio Grande do Sul e os países do Mercosul facilita o deslocamento com automóvel de passeio. Para que a aventura sobre rodas seja bem-sucedida, é indispensável ficar atento à documentação necessária para circular no Uruguai, na Argentina e no Paraguai sem contratempos.

A Carteira Nacional de Habilitação (CNH) brasileira pode ser utilizada para transitar nos países do Mercosul em períodos curtos (passeios de poucos dias), sem necessidade de providenciar a Permissão Internacional para Dirigir (PID). A gestora administrativa de um Centro de Formação de Condutores (CFC) de Santa Cruz do Sul, Adriana Weiss, destaca que é preciso observar o prazo de validade da CNH. No Brasil, o condutor ainda pode trafegar 30 dias após o vencimento da carteira, o que não se aplica nos países vizinhos.

Quem pretende viajar também deve providenciar a carta verde, como é chamado o seguro obrigatório contra terceiros em países do Mercosul. Verificado na fronteira entre os países, o documento pode ser obtido por meio de seguradoras (pessoalmente ou pela internet). O proponente de seguros de uma empresa santa-cruzense, Carlos Eduardo Dias, explica que o valor da carta varia de acordo com a duração da viagem em território estrangeiro e os países que o condutor pretende percorrer.

Estudo: quem trabalha no trânsito está mais sujeito a doenças

Os profissionais que trabalham diariamente no trânsito, expostos à poluição das ruas, estão mais sujeitos a doenças do que os que atuam em áreas menos poluídas. A conclusão é de um estudo feito, na capital paulista, por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade de São Paulo (USP) e Harvard (EUA).
Os pesquisadores acompanharam grupos altamente vulneráveis aos gases poluentes expelidos pelos veículos: 71 taxistas e 30 funcionários Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que são responsáveis pela fiscalização do trânsito. Para efeito de comparação, foi analisado um grupo menos vulnerável, de 20 trabalhadores do Horto Florestal, que fica na Serra da Cantareira, região da capital com menor nível de poluição.Após quatro anos de pesquisa, os cientistas chegaram à conclusão de que o grupo exposto à poluição do trânsito sofreu vários tipos de danos no organismo. A pesquisa envolveu 90 cientistas, de especialidades como oftalmologia, clinica médica, cardiologia, pneumologia, patologia e até matemática.
O coordenador da pesquisa, o professor Paulo Saldiva, do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP, disse que o ar poluído provocou inflamação nos olhos e pulmão, alterações na pressão arterial e no ritmo cardíaco, distúrbio pró-coagulante, maior tendência à obesidade, conjuntivite, rinite e maior número de quebras cromossômicas, o que significa mais risco de câncer, "tanto nas mucosas expostas, quanto nas células circulantes", afirmou.
Além de professor da USP, Saldiva é membro do Comitê Científico da Universidade de Harvard e fez parte do Comitê da Organização Mundial da Saúde (OMS) que definiu padrões de qualidade do ar. Ele destacou que, além do maior risco de doenças, os taxistas e controladores de tráfego apresentaram "ações adaptativas", ou seja, quando o corpo precisa se adaptar e trabalhar no limite, devido às situações de ruído e estresse, comuns aos grandes centros urbanos. "Por exemplo, no controle da pressão arterial, o sistema que inibe que a gente aumente a pressão está ligado no máximo", explicou.
O estudo avaliou também as variações no estado de saúde dentro do grupo mais exposto à poluição. Ficou comprovado que, à medida em que os poluentes aumentam, o organismo também piora.
As conclusões foram apresentadas hoje, na cidade de São Paulo, durante o Seminário Científico da Poluição Ambiental. Segundo Saldiva, os estudos ainda não estão concluídos e a apresentação de hoje trouxe uma noção geral dos resultados. Os cientistas ainda formularão um relatório que será encaminhado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que financiou a pesquisa.
Fonte:

27 de jan. de 2014

Métodos e Técnicas Educativas para a Mobilidade Segura - Curso em Florianópolis


INSCRIÇÕES ENCERRADAS!
Participarão do curso:
2 pessoas de Barra do Corda/MA
7 de Brasília/DF
3 de Brusque/SC
2 de Curitiba/PR
2 de Divinópolis/MG
1 de Fazenda Rio Grande/PR
1 de Garanhuns/PE

1 de Ibirubá/RS
1 de Indaiatuba/SP
1 de Joinville/SC
1 de São Bento do Sul/SC
1 de São Francisco do Sul/SC
2 de São Paulo/SP
4 de São Sebastião do Paraíso/MG
2 de Timbó/SC.
Em breve, informações sobre o próximo curso.

Local do curso: Hotel Itaguaçu – Av. Gov. Ivo Silveira, 3861 – Florianópolis - SC
Fone : 48-3954.2600 - www.hotelitaguacu.com.br - itaguacu@hotelitaguacu.com.br

Horário: das 8:30 às 12:00 e das 13:30 às 18:00.

Objetivos
Proporcionar a aquisição de conhecimentos sobre conteúdos, métodos e técnicas educativas de trânsito, para o desenvolvimento de aulas, palestras, campanhas educativas e demais atividades em prol da mobilidade segura.

Público Alvo:  Gestores de trânsito, coordenadores de educação para o trânsito, professores, supervisores, orientadores e demais interessados nos temas. (Turmas com até 40 participantes)


Metodologia e Recursos Educativos: Dinâmicas individuais e de grupo, exposição de motivos, exemplificação, slides, imagens, músicas, vídeos, exercícios práticos e muito mais.




Veja como foram os cursos em:

·         Itajaí - SC: Clique aqui!

·         UFPA - PA: Clique aqui!

·         Detran - PA: Clique aqui! 

·         Rio Verde - GO: Clique aqui!

·         Goiânia - GO: Clique aqui!

·         Rio de Janeiro - RJ: Clique aqui!
·         São Paulo - SP: Clique aqui!
·         Salvador - BA: Clique aqui!
·         São José – SC: Clique aqui!

Facilitadores
Irene Rios, Mestra em Educação; Especialista em Ambiente, Gestão e Segurança de Trânsito e em Metodologia de Ensino; Professora universitária de Educação para o Trânsito, Campanhas Educativas de Trânsito e Educação de Trânsito para Crianças e Adolescentes; Autora de artigos e livros na área de Educação para o Trânsito.

Rodrigo Calistro ministra oficinas de dramaturgia e contação de histórias. É contador de histórias desde 2004, possui mais de cem contos na memória, histórias bem costuradas e para todas as idades. 

Investimento: R$ 490,00

Incluso: coffe break,

Os participantes receberão o livro Guia Didático de Educação para o Trânsito, de Irene Rios e o  certificado de participação.

Forma de pagamento: Depósito Bancário
Banco do Brasil
Agência: 2638-7 - Conta: 38842-4
Favorecido: EDUTRANEC – Educação para o Trânsito e Eventos Culturais

A confirmação da inscrição acontece após o envio do comprovante de pagamento, ou do empenho, pelo e-mail: treinamentos@edutranec.com


Valor da hospedagem no Hotel Itaguaçu (Local do curso)

Apto Single Standard - R$ 78,00
Apto Single Luxo - R$ 109,00

Apto Duplo Standard - 130,00
Apto Duplo Luxo - R$ 150,00

Incluso café da manhã;
Estacionamento - R$ 8,00 

EDUTRANEC – Educação para o Trânsito e Eventos Culturais Ltda. Me.
(48) 3246-8038 / (48) 8496-1702 - treinamentos@edutranec.com

12 de jan. de 2014

Educação no trânsito para crianças começa a ser mais valorizada no país


Iniciativas para reduzir os acidentes se espalham e têm na internet uma grande aliada.

Apontada por governos e entidades como a melhor alternativa para a redução de acidentes, a educação no trânsito para crianças começa a ser mais valorizada, diante do crescimento das cidades e do aumento da frota de veículos.

Iniciativas espalhadas pelo país oferecem jogos educativos e orientações para essa faixa etária. Uma delas é o Espaço Kids, programa hospedado no site do Comando Rodoviário da Brigada Militar do Rio Grande Sul (CRBM-RS), criado há pouco menos de um ano. 

Outras ações também auxiliam os adultos na divulgação de ações de trânsito. As iniciativas contam com o apoio da internet na educação de crianças e adultos.

De acordo com a Assessoria de Comunicação do Comando, a ideia de abrigar um hotsite educativo direcionado às orientações de trânsito surgiu com a reformulação do site da corporação. O objetivo da mudança consistia em oferecer algo novo para o cidadão que acessa a página, incluindo um espaço com foco nas crianças.

A carência de informações sobre o trânsito para o público infantil foi outro aspecto avaliado pelo CRBM-RS para desenvolver o Espaço Kids.

O Comando confia que a infância seja a fase ideal para educar os futuros motoristas. “A decisão em usar jogos que chamam a atenção desse público está no fato de que, hoje em dia, jovens e crianças dominam o mundo virtual. Por isso, a corporação procurou se beneficiar dos recursos que a Tecnologia da Informação (TI) oferece”, afirma o sargento Clayton Vigano Pinter, criador e idealizador do projeto.

Para o psicólogo Hartmut Günther, professor e coordenador do Laboratório de Psicologia Ambiental Universidade de Brasília (UnB), quanto antes se tem acesso ao conhecimento, mais o cidadão se educa e maior é o aprendizado.

“À medida que o ser humano cresce, ele vai aperfeiçoando o que aprendeu. De modo geral, o comportamento do jovem testa limites, seja com pais e professores ou com suas habilidades motoras. É na adolescência que a pessoa assume uma série de comportamentos de risco. Portanto, é uma tendência natural que uma boa educação paute o jovem a se controlar e o condicione a ter ciência das regras e dos limites, tanto na fase juvenil quanto na adulta”, diz Günther.

O Espaço Kids oferece quatro jogos lúdicos que envolvem identificação de placas de trânsito e um jogo de perguntas e respostas sobre regras e boas práticas.

De acordo com o sargento Pinter, foram feitas pesquisas de campo e na internet para que o projeto ganhasse corpo e se tornasse ao mesmo tempo instrutivo, divertido e agradável para as crianças.

“O Comando não criou os jogos. Todos estão disponíveis e têm livre acesso na web. Foi feita uma seleção dos mais apropriados ao projeto, e tais dinâmicas foram agrupadas para o hotsite. Dessa maneira, todos os jogos podem ser acessados mais facilmente.”

O Espaço Kids não recebe apoio financeiro ou institucional de autoridades ou entidades. Segundo Pinter, o projeto é mantido pelos servidores do CRBM-RS.

O esforço da corporação tem valido a pena. Apesar de as estatísticas apontarem os acessos gerais ao site do Comando, e não especificamente ao Espaço Kids, de acordo com o sargento, as visualizações tiveram aumento significativo no decorrer do ano. “As visitas superaram em muito as expectativas do CRBM-RS. Em fevereiro de 2013, primeiro mês depois da revitalização, foram registrados 267 acessos. Esse montante deu um salto para 16.660 visitas em agosto último.”

O sargento afirma que o Comando não está preocupado com números, quando se trata do projeto educacional. “No que se refere a crianças e à vida da população, qualquer que seja o benefício já faz com que o projeto seja considerado de grande utilidade pública e pessoal.”

Pinter acredita que o Espaço Kids possa fazer com que os motoristas do futuro sejam mais conscientes e responsáveis, mudando os patamares de acidentes e de mortes registrados no país.

De acordo com dados do Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF), em 2011, ano do último levantamento disponível, foram registrados 188.925 acidentes nas estradas federais do Brasil. Desses, mais de 7 mil foram fatais e 63.980 tiveram vítimas. 

No ano anterior, foram contabilizados 182.900 acidentes nas estradas federais, com mais de 7 mil mortos. Em 2009, 158.893 acidentes foram registrados, sendo 5.976 deles fatais.

O professor Günther, da UnB, enfatiza a importância da educação no trânsito para as crianças. “É fundamental incentivá-las em atividades mais positivas no dia a dia. Isso envolve pais, professores e responsáveis. Apresentar dinâmicas educativas auxilia em uma formação mais adequada em qualquer aspecto, inclusive nas práticas de trânsito.”

Professores
O pedagogo Neri Antonio Santos desenvolveu o site Atividades Educativas há oito anos. Morador de Chapecó (SC), ele criou a página para auxiliar os professores que utilizavam os laboratórios de informática da cidade. 

“Naquela época, a informática estava sendo implantada nas escolas do município e havia muito pouco material pedagógico on-line disponível. Além disso, o conteúdo existente era vinculado a materiais inapropriados para a utilização e visualização de crianças e adolescentes.”

As temáticas ligadas à educação no trânsito surgiram na página em 2007. Santos desenvolveu um projeto com os alunos (crianças e adolescentes) do Centro Social Marista de Chapecó, onde atuava como orientador social de informática. “Pesquisei as atividades interativas sobre o assunto e constatei que quase não existia esse tipo de material. Para facilitar o acesso ao conteúdo, decidi centralizar no site as dinâmicas encontradas na internet.”

O link das atividades ligadas à educação no trânsito possui mais de 200 itens, entre jogos, histórias e cartilhas. Algumas delas foram criadas pelo próprio pedagogo. 

Segundo Santos, a escolha do conteúdo é realizada em cooperação com os usuários da página, que incluem professores, crianças e adolescentes. Eles enviam sugestões, indicações e solicitações de novas atividades.

De acordo com ele, as temáticas de trânsito possuem vários acessos diários. Em setembro de 2013, foram computadas mais de 1.400 visitas ao conteúdo.

Santos é o único responsável pela manutenção do Atividades Educativas. Ele arca com os custos de hospedagem, pesquisa e desenvolvimento. “As publicidades disponibilizadas no site ajudam na manutenção da página.”

O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), por meio de sua Assessoria de Comunicação, afirma que iniciativas semelhantes ao Espaço Kids e ao Atividades Educativas são disseminadas por todo o país, de forma independente.

A autarquia ratifica que o programa Parada pela Vida, lançado em setembro do ano passado, é considerado o principal movimento do país para a redução de acidentes e concentra três pilares: educação, fiscalização e sensibilização.

A assessoria destaca que o Parada realiza várias ações direcionadas à educação no trânsito, baseada nas orientações da Portaria nº 147/2009, que determina as Diretrizes Nacionais da Educação para o Trânsito na Pré-Escola e no Ensino Fundamental.

O Denatran enfatiza que tem realizado os esforços necessários para que as ações voltadas à mobilidade urbana e à segurança no trânsito sejam traduzidas na diminuição dos acidentes. E ressalta ainda que, para que uma mudança relevante aconteça, é necessária a participação de toda a sociedade.

O site do Detran de Sergipe possui um link com jogos educativos, entre eles o popular jogo da forca, em que o internauta é desafiado a adivinhar palavras referentes à sinalização de trânsito.

O link traz também um jogo da memória com figuras do trânsito e o Desafio do Trânsito. A reportagem tentou falar com o Detran de Sergipe sobre a iniciativa, mas não conseguiu contato. 

A Perkons, empresa que desenvolve tecnologias para a segurança no trânsito, com sede em Pinhais (PR), mantém, desde 2003, o site Trânsito Ideal.

A especialista em trânsito Maria Amélia Marques Franco, gerente de Marketing da companhia, afirma que o projeto é uma ferramenta para instrutores e professores ligados à educação infantil e a cursos de formação de condutores e de reciclagem. “A escolha da internet foi decisiva para democratizar o conteúdo a todas as pessoas que trabalham com o trânsito ou buscam dicas de segurança para seu dia a dia”, diz a gerente.

O site traz dicas de comportamento seguro para cada um dos papéis exercidos no trânsito: o motorista, o motociclista, o ciclista, o passageiro e o pedestre.

Segundo Maria Amélia, desde que foi colocada no ar, a página é atualizada com novos conteúdos e com nova identidade visual, acompanhando as inovações da plataforma web. “O objetivo é levar dicas de educação para o trânsito de forma rápida, prática e atualizada.”

O site foi lançado com o nome Educação para o Trânsito. A nova versão está disponível desde maio de 2013, quando houve a mudança de nome. “A troca traduz a mensagem que a empresa quer passar:; a de que um trânsito ideal é possível”, destaca Maria Amélia.

“A Perkons leva, por meio dos professores e instrutores, a educação a centenas de milhares de pessoas. O professor do 1° ao 5° ano do ensino fundamental tem um espaço especial com sugestões de atividades e jogos para aplicar aos alunos.”

Os temas, de acordo com a gerente, são desenvolvidos por um profissional com especialização em Gestão da Mobilidade Urbana e da Saúde Pública. “Ele realiza o trabalho de pesquisa e elaboração dos textos e também recebe contribuições de outros profissionais, como na área denominada Espaço para o Educador.”

O Trânsito Ideal é promovido em ações institucionais da Perkons com os clientes da empresa e para os profissionais da área de trânsito que compõem o mailing da companhia.

A página é também recomendada em links e em espaços de outras organizações que apoiam o projeto. Além disso, o site possui uma fanpage nas redes sociais com mais de 3 mil seguidores.

Maria Amélia afirma que a informação é essencial para a mudança de comportamento no trânsito. “Por isso, a empresa compartilha o conhecimento com todos os interessados.”


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Letícia Simões








Agência CNT de Notícias

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