22 de dez. de 2012

Empresa cria faixa de pedestres que acende quando atravessada


Idealizada por uma criança, a iniciativa busca tornar os cruzamentos mais seguros

É uma coisa rara de acontecer, mas assim que um pedestre põe os pés na faixa, todos os carros deveriam parar. Uma boa iniciativa vinda da Holanda pode evitar que os motoristas usem a desculpa do “fingiu que não viu” e, ao mesmo tempo, convencer os pedestres a atravessarem sempre no lugar certo. A empresa norte-americana IBM criou uma faixa de pedestres que acende quando atravessada.

A ideia surgiu quando a empresa buscava soluções para chegar a um conceito de “Smarter Planet”, ou Planeta Inteligente, em português. Diante da falta de criatividade de suas equipes de comunicação, a IBM decidiu perguntar a uma série de crianças como o nosso planeta poderia ser mais inteligente de forma simples e convincente.

As crianças, dentre outras ações originais, pensaram em como fazer um cruzamento mais seguro. Para incentivar que motoristas e pedestres respeitassem as faixas, bastava chamar mais atenção para elas. E por que não se elas emitissem luz?

A ideia foi colocada em prática em uma das ruas mais movimentadas de Roterdã. O resultado pode ser conferido no vídeo a seguir.



Créditos para Catraca Livre.

Fonte: http://direitodeirevir.blogspot.com.br/2012/12/empresa-cria-faixa-de-pedestres-que.html?spref=fb -Acesso em 22/12/2012

Aula de Projetos em Educação para o Trânsito - Francisco Beltrão - PR

Disciplina de Projetos em Educação para o Trânsito, ministrada por Irene Rios, nos dias 15 e 16 de dezembro de 2012, em Francisco Beltrão - PR, no curso de Pós-Graduação em Educação para o Trânsito.




21 de dez. de 2012

Dilma sanciona nova lei seca que endurece fiscalização


A presidente Dilma Rousseff sancionou ontem mudanças na lei seca endurecendo a fiscalização da embriaguez ao volante. As alterações serão publicadas hoje no "Diário Oficial da União", e passam a valer imediatamente.







A proposta, aprovada na terça pelo Senado, torna válidos novos meios para identificar um condutor alcoolizado, além do bafômetro.

Há ainda uma alteração no Código de Trânsito Brasileiro que dobra a multa aplicada a quem for pego dirigindo embriagado: dos atuais R$ 957,70 para R$ 1.915,40, valor que pode dobrar em caso de reincidência em 12 meses.

O Planalto tinha até o dia 10 de janeiro para sancionar o projeto, mas a presidente acelerou o trâmite da lei para que as novas medidas passem a valer para as festas de fim de ano -quando há aumento do consumo de álcool e de acidentes.

NOVAS PROVAS

Entre os meios que passam a ser aceitos para comprovação da embriaguez estão o depoimento do policial, vídeos, testes clínicos e testemunhos. Essa parte da lei depende ainda de uma regulamentação do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) e a previsão é que isso seja publicado nos próximos dias.

Editoria de Arte/Folhapress
VALE ESTE - MUDANÇAS NA LEI SECA Projeto segue para sanção presidencial
O agente de trânsito poderá ainda se valer de qualquer outro tipo de prova que puder ser admitida em tribunal.
Antes da mudança, era considerado crime dirigir sob a influência de drogas e álcool -a proporção é de 6 dg/L (decigramas por litro) de sangue-, mesmo sem oferecer risco a terceiros, e o índice só poderia ser medido por bafômetro ou exame de sangue.
Como ninguém é obrigado legalmente a produzir prova contra si mesmo, é comum o motorista se recusar a passar por esses exames, ficando livre de acusações criminais.
Além disso, a interpretação da lei vigente feita em março pelo Superior Tribunal de Justiça dizia que só bafômetro e exame de sangue valiam como prova. Na prática, isso enfraqueceu a lei seca.
Com a nova regra, o limite de 6 dg/L se torna apenas um dos meios de comprovar a embriaguez do motorista. O crime passaria a ser dirigir "com a capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou outra substância psicoativa que determine dependência".
Ao condutor será possível realizar a contraprova, ou 

seja, se submeter ao bafômetro ou a exames de sangue para demonstrar que não consumiu acima do limite permitido pela legislação.

Ficam mantidas a suspensão do direito de dirigir por um ano para quem beber qualquer quantidade e o recolhimento da habilitação e do veículo.

Palestra em Caçapava - SP

Palestra ministrada por Irene Rios, em Caçapava - SP, no dia 7 de dezembro de 2012.






17 de dez. de 2012

Vai viajar de moto? Veja dicas de segurança e o que checar

Especialistas apontam precauções para realizar viagens mais seguras.

Além de cuidados mecânicos, motociclista deve ter experiência.



Rafael Miotto
Do G1, em São Paulo

Protetores de motor e de mão deixaram na Trophy deixaram a F 800 GS mais aventureira (Foto: Flavio Moraes/G1)
Como na estrada as velocidades são maiores, é
fundamental ter experiência para conduzir motos
(Foto: Flavio Moraes/G1)
Apesar de representarem cerca de 20% da frota brasileira, segundo dados mais recentes do Departamento Nacional de trânsito (Denatran), as motocicletas foram responsáveis por 69% das solicitações do seguro DPVAT (Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Terrestre) no primeiro semestre de 2012, de acordo com a Seguradora Líder, responsável pelo seguro. Com a chegada das festas de fim de ano e férias, e o aumento do movimento nas estradas, é preciso redobrar os cuidados.
Como a motocicleta deixa o usuário mais vulnerável, o G1 reuniu uma série de cuidados para aqueles que vão viajar. Como as velocidades nas rodovias costumam ser superiores às do perímetro urbano, não é recomendado a quem não tem muita experiência pegar a estrada nesta época. “Para se andar de moto em uma autoestrada deve-se ter mais conhecimento, sua condução necessita de mais atenção que a de um carro”, explica André Horta, analista de segurança viária do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi).
ANTES DE PEGAR ESTRADA

- Concentração
Devido à menor proteção que uma moto traz, é necessária extrema concentração para conduzi-la. “Evite pilotar se sentir cansaço, sonolência ou estiver sob efeito de medicamentos que possam causar algum efeito colateral”, explica Renato Matsuda, instrutor de pilotagem do Centro Educacional de Trânsito Honda. Lembre-se de que a mínima desatenção pode resultar em uma queda. Obviamente, “não é recomendado sair para uma balada e beber antes de viajar”, acrescenta Horta, do Cesvi.

- Estudar o destino e condições de tempo
Para evitar imprevistos, é sempre bom traçar o roteiro da viagem, reunindo informações sobre as condições do pavimento, o clima e se existem postos para alimentação e abastecimento no caminho. “É necessário também que o motociclista faça uma parada a cada 90 minutos para movimentar os músculos. Isso ajuda a evitar os efeitos da fadiga e da ação do vento”, segundo Matsuda. O roteiro também deve estar ligado ao tipo de moto utilizada; uma esportiva pode ter problemas em trecho com lama, por exemplo.

Cuidados mecânicos com as motos (Foto: Rafael Miotto/G1)
Motociclista pode fazer uma inspeção visual na
moto, mas, ao verificar algo diferente, deve
levá-la a um mecânico  (Foto: Rafael Miotto/G1)
- Cuidados mecânicos
Alguns itens básicos como pneus, nível de óleo do motor, nível de fluído de freios e nível da água do radiador podem ser checados pelo próprio usuário, seguindo instruções do manual do proprietário. “É recomendada uma inspeção visual prévia e, caso note alguma anomalia o ideal é levar a moto a um mecânico especializado, o que dará mais segurança para a sua viagem”, explica Edson Esteves, professor do curso de engenharia mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).

“Porém, se o veículo já não é novo ou seminovo, o ideal é levar diretamente ao especialista, para que faça uma verificação mais profunda”, acrescenta Esteves.
Equipamentos de proteção são essenciais (Foto: Gustavo Epifanio/G1)
Só o capacete é obrigatório por lei, mas roupas,
luvas e botas especializadas são importantes
(Foto: Gustavo Epifanio/G1)
- Equipamentos de proteção
Além do tradicional capacete, que deve ter o prazo de validade sempre checado, outros equipamentos auxiliam a segurança do motociclista. “O capacete deve ser ajustado de maneira a não ficar frouxo e a viseira precisa estar limpa e sem riscos; deve-se andar com ela sempre fechada. Calças, jaquetas, luvas e botas também são indicadas”, explica Matsuda.

Apesar de a legislação brasileira só prever o uso obrigatório de capacetes, itens especiais para a proteção são vendidos em lojas para motociclistas. A capinha de chuva também é sempre bem-vinda. Roupas de cores mais vibrantes fazem o motociclista ser visto mais facilmente na estrada, ajudando a prevenir acidentes.

Motociclista teve o pescoço cortado por uma linha de pipa com cerol (Foto: Reprodução/EPTV)
Linha de pipa pode ferir e até matar
motociclistas (Foto: Reprodução/EPTV)
- Linha de pipa
Com a chegada das férias escolares, é possível notar o aumento de pipas nos céus e muitas com linhas de cerol. “Existem acessórios como as antenas de proteção, além de vestimentas que procuram anular o efeito da linha de pipa”, explica Horta.

Estas antenas são encontradas em lojas especializadas e custam de R$ 20 a R$ 70. Já os protetores de pescoço partem de R$ 50.
- Ajeitando a bagagem
Pode-se levar a bagagem da viagem em mochilas, fixadas no bagageiro ou dentro de malas específicas, presentes em algumas motocicletas. O ideal é não exagerar no peso – checar manual do proprietário sobre a carga máxima – e deixar os objetos bem fixos. É recomendado embalar o conteúdo da bagagem com sacos plásticos, para evitar que molhem com a chuva. O mesmo deve ser feito com documentos pessoais e os da moto.

Pneus em bom estado e calibrados garantem aderência (Foto: Rafael Munhoz/G1)
Pneus em bom estado e calibrados garantem
aderência (Foto: Rafael Munhoz/G1)
- Calibragem e estado dos pneus
Se em um carro a calibragem dos pneus já é importante, na moto ela é ainda mais imprescindível. “A calibragem errada dos pneus pode significar a perda de aderência ao solo”, explica Horta.

Ela pode influir na estabilidade da moto e diminuir seu poder de frenagem. “Se o pneu estiver muito murcho, pode até escapar da roda”, alerta o especialista em segurança veicular. “Um pneu careca também pode causar acidentes”, acrescenta o especialista em segurança.

- Kit de 'sobrevivência'
Caso necessite fazer algum reparo básico ou ajuste, como esticar a corrente, é bom ter em mãos um kit de ferramentas, com uma providencial lanterna, e até algumas peças pequenas, como fusíveis. “É importante levar ferramentas, fita isolante e chaves, assim o próprio motociclista pode consertar a moto, se tiver um pouco de conhecimento”, explica Esteves. “Câmara de ar, lâmpada de farol e da lanterna traseira também podem ser úteis”, completa Matsuda.

NA ESTRADA

- Acostamento
Segundo a Polícia Militar, “o uso do acostamento é exclusivo para emergências, que podem ser do carro, do motorista ou de algum ocupante”. Também é permitido parar no acostamento para ajudar alguém. Mas parar nessa faixa sem necessidade, além de gerar multa, pode resultar em acidente.

Se houver motivo para usar o acostamento, o polícia aconselha o motociclista a ligar o pisca-alerta da moto. “Caso o acostamento seja a única solução, o ideal e parar e sair da moto, indo para fora da estrada”, orienta Horta.
Neblina em SP (Foto: Léo Barrilari/Frame/AE)Neblina em SP (Foto: Léo Barrilari/Frame/AE)
- Chuva e neblina
Em condições de chuva, além da menor visibilidade, a aderência com o solo diminui e é possível ocorrer a aquaplanagem – momento no qual o pneu perde contato com o solo devido a camada de água.

“Em curvas, evite inclinar demasiadamente a moto e tome cuidado com as poças, pois podem esconder buracos e bueiros”, diz Matsuda. Caso a chuva esteja muito forte, o ideal é parar o veículo em local seguro; o mesmo vale para neblina forte.
“Mantenha uma distância de segurança e não confie na luz de freio do veículo da frente. Ela pode estar queimada”, explica o instrutor. Em caso de neblina, nunca usar o farol alto, pois este fará diminuir sua visão; o ideal é utilizar o farol baixo ou de neblina, se a moto tiver. Com piso molhado, também vale cuidado extra com as faixas da pista, que podem ficar mais escorregadias.
- Ultrapassagens
Como a moto possui uma aceleração, em sua maior parte, mais rápida que a dos carros, é necessário cuidado extra nos momentos de ultrapassagens para o motociclista ser notado. “Em alguns casos, o motorista simplesmente não vê o motociclista. Às vezes por estar em ponto cego ou simplesmente pela velocidade em que a moto está”, explica Horta. “Andar no corredor em alta velocidade pode ser muito perigoso”, acrescenta o analista do Cesvi.

moto estrada (Foto: Reprodução/EPTV)
Antes de ultrapassar, tenha certeza de estar
sendo visto (Foto: Reprodução/EPTV)
Ficar colado na traseira de caminhões, como se vê em estradas também não é seguro, pois, se o caminhão frear, a moto pode não ter espaço suficiente para parar. Além de disso, essa posição deixa o motociclista com o campo de visão reduzido. “Para fazer ultrapassagens, sempre se deve utilizar a faixa da esquerda”, alerta o instrutor Matsuda.
- Pneu furado
Como as motos não têm estepe, a não ser algumas Vespinhas raras, um pneu furado não é uma notícia muito boa. “Uma solução pode ser usar reparadores de pneus para poder levar a moto até uma borracharia”, explica Esteves, da FEI. Caso não tenha em mãos este item, vendido em lojas especializadas, e não tenha como chamar socorro, é possível rodar alguns quilômetros com o pneu furado, desde que seja o da roda traseira da moto.

Para fazer isso, você tem de direcionar a maior parte do peso de seu corpo para o eixo dianteiro da moto. Isso vai fazer que o ar escape menos do pneu. “Mas só é recomendado em situações extremas”, observa Esteves.
- Faça-se ser visto
É importante sempre manter o farol de lanterna ligado, assim os outros motoristas enxergarão o motociclista mais facilmente.

Evite rodar em pontos-cegos de outros veículos e, vale reforçar, procure optar por roupas com cores vivas.
Fonte: 

9 de dez. de 2012

Cinema rodoviário para educação no trânsito tem início em AL


Ação vai percorrer Maceió, Palmeira dos Índios e São Miguel dos Campos durante seis dias
Com o objetivo de prevenir acidentes de trânsito nas rodovias e conscientizar os usuários de veículos, a Polícia Rodoviária Federal de Alagoas (PRF/AL) deu início na manhã de terça-feira (4), a expedição Cinema Rodoviário, que exibe filmes educativos sobre segurança no trânsito para infratores nas estradas federais.
Cerca de 300 pessoas devem receber a orientação, segundo Alberto Albuquerque, da Comissão de Educação Regional para o Transito da PRF/Alagoas.
“Durante a fiscalização normal, serão verificados todos os itens de segurança e, caso haja alguma infração, o condutor é autuado e notificado. Após a punição tradicional, os infratores são convidados a assistir minipalestras ilustradas com vídeos educativos sobre os principais fatores e atitudes que provocam acidentes nas rodovias”, explicou.
Seu Gerson Barbosa dos Santos, que é motorista há mais de 20 anos, ressaltou a importância do evento e frisou que deve ser mais divulgado e realizado mais vezes no ano. De acordo com Alberto Albuquerque, este é o segundo ano em que o Cinema Rodoviário acontece no Estado, ocorrido no mês de dezembro, quando se aproximam as festas natalinas e a abertura do verão.
Os motoristas observavam atentos aos vídeos exibidos que não duraram nem cinco minutos de seu tempo. O primeiro mostrou um acidente onde a vitima fatal foi a filha de um casal que, por ser pequena, deveria estar usando adequadamente a cadeirinha. “O bem mais precioso do casal do vídeo foi subtraído por imprudência deles. A criança foi arremessada do banco de trás pelo parabrisa”, alertou o palestrante.
O segundo vídeo destacou a importância do respeito aos limites de velocidade em que o motorista ‘apressadinho’ ultrapassa um veículo menor e colide de frente com uma carreta em uma rodovia. No terceiro vídeo, um casal que está no banco de trás só que apenas a mulher usa o cinto também acabam morrendo, com o impacto do acidente o homem é jogado para cima da namorada e ambos acabam falecendo.
40 mil mortes por ano no Brasil
Por ano, no Brasil, mais de 40 mil pessoas morrem em decorrência de acidentes de trânsito, uma média de 110 pessoas por dia. Os números revelam que os acidentes não acontecem por acaso apontando que 90% são por imprudência e apenas 10% por deficiência de inclinação das rodovias ou falta de sinalização.
Para Albuquerque é de fundamental importância que os convidados que assistiram ao vídeo transforme esta realidade tomando uma atitude no sentido de mudar o trânsito. As ações do Cinema Rodoviário serão realizadas nos dias 4 e 5 em Maceió, 6 e 7 em Palmeira dos Índios, e 10 e 11 em São Miguel dos Campos.
Os estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, São Paulo e Goiás também foram contemplados.

4 de dez. de 2012

Como a França venceu a guerra do trânsito

ZH viajou a Paris para verificar a estratégia francesa que será modelo para o Rio Grande do Sul conter a violência em ruas e estradas. 

Um país com a reputação de ter motoristas mal-educados se tornou um dos modelos do Rio Grande do Sul no combate ao massacre nas estradas, responsável por tirar a vida de 2 mil gaúchos por ano.

Em viagem a Paris para verificar como a França está enfrentando as tragédias do trânsito, Zero Hora percebeu que os franceses, com quem o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) assinou acordo de cooperação, ignoram quando o pedestre põe o pé na faixa, andam com a motocicleta na contramão da pista do ônibus e desprezam o conselho de evitar o volante depois do tradicional vinho no jantar.

— Nós guiamos o carro da mesma maneira que os brasileiros — atesta Joël Valmain, conselheiro técnico para questões internacionais do Delegado Interministerial pela Segurança Viária da França, que se espantou com o exagero na velocidade dos motoristas em visita à Capital neste ano.

Com essa situação adversa — ZH flagrou inclusive pessoas saindo de bares e restaurantes e assumindo o volante depois de consumir bebida alcoólica —, era de se esperar que a tragédia nas estradas se ampliasse a cada ano. Mas a França surpreende.
Mesmo com o crescimento da população e da frota, o país derrubou em 75% o número de mortes em quatro décadas. A taxa atual atinge seis mortes a cada 100 mil habitantes, três vezes menor do que o índice gaúcho (um dos mais baixos do país).

O segredo é adotar uma fórmula sem segredos e sem mágicas. Fez o óbvio: em uma frente investiu em prevenção e, em outra, ampliou os rigores contra as infrações, freando a imprudência — o comportamento nas ruas é ruim, como se verifica em um passeio pela Cidade Luz, mas já foi pior.

O diretor-adjunto do gabinete do ministro delegado de Transportes, François Poupard, acredita que os avanços na segurança dos carros, os investimentos nas estradas, as campanhas permanentes contra o álcool e o combate ao abuso na velocidade aparecem como pontos decisivos na queda.

O Rio Grande do Sul deseja seguir o caminho francês. Apesar da fase inicial, o intercâmbio já gera as primeiras influências. O Estado acaba de criar um Observatório de Trânsito. A iniciativa, conforme o presidente do Detran, Alessandro Barcellos, servirá para integrar os órgãos de trânsito e unificar as estatísticas. Especialistas apontam a escassez de informações como um dos nós do trânsito brasileiro.

O cerco à velocidade também gera inspiração. Presidente do Comitê Estadual de Mobilização pela Segurança no Trânsito, o vice-governador Beto Grill se entusiasmou com os resultados dos radares, que salvaram pelo menos 23 mil vidas em nove anos.

O Estado tenta destravar a licitação que dotará as estradas estaduais de pardais. E o Detran estuda a instalação de controladores de velocidade média, que flagram motoristas que fizerem um percurso longo em tempo menor do que estipula a lei. O teste deverá começar em 2013.

*O repórter viajou à França a convite do Ministério das Relações Exteriores francês.

O caminho francês

Comitê Interministerial

É o principal marco na reversão na curva de mortes no trânsito francês. Criado em 1972, o comitê coordena a política nacional de trânsito e articula a integração entre os órgãos.

Banco de estatísticas

O Observatório Nacional reúne estatísticas impensáveis no Brasil, como a quantidade de acidentes associados a álcool e velocidade. O refinamento chega a tal ponto de a França monitorar o impacto de um inverno ameno na evolução das mortes — em 2011, por exemplo, temperatura acima do normal contribuiu para estimular o uso de motocicletas e elevar os acidentes sobre duas rodas. Esse detalhamento só é possível porque há sensibilização desde a base: em caso de uma colisão fatal, o policial rodoviário preenche um formulário com cerca de 80 perguntas.

Formação dos condutores

O sistema francês aposta na condução acompanhada como forma de treinar os novos motoristas. Com 16 anos, o francês já pode dirigir, desde que tenha passado por 20 horas de aulas práticas com professor certificado e esteja acompanhado por um motorista com habilitação há pelo menos cinco anos. Essa modalidade aumentou a taxa de aprovação nos exames e reduziu as taxas de acidentes entre condutores jovens.

Lei severa

Se a conscientização não ocorrer pelas vias educativas, as autoridades apelam para os castigos rigorosos. Um apressado que reincidir no abuso da velocidade corre o risco de pagar até 3.750 euros (R$ 10,4 mil) de multa, perder seis pontos na carteira, ter o carro apreendido e ficar preso por três anos. No caso de ser responsável por um acidente com morte, um bêbado poderá pagar multa de 100 mil euros (R$ 277 mil), ver o direito de dirigir suspenso por 10 anos, além de ir para a prisão por sete anos.

Justiça rigorosa

Autoridades brasileiras invejam o rigor na Justiça francesa. Segundo o Comitê Interministerial, quatro em cada 10 condenações nos tribunais franceses estão associadas ao trânsito. O número elevado se deve à previsão legal de que as infrações gravíssimas (5ª classe), como o abuso na velocidade, precisam ir para o Ministério Público, que pode decidir pelo arquivamento do processo ou por levar o infrator a julgamento.

Bafômetros em carros

Sem conseguir reduzir os percentuais de mortes associadas ao álcool (30% do total), a França passou a obrigar que casas noturnas ofereçam testes de bafômetros para seus clientes. Desde a metade de 2012, os carros também precisam contar com o equipamento. Associações de motoristas consideraram desnecessária a obrigatoriedade nos veículos. Dizem que o condutor não precisa de exame para descobrir que exagerou na bebida. Segundo os defensores, a medida é educativa, porque dá um instrumento para os passageiros convencerem o bêbado a desistir de dirigir.

Vigilância eletrônica

Em nove anos, a França instalou 3,9 mil controladores. Com a vigilância eletrônica, a velocidade média dos veículos caiu de 91 km/h para 80 km/h na malha rodoviária entre 2003 e 2012, o que significou 23 mil vidas salvas, segundo estimativas governamentais. Nas áreas próximas dos equipamentos, as mortes caíram em 66%. Uma das apostas francesas está no controle da velocidade média, com 700 aparelhos. O sistema consiste na instalação de dois radares em pontos diferentes, que permitem medir o tempo de percurso do condutor em um trecho. Caso faça o trajeto em um tempo menor do que o previsto, o motorista receberá a multa dois dias depois.

Inspeção veicular

Desde 1992, os carros são submetidos a um rigoroso controle técnico a cada dois anos. Um conjunto de 116 itens passa pela inspeção, que custa entre 60 (R$ 167) e 85 (R$ 235) euros. Foram 20,7 milhões de testes, que analisaram parte da frota de 65 milhões de veículos. Para reforçar a segurança dos veículos, o governo francês ainda pressiona as indústrias a fabricar carros mais seguros, com leis mais exigentes.

Inspeção rodoviária

Pelo menos uma centena de inspetores avalia in loco as condições das rodovias, com foco nas áreas que concentram os acidentes fatais. Com base nesse trabalho, autoridades fazem correções na infraestrutura, reforçam a sinalização e adotam outras medidas para reduzir os riscos. O comitê de segurança ainda faz auditoria de projetos rodoviários.

Campanhas nas empresas

Além de investir em campanhas permanentes e colocar o tema no currículo das escolas, as autoridades francesas têm um plano de ação nas empresas. Elas convencem os empregadores a discutir a segurança do trânsito com seus funcionários.

Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/transito/noticia/2012/12/como-a-franca-venceu-a-guerra-do-transito-3971122.html - Acesso em 04/12/2012

3 de dez. de 2012

Palestra com Irene Rios no Seminário "Percepção de Risco no Trânsito", em Florianópolis


Nos dias 26 e 27 de novembro de 2012, aconteceu o II Seminário do projeto " Percepção de Risco no Trânsito em Escolas Públicas Lindeiras às Rodovias Federais de Santa Catarina" , na Assefaz - Lagoa da Conceição em Florianópolis/SC. 
Na abertura, o Eng. Edemar Martins do DNIT- Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes e Coordenador do projeto em Santa Catarina, agradeceu a presença de todos e falou da preservação da vida no trânsito.
No evento, reuniram-se professores dos municípios de São Miguel do Oeste, Palmitos, Blumenau, Palhoça e Paulo Lopes, que apresentaram o planejamento e as atividades de trânsito desenvolvidas nas escolas.
Renomados palestrantes como José Roberto de Souza Dias - que ministrou a Aula Magna " A percepção de risco entre os jovens  brasileiros e o papel dos educadores na construção de uma sociedade decente".José Roberto é Membro do Conselho Deliberativo do Monatran - Movimento Nacional de Educação no Trânsito e Presidente do Instituto Chamberlain de Estudos Avançados.
Também aconteceram as palestras de Luiz Graziano - Chefe do Núcleo de Comunicação da Polícia Rodoviária Federal, que falou sobre "Velocidade e suas consequências" e Irene Rios - Representante da Edutranec - Educação para o Trânsito e Eventos Culturais , que ministrou sobre "Educação para o Trânsito".
Breno Maestri - Assessor de Comunicação do DNIT e Nilvana Koppe mostraram o trabalho sobre " Trânsito e Meio Ambiente" desenvolvido pelo DNIT e a ESGA - Empresa de Supervisão e Gerenciamento Ambiental.
Rodrigo Lobo - Diretor Executivo da Tecnodata Educacional e Eliane Pietsak mostraram a Coleção "Educando Jovens para o Trânsito" e houve a distribuição dos Jogos da Cidadania, oferecidos pelo Monatran - Movimento Nacional de Educação no Trânsito aos professores do projeto.
Também foi mostrado pelo NEA - Núcleo de Estudos sobre Acidentes de Tráfego em Rodovias Federais - o portal e a importância de atualização dos blogs criados exclusivamente para que as escolas relatem o desenvolvimento do projeto, que é desenvolvido pelo NEA - criado em 2006, no convênio do DNIT e da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina.
Alguns comentários dos participantes:
" Valeu a pena!" ( Júlio Macedo - Palhoça)
" Nós temos muito a agradecer, aprendemos com as experiências, palestras e acolhida por parte de todos da equipe. Muito obrigada! Que bom saber que podemos contar com vocês! Também contem conosco!  (Loreci - Palmitos)
"Com certeza quem cresceu com isso fomos nós! Foi tudo muito bom e obrigada pela oportunidade! (Cleonice - São Miguel do Oeste).

Fonte: