25 de ago. de 2012

Escolinha de Trânsito


Educação para o trânsito de maneira lúdica e concreta
Irene Rios

Um dos principais objetivos da educação viária é a aquisição de conhecimentos sobre condutas seguras e éticas para o trânsito. Para isso é necessário que haja aprendizagem, ato de adquirir e construir conhecimentos, um processo que envolve toda a atividade do ser humano: biológica, psicológica, social e cultural, em seus múltiplos aspectos.

Segundo Campos (2008, p. 34-36), a aprendizagem ocorre através da atividade do aprendiz, tanto física quanto mental e emocional. Na escola, por exemplo, ela depende muito mais da reação dos alunos aos fatores apresentados que do conteúdo dos livros e da metodologia dos professores. É um processo dinâmico e cumulativo, ou seja, uma ação que se estabelece entre um conhecimento já apreendido e um novo conhecimento a adquirir. É um processo contínuo, aprendemos durante toda a existência. É também um processo pessoal, um não pode aprender pelo outro, e global quando envolve uma mudança de comportamento, exigindo a participação total e global do indivíduo a fim de que seja estabelecido o equilíbrio vital.

A aprendizagem acontece a partir de uma motivação que desperte o interesse para um determinado tema, deve estar de acordo com a idade do público-alvo. Nesse sentido, para obtermos sucesso nas ações educativas para o trânsito é necessário estarmos atentos aos tipos de conteúdos e abordagens que iremos direcionar a uma determinada faixa etária.

Como motivar as crianças para que elas se interessem e aprendam sobre atitudes corretas no trânsito?

Para obtermos sucesso nas ações de educação para o trânsito a serem desenvolvidas junto às crianças é preciso valorizar suas características naturais e descobrir do que elas gostam.
Na convivência com crianças, percebemos que gostam muito de brincar. Explorar essa característica natural da infância, usando recursos que envolvem o lúdico, é uma ótima estratégia para a construção do conhecimento sobre atitudes corretas no trânsito.

Se nós, adultos, preferimos atividade lúdicas, o que dizer das crianças?

O lúdico tem sua origem na palavra latina ludus e quer dizer "jogo". Se continuasse restrito à sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. Hoje, lúdico é muito mais, é uma ferramenta para a aprendizagem e está associada ao sentimento de prazer, do prazer em se fazer, realizar algo, do gostar de fazer, da alegria, do contentamento. Um prazer que está relacionado ao interesse do aluno.

Esta ferramenta pode e deve ser usada na educação para o trânsito, principalmente para crianças. Podemos educar para o trânsito, combinando prazer com aprendizagem, por meio do desenvolvimento de atividades que envolva o lúdico.

Estive visitando a Escolinha de Trânsito da empresa Kopp e achei muito interessante a estratégia idealizada pela empresa para promover a educação para o trânsito.

Consiste na estruturação de uma pista, de forma proporcional ao público infantil, caracterizada com situações pertinentes ao convívio no trânsito, enfrentadas por pedestres, ciclistas e passageiros. Composta de: mini–semáforo, mini–lombada, placas de sinalização, faixa de pedestres, cones e fita zebrada.




Uma estrutura que tem o objetivo de fazer com que as crianças assimilem as principais regras e condutas, necessárias para um convívio seguro e cidadão no trânsito, de maneira divertida. Pode ser implantada em algum espaço fixo ou utilizada de forma itinerante.


É uma metodologia que faz diferença na educação viária, pois permiti aos educadores orientar os alunos com maior clareza, a partir de situações concretas vivenciadas no trânsito. Vale a pena conferir!

Referências

CAMPOS, Dinah Martins de Souza. Psicologia da Aprendizagem. 37ª ed. Petrópolis. Vozes. 2008.

Escolinha de Trânsito. Disponível em: http://www.kopp.com.br/educacaonotransito – acesso em 25/08/2012.

RIOS, Irene. Guia Didático de Educação para o Trânsito. Ilha Mágica Editora. São José. 2012.

IRENE RIOS, Mestranda em Educação; Especialista em Ambiente, Gestão e Segurança de Trânsito e em Metodologia de Ensino; Professora universitária de Educação para o Trânsito, Campanhas Educativas de Trânsito e Educação de Trânsito para Crianças e Adolescentes; Autora de artigos e livros na área de Educação para o Trânsito.

Rebite - Dopping em Motoristas



Dr. Dirceu Rodrigues Alves Júnior

                          “Rebite” chamado pelo motorista é conhecido entre os
                                          estudantes como “Bolinha”.

                      É constituído pelas anfetaminas e seus derivados e existem        
                      vários nomes comerciais. Foi lançado no mercado
                      farmacêutico em 1932 como descongestionante nasal, usado
                      em inalações.
                      Em 1937 começou a ser recomendado como revigorador e
                      foi muito usado com esse objetivo na II Guerra Mundial e na  
                      Guerra da Coréia.
                      Hoje indicado como moderador de apetite, necessita de
                      receita médica especial porque se trata de produto psicoativo
                      capaz de levar a dependência física e psicológica.

Nosso país enveredou a muito pelo crescimento através do transporte rodoviário. Esqueceram as autoridades de desenvolverem a malha rodoviária, bem como sua manutenção. Hoje, com estradas em péssimas condições de manutenção e construídas sem a menor preocupação com segurança, temos um Sistema Viário obsoleto, arcaico, oferecendo ao usuário condição insegura para sua utilização. 
Transitar por uma estrada dessas é sem dúvida um risco muito grande. Como se não bastasse tal fato encontramos comportamentos irregulares dos operadores do transporte pesado nas estradas brasileiras. Soma-se àquela condição insegura para o trabalho o ato inseguro adotado pelo caminhoneiro, o uso do rebite.
Ir e vir o mais rápido possível vai gerar maior rendimento financeiro no final do mês. Com isso, surge a necessidade de estar ligado 24 horas por dia, com o objetivo de diminuir o tempo gasto nos trajetos.
Para isso, o motorista busca nas farmácias, bares, tendinhas ao longo das estradas um produto que possa mantê-lo acordado o maior tempo possível.
Os produtos oferecidos são substâncias anorexígenas (tiram o apetite) e funcionam como psicotrópicos, estimulantes.
 As substâncias equivalentes terapêuticas mais usadas são:
    
     a)   BENZOFETAMINA                          b)   DIETILPROPIONA
     c)   FENDIMETRAZINA                         d)   FENFLURAMINA
     e)   FENILPROPANOLAMINA               f)   FENTERMINA
     g)   MAZINDOL

                  Tais substâncias são indicadas para:
                                       . OBESIDADE
                                       . AUTISMO
                                       . CONGESTÃO NASAL 
                                       . INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Posologia:
                     A POSOLOGIA DEVE SER INDIVIDUALIZADA PARA OBTENÇÃO DE RESPOSTA ADEQUADA COM A MENOR DOSE EFICAZ.
Os nossos caminhoneiros ao iniciarem o uso de tal produto acham que o efeito é somente de perder o sono e nunca ficam com uma dose. A tendência natural são doses cada vez maiores, chegando à dependência física, psíquica e quando suspendem o produto apresentam a síndrome da abstinência.
           Reações adversas:
  
   - AUMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL
 - ESTIMULAÇÃO CENTRAL (sensação falsa de bem estar   
   ou euforia)
 - Irritabilidade, inquietação, dificuldade para dormir)
 - DELÍRIO PERCECUTÓRIO (MANIA DE PERSEGUIÇÃO)
 - ALUCINAÇÕES, PARANÓIA
 - DEGENERAÇÃO DE CÉLULAS CEREBRAIS
- TONTEIRA, NARIZ SECO, SECURA NA BOCA, CEFALÉIA,  
   INSÔNIA   
 - NÁUSEA
- DIFICULDADE OU DOR PARA Urinar 
-  EXANTEMA (LESÕES AVERMELHADAS NO CORPO)               
-CONFUSÃO OU DEPRESSÃO MENTAL, EPISÓDIOS    
  PSICÓTICOS, VISÃO TURVA
 - ALTERAÇÕES DA LIBIDO (REDUÇÃO DO APETITE
   SEXUAL)
 - CONSTIPAÇÃO (PRISÃO DE VENTRE)
-  DIARRÉIA
 -  BATIMENTOS CARDÍACOS IRREGULARES             
-   IMPOTÊNCIA Sexual
-TEM AÇÃO EMBRIOTÓXICA E TERATOGÊNICA
   (INTERFERE NA FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO
   FETO (PROVOCANDO ABORTO E MÁ FORMAÇÃO)
 -REDUZ CONCEPÇÃO (FERTILIZAÇÃO), AUMENTA
   INCIDÊNCIA DE MORTALIDADE NEONATAL
 - DILATA PUPILA (PRODUZINDO MAIOR OFUSCAMENTO)
 - TAQUICARDIA

Insatisfeito com a ação do produto sobre seu organismo, o caminhoneiro acha por bem fazer a associação do “rebite” com bebida alcoólica. Esta somação vai potencializar a ação do produto sobre o Sistema Nervoso Central.
    Em determinados casos o indivíduo apresenta quadros psicóticos, com visões as mais estranhas.
E como pode um motorista na direção de veículo ter visões estranhas?
Estimamos 3.000.000 (três milhões) de caminhoneiros no Brasil, sendo 80% autônomos e 20% vinculados a alguma empresa. Em um estudo realizado, para cada 400 (quatrocentos) caminhoneiros submetidos a exame “ANTI-DOPPING” na urina, onde se pesquisou a presença das substâncias citadas anteriormente, 10% eram positivos. Isto é, dos 400 (quatrocentos) caminhoneiros 40 (quarenta) usavam as drogas. Concluiu-se então que dos três milhões de caminhoneiros hoje trabalhando, 300.000 (trezentos mil) consomem de maneira contínua os produtos capazes de produzir alterações graves. A esse produto chamam “REBITE”.
O ato inseguro provocado pelos motoristas, somado à condição insegura caracterizada por construções precárias de estradas e a má conservação, justificam o grande índice de acidentes com motoristas profissionais. Aqui, acrescenta-se também, a condição insegura provocada pela manutenção deficiente dos veículos transportadores de carga, além dos excessos carregados.
Levantamento estatístico em Rodovias Federais no ano de 1994 mostrou um total de 77.818 (setenta e sete mil oitocentos e dezoito) acidentes dos quais 50% envolviam motoristas profissionais. Desde aquela época esse envolvimento de profissionais do volante vem aumentando de tal maneira que hoje vemos que em todo acidente rodoviário tem um profissional envolvido.
Por ano, no trânsito neste país, morrem 35.000 (trinta e cinco mil) pessoas e outras 380.000 (trezentos e oitenta mil) são vítimas que sofrem as consequências, outros 100.000 têm sequelas gerando um custo de tratamento e reabilitação de cerca de 1 BILHÃO DE DÓLARES.
Temos que combater de forma veemente, o ato inseguro produzido pelos operadores que colocam seu patrimônio ou o patrimônio de sua empresa em situação de risco, com perda parcial ou total dos bens. A integridade física de tais profissionais colocada à “mercê” de condições próprias permitindo que ocorra o sinistro. As agressões ao organismo produzidas pelo rebite muitas são irreversíveis concorrendo em curto prazo para incapacidade profissional e social.
              Bem sabemos que SINISTRO e DOPPING viajam juntos.
              Após abordarmos todos estes fatos resta-nos, ainda, uma questão:         
                 COMO COMBATER?
          Encontramos respostas através de ações determinadas:
EMPRESAS     
1)     Ações preventivas sobre veículo e operador
2)     Campanhas internas
3)     Treinamentos e reciclagem
4)     Monitorização de percursos e horários
OPERADOR
1)  Checagem das condições do veículo e carga
2)  Cumprimento do código nacional de trânsito
3)  Cumprimento das regras de segurança
MINISTÉRIO
DOS
TRANSPORTES
(DNER) E SECRETARIA DE ESTADO DO TRANSPORTE (DERSA)

1)     Fiscalização sobre empresas
2)     Manutenção preventiva das estradas
3)     Investimento na malha rodoviária
4)     Campanhas preventivas
POLÍCIA
RODOVIÁRIA
1)  Uso do bafômetro
5)     Exame anti-dopping (urina)
6)     Dosagem alcoólica no sangue
7)     Controles operacionais: condições do veículo, pesagem, acomodação e fixação da carga, controle de velocidade, tempo percorrido entre postos da polícia rodoviária, respeito à sinalização, ações rigorosas com multas, apreensão da carteira e do veículo
POLÍCIA CIVIL
1)  combate ao fornecimento e distribuição das drogas e campanhas preventivas
MINISTÉRIO
DA SAÚDE DIVISÃO DE FISCALIZAÇÃO DE FARMÁCIAS E SECRETARIAS DE ESTADO DA SAÚDE (VIGILÂNCIA SANITÁRIA)


1)  fiscalização e controle das substâncias em questão

Conclusão:   
Somente com ações enérgicas como as apresentadas, somadas a um movimento radical da categoria, poderá interferir de maneira positiva a ponto de reduzirmos de maneira drástica a atual estatística de acidentes, óbitos e vítimas com sequelas graves.
O uso do REBITE é o ato inseguro do nosso caminhoneiro, que por sua vez, cria condição insegura para todos nós que transitamos por essas estradas do nosso município, do nosso estado e do nosso país.
                Dr. Dirceu Rodrigues Alves Júnior
Diretor de Comunicação e do Departamento de Medicina   
                       Ocupacional ABRAMET
         Associação Brasileira de Medicina de Tráfego
                     dirceu.rodrigues5@terra.com.br
                     dirceurodrigues@abramet.org.br                                                                

8 de ago. de 2012

Trailer do documentário "Luto em Luta"



Em breve, todos poderão assistir o documentário que mostra a realidade do trânsito brasileiro sob várias perspectivas.
Confira o trailer de Luto em Luta no link: http://video.br.msn.com/watch/video/exclusivo-luto-em-luta/66rkjizz


Fonte: Ministério das Cidades

Vias de Sucesso

Vias de Sucesso é uma coletânea dentro dos grandes temas do trânsito de experiências já consolidadas, com ótimos resultados, que podem vir a ser replicadas. Navegue e mergulhe neste universo para conhecer, refletir, criticar ou incentivar. 

2012
2011
Fonte: http://www.perkons.com/viasdesucesso - Acesso em 08/08/2012

6 de ago. de 2012

Motofretistas e mototaxistas terão até fevereiro para realizarem curso de capacitação



O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) decidiu, nesta quinta-feira (02/08), que os motofretistas e mototaxistas terão até fevereiro de 2013, para realizarem curso de capacitação, conforme previsto na Resolução 350/2010.
Como a maioria dos condutores ainda não conseguiu se adequar às novas regras, os conselheiros resolveram prorrogar a data de fiscalização, quanto a obrigatoriedade do curso especializado, que teria início no dia 04 de agosto deste ano, como previsto na Resolução nº 358/2010.
Além da modificação no prazo de fiscalização deste curso, ficaram decididas duas outras importantes alterações. A primeira aumentou o rol de entidades que poderão oferecer os cursos especializados, incialmente, só realizados pelos Departamentos Estaduais de Trânsito e pelo Serviço Social do Transporte (Sest) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat). Agora, os cursos poderão ser promovidos também pelos Centros de Formação de Condutores (CFCs) e por entidades de ensino, desde que comprovada a capacidade técnica necessária.
A segunda alteração definiu que o curso pode ser realizado tanto de forma presencial, quanto por ensino à distância (semi-presencial), com o objetivo de facilitar o acesso dos motoristas ao treinamento.
Todas as alterações serão publicadas em resoluções no Diário Oficial da União desta sexta-feira (03/08).

Assessoria de Comunicação Social do Ministério das Cidades.

Conheça as cartilhas informativas sobre air bags e freios ABS


O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) definiu que até 2014 todos os veículos produzidos no país deverão conter, obrigatoriamente, dois itens de segurança dos condutores: os air bags e o sistema antitravamento de rodas – freios ABS.
Os dois equipamentos estão previstos, respectivamente, nas Resoluções nº 380/2011 e nº 311/2009 do Contran. A edição dessas normas, para o Departamento Nacional de Trânsito, órgão ligado ao Ministério das Cidades, foi um passo importante para diminuir os índices de mortalidade e acidentes no trânsito. Porém, muitas pessoas ainda não têm noção da verdadeira importância desses itens.
Com o objetivo de esclarecer dúvidas, a Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) elaborou cartilhas informativas sobre o air bag e o sistema ABS. Nas cartilhas, o motorista pode conhecer, por exemplo, como é acionado o air bag e o freio ABS, seu funcionamento e manutenção de ambos os sistemas.
Veja abaixo as cartilhas!
Assessoria de Comunicação Social do Ministério das Cidades