23 de abr. de 2014

Boas Práticas em Educação para o Trânsito: Troca de experiências

Prezados leitores,

Durante o Curso de Métodos e Técnicas Educativas para a Mobilidade Segura, realizado em Florianópolis, nos dias 3, 4 e 5 de abril, houve diversas trocas de experiências sobre boas práticas em educação para o trânsito. 

Compartilho, a seguir, alguns links sobre os trabalhos desenvolvidos pelos participantes do curso.

Harmonia no Trânsito Honda: Atividades e vídeos diversos, para serem usados nas ações de educação para o trânsito.
www.honda.com.br/harmonianotransito/default.aspx

Campanha Não foi Acidente: Visa mudar a lei para que os motoristas que dirigem embriagados sejam realmente punidos. Presta auxílio a famílias que perderam entes queridos, vítimas da violência viária.
http://naofoiacidente.org/blog
www.facebook.com/NaoFoiAcidente?fref=ts

Teatro Rodovia: composto por policiais militares, do Distrito Federal, dotados de conhecimentos em artes cênicas, que desenvolvem um programa educativo para alunos da rede pública e particular, com peças teatrais relacionadas ao tema “trânsito”.
www.facebook.com/teatrorodovia.pmdf?fref=ts
www.pm.df.gov.br/site/index.php/noticias/noticias-institucionais/1708-teatro-rodovia-21-anos-de-estrada
www.youtube.com/watch?v=uMjfy-qUT7A

Projeto Educando para o Trânsito: Realizado pela Prefeitura de São Sebastião do Paraíso/MG, através da Secretaria Municipal de Segurança Pública, Trânsito e Transporte, para alunos do 4º ano do ensino Fundamental. 
www.ssparaiso.mg.gov.br/sitenovo/noticias.php?dsid=2361

Instituto Paz no Trânsito - IPTRAN: A essência da instituição é desenvolver projetos que promovam conscientização e responsabilidade em motoristas e outros atores envolvidos no trânsito, a partir de ações educativas que instiguem o comprometimento com a vida, o maior valor defendido pela instituição.

www.iptran.org.br/inicial
www.facebook.com/InstitutoIPTRAN?fref=ts

Transitolândia:  Espaço está localizado junto ao centro de operações da Polícia Militar, com infraestrutura completa e material didático para atender estudantes das redes Municipal, Estadual e Particular de ensino.ensino prático e teórico sobre o trânsito em um ambiente modelo, adaptado e pronto para educar crianças e jovens sobre as boas práticas nas ruas. Os alunos podem conferir o espaço da escola vivencial de trânsito que simula uma via comum da cidade, com placas indicativas, sinalização horizontal, faixas elevadas e calçadas. A iniciativa é uma proposta da Prefeitura de Brusque, por meio da Secretaria de Trânsito e Mobilidade e apoio da Secretaria de Educação.
http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/2b005b04f7b275b60110b4a55000fa8b/561d08e1ca235f001851d27326420f92?hasFacebook=false&hasTwitter=false&startOutput=360p

Concessionária Nascentes das Gerais: "Para conhecer os motivos dos acidentes de trânsito e apontar soluções eficazes para alterar essa realidade, a Concessionária Nascentes das Gerais implantou seu Plano de Segurança da Rodovia (PSR). O PSR permite analisar os fatores geradores das ocorrências e assim a Concessionária pode colocar em prática medidas preventivas e corretivas para mudar as situações de violência encontradas no trânsito ao longo da MG-050. A Concessionária também realiza palestras constantes nos locais das obras para capacitar seus funcionários diretos e indiretos, o que contribui para minimizar o risco de acidentes na rodovia."
www.nascentesnet.com.br/index.php?area=materia&subid=148

Projeto Agente de Trânsito Mirin: Realizado pela Prefeitura de Fazenda Rio Grande/PR, através da Secretaria Municipal de Defesa Social. O Projeto Agente de Trânsito Mirim é voltado para alunos da 4ª série das 20 escolas da rede municipal. O objetivo é criar uma cultura e ao mesmo tempo a conscientização sobre o trânsito. Deverão ser beneficiadas cerca de 1.500 crianças.

http://fazendariogrande.pr.gov.br/sites/defesasocial/index.php?option=com_content&view=article&id=157:fazenda-rio-grande-inova-com-projeto-agente-de-transito-mirim&catid=46:destaque&Itemid=254

 Departamento Municipal de Trânsito de São Francisco do Sul – DEMTRAN
www.saofranciscodosul.sc.gov.br/c/demtran
www.youtube.com/watch?v=f6szJD8kJSg
www.youtube.com/watch?v=ChxOoCSFfD4

18 de abr. de 2014

Relatório global da ONU para a Década e o desafio brasileiro

Relatório Global da ONU
Por Márcia Pontes

No Brasil estamos acostumados a sermos avaliados pelo sistema de notas que vão de zero a 10. “Tirar 10” é o sonho de todo mundo. Uma nota 9 ainda vai lá. Tirou 8 já começa a ficar preocupado com o próprio desempenho. Mas, e quando a maior parte das notas é 6 e a mais alta é 7?


Infelizmente, são essas as notas atribuídas ao Brasil em quatro quesitos pelo sistema de avaliação da ONU no Relatório Global para a Década referente ao ano de 2013. São eles: fiscalização para limite de velocidade, legislação nacional por dirigir embriagado, lei nacional para o uso do cinto de segurança e legislação nacional para segurança das crianças no trânsito (em todos fomos avaliados com uma mísera nota 6). A nota mais alta foi 7 para a legislação nacional sobre o uso do capacete.

O Brasil está no grupo 1, entre os 90 países com mais registros de mortes de trânsito no mundo.
O relatório global da ONU divulgado em 2013 apresenta dados oficiais de 2010 em que registra que somos donos de uma frota de 43.632.236 carros e veículos leves de 4 rodas; 16.508.854 motorizados de 2 e 3 rodas; 3.954.202 caminhões pesados e 722.682 ônibus. Considerando que tais dados tem 4 anos de atraso e do jeito que compra-se e vende-se carros no Brasil, sem dúvida que a frota é muito maior.

No Brasil morrem em acidentes de trânsito 22 pessoas a cada 100 mil habitantes (a média mundial é 18 a cada 100 mil habitantes) e nosso compromisso até 2020 é de reduzir a acidentalidade e os óbitos a 11 mortes a cada 100 mil habitantes. Talvez se não morresse mais ninguém no trânsito brasileiro até 2020, quem sabe....
Por outro lado, se fizermos a conta “pelo baixo” considerando 40 mil mortes/ano em acidentes no Brasil, chegaremos a 2020 com 300 mil mortos a mais sem conseguir atingir a meta.

Some-se a isso uma projeção global de chegarmos ao final da Década saltando de 1,3 milhões de mortos em acidentes no mundo para 1,9 milhões.
E se não conseguirmos cumprir com o objetivo assumido perante a ONU e o mundo de reduzir a acidentalidade para 11 a cada 100 mil habitantes, o que acontecerá ao Brasil? Sofreremos restrições de qualquer ordem? Perderemos o direito a concessão de empréstimos ou coisa que o valha?

A resposta é não! A punição será moral mesmo diante da vergonha e da fragilidade de não conseguirmos controlar e frear tantas mortes no trânsito. Isso porque a meta aceita para a Década é um pacto pela redução da acidentalidade e não um compromisso formal assinado pelo Estado brasileiro.
Considerando ainda que grande parte do dinheiro arrecadado com multas de trânsito e que vai para o FUNSET no país fica “retido” para reserva de contingência para saldar outros compromissos do governo em vez de ser aplicado na totalidade em ações pontuais em educação e prevenção de acidentes, o cenário não nos dá um bom prognóstico.

E não me venham falar de pessimismo porque sou uma das pessoas mais otimistas em meio a esse cenário de guerra. Neste exato momento estou mobilizada e em luta com a sociedade organizada de Blumenau para realizar 3 marcos históricos em ações preventivas e educativas para a segurança das pessoas no trânsito e que envolvem, pela primeira vez nos 163 anos de Blumenau, toda a população da cidade de municípios vizinhos.
Falta dinheiro, muitas vezes falta apoio, enfrentamos um caminhão de dificuldades por dia, mas não desistimos de fazer a nossa parte, muitas vezes nos esfalfando para conseguir o pouco que temos para fazermos a nossa parte.
É fato que sozinhos não vamos mudar o cenário e tampouco baixar esses números. Mas, se cada um fizer a sua parte, se começarmos a pensar e agir coletivamente, é certo que esse cenário muda!

Começando pelo governo federal, lá em cima: deixando de reter dinheiro importante e exclusivo para colocarmos em prática o Capítulo VI do CTB em apoio a outras ações para um trânsito seguro; parando de baixar impostos para estimular a venda de carros e beneficiar a indústria automobilística, por exemplo.
Quem sabe se o governo federal parasse com a demagogia das propagandas que associam comprar carro a ideal de felicidade e melhoria da qualidade de vida e começasse a investir na qualidade do transporte coletivo e meios alternativos de transporte as coisas começassem a andar. Se começasse a investir na construção e conservação da malha viária do país, certamente teríamos menos acidentes cujo fator incidente fosse a via.

Porque no Brasil quando precisam arrumar dinheiro para algo que julgam importante, curiosamente aparecem as oportunidades, as leis, os programas disso e daquilo que possibilitam alcançar esses objetivos. Ou será que seremos obrigados a acreditar no inacreditável de que a acidentalidade, as mortes e o exército de feridos e mutilados também dão algum lucro para alguns?

Ou a sociedade brasileira acorda e começa a fazer a sua parte agora mesmo para honrar e proteger a vida das pessoas no trânsito ou continuaremos a assinar pactos e tratados e convenções e tantos outros papéis e a continuar passando vergonha diante do próprio país e do mundo.
Eu estou fazendo a minha parte e não me agrada nada morrer no trânsito como mártir, juntamente com outros abnegados que tem como principal motivo para abrir os olhos cada manhã a preservação da vida das pessoas no trânsito. Acorda, meu país!

Fonte:

17 de abr. de 2014

“Se você não tiver o carro é uma benção”, diz Roberto Ghidini

O engenheiro fala da insustentabilidade do uso do carro e as políticas a serem adotadas no Brasil para melhoria da mobilidade

Assessoria de Imprensa Perkons
Poliane Brito


Um dos fundadores da ONG internacional Sociedad Peatonal, o engenheiro civil Roberto Ghidini Jr. concedeu entrevista à Perkons. Ele reside em Madri, mas morou em Curitiba e conhece a realidade do transporte brasileiro. Ele fala sobre as alternativas para o transporte coletivo, cidades com boas práticas para a garantia da mobilidade, aspectos para favorecer a caminhabilidade e o desenho da cidade para encurtar as distâncias.

Ghidini: O metrô é propício quando ele funciona de forma segregada, em outro nível, no underground, sem interferências. É um transporte que pode promover a mobilidade de forma mais rápida e eficiente do que o veículo privado.Perkons: Poderia falar do uso do metrô como uma solução integrada para o transporte e para a cidade?


O objetivo de financiar o transporte de massa é o desenvolvimento urbano. Você faz com que zonas desprovidas de transporte público e de baixa densidade possam receber investimento imobiliário de forma diversificada. Você pode ter o comércio, os escritórios e residência (moradias populares e de alto padrão). Assim, o morador da casa popular pode estar mais próximo da casa da pessoa rica, pode trabalhar para ela e ir a pé para o trabalho.

Então, no entorno dessas estações do metrô você desenvolve, potencializa um adensamento enorme e o uso múltiplo de funções e você gera um pequeno policentro, uma pequena cidadezinha e as estações passam a ser conexões.  A forma de captar isso é através da tributação com alíquotas diferenciadas de imposto da propriedade urbana.

Perkons: No caso de Curitiba, o metrô é uma boa solução para os problemas de mobilidade?

Ghidini: Em Curitiba, querem substituir um modal que funciona há anos e pode ter problemas de demanda em horários de pico por outro modal com o mesmo alcance do BRT. Não vejo solução nisso. Durante o período de obras, essa linha sul vai ser um tremendo de um engodo. Vamos passar o período que vai durar esta obra com sérios problemas de mobilidade e particularmente no eixo da via, porque parte da escavação vai ser a céu aberto. Vai ser complicadíssimo, pois os ônibus expressos não vão poder circular nestas ruas.
Melhorias poderiam ser feitas com estudos de engenharia de tráfego, obras, algumas transposições de interseção. Claro que isso custa também, mas seriam valores extremamente inferiores. Os desalinhamentos de forma correta nas paradas dos ônibus e todas essas coisas promoveriam um fluxo melhor no sistema e, por conseguinte uma melhoria na capacidade.

Não só Curitiba tem problemas de mobilidade, a maioria das grandes cidades também tem. Outra alternativa que a Sociedad Peatonal vem batendo na tecla  há anos seria integrar os demais ônibus no sistema. A integração em Curitiba, por exemplo, é feita de forma física. Para trocar de ônibus você precisa estar em um terminal ou em um tubo. Se a integração fosse temporal, feita com o cartão de transportes, no momento em que você começasse a sua jornada de deslocamento, inserindo o cartão no sistema, ele te daria um intervalo de tempo para circular.

Isso já ocorre em outras cidades para facilitar os transbordos que você queira fazer. Então, você salta do ônibus, anda até outro ponto, ou fica no mesmo ponto para pegar o segundo ônibus. Mesmo que você use o cartão novamente, você não vai pagar se estiver no intervalo de tempo de seu deslocamento.

Toda essa rede de ônibus convencionais (os amarelinhos) que não são integrados - hoje muitas pessoas fazem deslocamentos negativos no sistema para chegar ao destino - faz com que o sistema tronco alimentador seja sobrecarregado e a parte do sistema convencional fica ocioso.  É uma forma de equilibrar as coisas também e redistribuir essa mobilidade em outros veículos.

Não vejo porque substituir a linha norte e sul por um metrô.  Eu vejo que há necessidade de um metrô, mas é preciso estudar a forma de como fazer e discutir com a sociedade.

Perkons: Há uma preocupação com a mobilidade e que as pessoas sejam pedestres. Como estimular as pessoas a serem pedestres?

Ghidini: As cidades, como é o caso da grande maioria dos municípios brasileiros, são pouco habitáveis. Curitiba tem uma média de 45 habitantes por hectare. Essa taxa chega a 150 habitantes em Barcelona. Londres tem por volta de 100 habitantes por hectare mesmo tendo os bairros mal ocupados. Mas o centro é denso. A cidade densa tem as distâncias encurtadas porque as pessoas moram perto. Quando há diferentes classes sociais morando no mesmo bairro, uma pessoa pode trabalhar para o vizinho. Você faz com que as pessoas vivam e trabalhem no mesmo espaço. Existem pontos chaves para a questão da mobilidade: habitabilidade, acessibilidade, a autonomia e a equidade. Estes quatro pontos devem ser observados numa zona para ser caminhável. Claro que tem as questões técnicas da calçada, da qualidade da praça. Tenho um artigo que fala disto, das zonas caminháveis.

Em Curitiba e em muitas outras capitais há calçadas nas zonas centrais, mas na periferia as pessoas têm que conviver com o automóvel. Foram soluções encontradas quando a cidade foi expandida, se tornou difusa, questão de especulação imobiliária. Onde há calçada, elas são de baixa qualidade, do ponto de vista técnico não há condições para caminhar com todos os padrões horríveis de calçada, mobiliário urbano em local errado e por causa também de legislação: o proprietário tem que fazer e manter sua calçada. Imagine se fosse assim com a rede elétrica? Como seria a transmissão de energia? A “transmissão de pessoas” passa pela mesma lógica.

Perkons: Em que aspectos você vê que Madri evoluiu dentro da liderança de trânsito e transportes e que poderiam ser trazidos como exemplo para o Brasil?

Ghidini: O grande logro que existe no sistema de transporte de Madri é o Consórcio Metropolitano de Transportes. Consórcio é um ente onde o estado, a comunidade e o município participam. O metrô em Madri tem grande parte pública. A Empresa Municipal de Transportes é pública. Aqui os nossos ônibus são privados. O consórcio tem atores privados e públicos. O estado participa com suas linhas ferroviárias estatais no subúrbio. Existem 10 linhas que cobrem de 60 a 80 km, circulam dentro da zona urbana de Madri e seguem para as cidades ao redor de Madri. Cada município tem sua rede de ônibus e os intermunicipais que são privados. O consórcio me parece que é o grande mote para gestão do transporte público.

Perkons: Há uma tendência de trazer modelos de fora para aplicar no Brasil, o que deve ser avaliado e considerado aos trazer modelos para cá?

Ghidini: Podem ocorrer atropelos ao se importar modelos. Uma coisa que funciona bem em um lugar pode não funcionar em outro. É a mesma coisa de exportar modelos. Existem coisas que são universais, mas outras que são particularidades de cada realidade. Além da prévia discussão de todas essas temáticas, ao importar você deve fazer uma simulação prévia real para medir o resultado. Antes mesmo de por em funcionamento de fato. Por exemplo: Nova York chegou a pensar em usar um sistema de transporte de tubos. Eles fizeram uma pequena linha de seis paradas como balão de ensaio. Essa linha está funcionando, mas não se tornou atrativa e não houve ampliação desse sistema.

Perkons: Na Europa diz-se que as pessoas utilizam mais outros modos que o carro. É uma questão cultural ou são medidas mais rigorosas?
Ghidini: Tudo começou na Europa, o metrô de Londres completou ano passado 150 anos de funcionamento. Estamos querendo implantar e lá já existe. O de Budapeste tem mais de 100 anos. Berlim, Barcelona e Madri também já têm metrôs antigos. A cultura de usar o transporte público é um fator histórico indiscutível. E as cidades têm um crescimento compacto e há dificuldade de se deslocar com o carro. Se você não tiver o carro é uma benção. Eu, por exemplo, tenho um automóvel para me deslocar para fora de Madri. Na cidade eu jamais uso o carro, vou a pé, metrô ou ônibus por uma série de dificuldades intrínsecas de andar de carro.

Em Copenhague, na Dinamarca, há a menor concentração de veículos por pessoa: 300 para cada mil pessoas. Em Curitiba, temos o dobro. Na Dinamarca, há uma malha de transporte muito boa. Inclusive, por ser uma ilha, há transporte fluvial. Há também a tradição da bicicleta como meio de transporte. Lá a propriedade do veiculo é cara, não só o fato da compra, os impostos de circulação são caríssimos. Se você soma isso às dificuldades de logística, há a dificuldade de manter o veículo, pois há a penalização econômica.

Outro exemplo é a cidade alemã Hamburgo que proibirá em 2034 o uso do automóvel. Há 20 anos para se prepararem com estrutura para que o carro não faça falta.

Perkons: Quando falamos em transporte público e medidas para a melhoria da mobilidade podemos separar a questão técnica da política?

Ghidini: É muito difícil separar técnico do político. Elas são quase indissociáveis. Você tecnicamente pode comprovar uma série de premissas, mas se não houver uma decisão política você não consegue efeito. No transporte público não pode dissociar o estudo técnico da questão política, mas essa política não pode ser eleitoreira.

Na última licitação da URBS (empresa responsável pelo transporte em Curitiba), nós da Sociedade Peatonal junto com outras entidades pedimos a impugnação do edital por alguns tópicos observados na proposta de licitação. A URBS não nos atendeu. Basicamente os mesmos motivos que alegamos ser ilegais, agora, a CPI da câmara dos vereadores de Curitiba, em suas conclusões, aponto u também como ilegal. Tecnicamente e politicamente nós estávamos muito avançados, mas tem que passar por um processo político eleitoreiro. A câmara, que tem os representantes dos partidos precisam se manifestar.

Fonte: 

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Volvo cria cadeirinha inflável para carros; veja vídeo

Tecnologia de bombeamento faz o banco inflar em 40 segundos.
Peso total da cadeira é de 5 kg, metade do peso convencional.


Com o objetivo de facilitar o transporte e o manuseio das cadeiras infantis para carros, a Volvo está desenvolvendo um novo conceito de assento. Trata-se de um modelo inflável e mais leve, que pode ser transportado até em uma mochila, diz a marca sueca.
O protótipo conta com uma tecnologia de bombeamento de ar que infla a cadeirinha em menos de 40 segundos e a desinfla usando uma bomba integrada. O peso total do assento é de 5 kg, metade do peso de um assento convencional, e ele fica conectado via Bluetooth, permitindo funções como o enchimento remoto, detalha a Volvo.
Além disso, é feito com um tecido chamado "drop-stich", material resistente que pode suportar alta pressão interna. A cadeirinha foi criada por Lawrence Abele, gerente de design do Volvo Monitoring and Concept Center em Los Angeles e pai de dois filhos.
“Para mim, a segurança das crianças sempre é a prioridade. Quando morávamos no exterior com duas crianças tivemos de transportar cadeiras volumosas por aeroportos e em táxis. Para muitos, viajar com crianças é um desafio. Qualquer ajuda para simplificar a vida dos pais com crianças pequenas é uma grande coisa”, afirma.
Cadeirinha pesa 5 kg, metade do peso de um assento convencional (Foto: Divulgação)Protótipo conta com tecnologia que infla a cadeirinha em menos de 40 segundos (Foto: Divulgação)Fonte: http://g1.globo.com/carros/noticia/2014/04/volvo-cria-cadeirinha-inflavel-para-carros-veja-video.html - Acesso em 17/04/2014

14 de abr. de 2014

“O efeito do álcool passa, a culpa fica para sempre”

Irene Rios

            Este estudo faz parte de uma pesquisa realizada com estudantes da Educação de Jovens e Adultos – EJA - do Ensino Médio relacionada a percepção sensível sobre a campanha audiovisual Bebida e direção. O efeito do álcool passa, a culpa fica para sempre”, uma peça publicitária pertencente à Campanha promovida pelo Ministério das Cidades em parceria com o Denatran.

Lançada no dia 19 de dezembro de 2011, a campanha teve como meta reverter o quadro de violência no trânsito que marca as comemorações  de fim de ano, quando o número de acidentes causados pela embriaguez aumenta muito.
A campanha “Bebida e direção. O efeito do álcool passa, a culpa fica para sempre” foi divulgada em todo o território nacional por meio de filmes publicitários para TV, spots para rádio, peças gráficas, materiais para mídia exterior, sites e redes sociais.
As peças publicitárias foram dirigidas a todos os segmentos da sociedade com o objetivo de sensibilizar as pessoas com as tragédias causadas pela combinação de bebida e direção. (BRASIL, 2011).

Vídeo - Depoimento - Bebida e direção. “O efeito do álcool passa, a culpa fica para sempre”

           

Trata-se de um filme com duração de 30 segundos, baseado em fatos reais, que reproduzem o depoimento emocionado de um motorista narrando que tem uma culpa que irá levar por toda sua vida. Na festa da empresa bebeu e achou que estava bem para dirigir. Perdeu a noção de velocidade, invadiu a calçada e atropelou uma criança de cinco anos. Ele descreve que ficou desesperado, que tentou socorrer e que os olhinhos assustados da criança não saem de sua cabeça. Faz as seguintes reflexões: “Quantos sonhos eu destruí! Por que eu fui beber e dirigir? Uma criança...” O vídeo termina com a imagem e o áudio do lema da campanha “O efeito do álcool passa, a culpa fica para sempre”. O estilo desse vídeo pode ser classificado, segundo os estilos de Lima (2009), como emotivo, pois apresenta o depoimento emocionado de uma pessoa que se envolveu em uma violência viária que teve como consequência a morte de uma criança.
            A campanha dá ênfase ao depoimento do personagem, apresentado após ter cometido uma infração que teve como consequência a morte de uma criança. O depoimento, de acordo com os sujeitos da pesquisa, demonstra o sentimento de culpa do infrator, como podemos observar nas falas que seguem:

“Vi um homem psicologicamente abalado pelo fato de cometer um erro que trouxe graves consequências.” (Sujeito 16).[2]

“Um homem desesperado por ter dirigido bêbado e ter atropelado uma criança, arrependido e se sentindo culpado.” (Sujeito 21).

As expressões de tristeza apresentadas pelo personagem protagonista do filme demonstram desespero e arrependimento. Novaes (2005, p. 61) esclarece que a culpa é descrita, muitas vezes, por sensações como “peso”, “que mói por dentro”, “que corrói”, “que tortura”.
O motorista, personagem da campanha, sente-se responsável pela morte da criança. Ele tem consciência de que foi imprudente ao dirigir sob a influência de álcool e demonstra sua culpa e arrependimento. Conforme Pompeia e Sapienza, com a culpa surge o remorso:

É aquele molestar insistentemente com pensamentos e sentimentos desagradáveis, uma sensação de que alguma coisa não foi como devia e a gente tem algo a ver com isso. Esse sentimento pode ser mais preciso ou mais difuso, pode ser identificado com clareza, mas traz sempre um mal-estar. (POMPEIA; SAPIENZA, 2004, p. 89).

            Os autores esclarecem, ainda, que a culpa vem acompanhada do sentimento de vergonha e de uma sensação de conflito, “eu e mim mesmo” ou “eu e minha ação”. (POMPEIA; SAPIENZA, 2004, p. 91). Eles explicam que, na experiência de culpa, aparecem sentimentos como: “deveria ter tido mais cuidado”; “ter avaliado melhor a situação”; “Enfim, lido sempre, de um lado, com o que fui capaz de ser e, de outro, com o que sinto que gostaria de ter sido capaz de ser.” (POMPEIA; SAPIENZA, 2004, p. 95).
            Por isso a sensação de culpa pode levar a pessoa ao desespero. Esse desespero, provocado pelo sentimento de culpa, faz parte da história literária. Pompeia e Sapienza (2004, p. 95) relembram a tragédia de Édipo, escrita por Sófocles, no século V a. C. Édipo matou um desconhecido sem saber que era seu pai. Casou-se com sua mãe e teve filhos com ela, também sem saber que sua esposa era sua mãe. Ao conhecer sua verdadeira identidade, Édipo desespera-se e fala: “Oh! Ai de mim! Tudo está claro! Ó luz, que eu te veja pela derradeira vez! Todos agora sabem: tudo me era interdito: ser filho de quem sou, casar-me com quem me casei... e... e... eu matei aquele a quem eu não poderia matar!” (SÓFOCLES, 2005, p. 86). Ao ver que sua mãe e esposa suicidou-se, Édipo, tomado pela culpa e pelo desespero, castiga-se furando seus olhos, tornando-se assim cego pelo resto da vida.
            Os sentimentos de culpa e de arrependimento demonstrados na declaração do motorista que dirigiu sob influência de álcool e atropelou e matou uma criança, causaram comoção nos sujeitos da pesquisa. Muitos afirmaram terem sentido tristeza ao assistir ao vídeo, como demostram suas falas a seguir:

“É realmente triste saber que muitas pessoas hoje cometem esse crime [...]”. (Sujeito 7).

“Eu senti um drama muito forte porque ele teve um sentimento de culpa.” (Sujeito 13).

“Fiquei triste por ele ter atropelado e sem querer tirado a vida de uma criança.” (Sujeito 21).

            A comoção está relacionada às emoções e indica sensibilidade, uma característica do ser humano relacionada aos sentidos. Com a contemporaneidade, muitas vezes a sensibilidade vem sendo esquecida, até em nosso próprio lar, conforme descreve Duarte Jr.

[...] a nossa casa veio deixando de ser um lar, no sentido de constituir uma extensão de nossas emoções e sentimentos, veio deixando de ser um lugar expressivo da vida de seus moradores e da cultura onde se localiza. Foi se transformando, nesta expressão difundida, numa “máquina de morar”, fria e estritamente utilitária, sem o aconchego e o afeto de uma verdadeira morada. (DUARTE JR., 2001, p. 91).

Essa falta de sensibilidade, descrita por Duarte Jr., vai além da nossa casa, acontece também em outros ambientes como: na escola, no cinema e no trânsito.  Em se tratando do último, parece que os acontecimentos cotidianos são cenas de ficção, que a violência que acontece diariamente nas vias não é real. Esquecemos, assim, que os automóveis são guiados por seres humanos - parece que são apenas máquinas, sem sentimentos.
No entanto, podemos identificar nas falas dos sujeitos da pesquisa suas percepções sensíveis sobre o tema. É possível observar que, ao assistirem o depoimento do motorista imprudente sobre sua tristeza e arrependimento, eles se apropriaram dos seus sentimentos, permitindo a fluidez das emoções. Essa apropriação é perceptível, também, em algumas respostas dadas sobre a situação em que o filme fez pensar:

“No caso, me fez pensar que, imagina se fosse o meu filho.” (Sujeito 12).

“Esse filme me fez pensar cada vez que vou para as baladas e dirijo sob efeito de álcool e que, muitas vezes, ainda faço isso em alta velocidade.” (Sujeito 13).

“Quando ele relatou o fato, imaginei quantas pessoas saem para se divertir e não voltam, por imprudência de outras pessoas.” (Sujeito 19).

“Num atropelamento que meu marido fez, mas ele não tinha bebido.” (Sujeito 20).

“Na dor que a família da criança estava sentindo.” (Sujeito 23).

Podemos notar que muitos relataram situações relacionadas à imprudência e à violência no trânsito. Alguns inclusive colocaram-se no lugar do motorista imprudente ou da vítima. A morte da criança foi considerada o ponto forte do filme pela maioria dos sujeitos da pesquisa.
A criança representa o futuro da nação. Ela é um ser desprotegido e frágil, que precisa de cuidados e que tem seus direitos. Nos artigos 15, 16 e 17 do Estatuto da Criança e do Adolescente (Brasil, 1990), está destacado que a criança e o adolescente têm direito à vida, ao respeito, à dignidade, à saúde, a ir e vir e estar com segurança em locais públicos.
Esses direitos não estão sendo garantidos às crianças e aos adolescentes.  A cada dia, há menos segurança para esses seres transitarem, seja a pé, de bicicleta, ou de veículo automotor. Essa insegurança tem resultado no aumento de mortes e feridos no trânsito, envolvendo crianças e adolescentes.
Segundo dados do Observatório Nacional de Segurança Viária,

Houve um aumento no número de ocorrências de trânsito registradas envolvendo crianças e adolescentes no primeiro semestre de 2013, se comparado com o mesmo período do ano passado. Na faixa de 0 a 7 anos, o aumento foi de 24%, passando de 2.560 para 3.178. Já na faixa etária de 8 a 17 anos, o aumento foi ainda maior: passou de 8.839 para 11.461, um crescimento de 30%. (ONSV, 2013).

Muitas crianças e adolescentes estão se ferindo ou perdendo a vida no trânsito, por irresponsabilidade dos adultos, que, provavelmente sem medir as consequências, cometem todo tipo de infração, como a citada no vídeo A. Os adultos têm o dever de cuidar da criança e do adolescente, conforme estabelecido no Art. 18 do ECA: “É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”. (BRASIL, 1990).
A morte de um ser desprotegido pela falta de responsabilidade de um adulto provocou a sensibilidade nos participantes. Assim sendo, representar situações que envolvam crianças pode ser uma referência a futuras campanhas educativas para o trânsito.
            Os sujeitos da pesquisa informaram, ainda, que a mensagem deixada pela campanha foi “Se beber não dirija”. Esse resultado vai ao encontro do objetivo da campanha: Depoimento - Bebida e direção. “O efeito do álcool passa, a culpa fica para sempre”, ou seja, “[...] sensibilizar as pessoas com as tragédias causadas pela combinação de bebida e direção” (BRASIL, 2011).
A atitude de dirigir sob o efeito de álcool representa uma grande irresponsabilidade, com consequências irreparáveis, conforme observamos no vídeo em questão. Campanhas que orientam a população sobre os riscos de beber e dirigir são fundamentais. Os sujeitos da pesquisa demostraram perceber isso nos depoimentos, justificando a importância da mensagem deixada pela Campanha: Depoimento - Bebida e direção. “O efeito do álcool passa, a culpa fica para sempre”, conforme algumas falas a seguir:

“[...] tem pessoa que acha que saiu de uma festa alcoolizada e está bem para dirigir, isso é uma falta de pensamento.” (Sujeito 2).

Talvez com esta mensagem as pessoas se conscientizem e obedeçam às leis do nosso País.” (Sujeito 7).

[...] muitos ainda não respeitam os sinais de trânsito e ainda continuam sob o efeito de álcool dirigindo. Matam e se matam e, muitas vezes, vão até presos por isso e acabam também perdendo o veículo e multados por isso.” (Sujeito 13).

“[...] para mostrar as consequências de álcool e direção, pois as duas coisas não podem andar juntas.” (Sujeito 21).

As justificativas confirmam que os sujeitos da pesquisa avaliaram positivamente esse tipo de campanha educativa para o trânsito. Com base nas respostas provindas da pesquisa, é possível deduzir que o Vídeo mexeu com a sensibilidade da maioria dos estudantes da Educação de Jovens e Adultos participantes da pesquisa. Grande parte dos informantes demonstrou uma percepção sensível para a campanha educativa, percebendo as consequências das infrações de trânsito e manifestando sua indignação com a violência viária.
            Cabe, aqui, uma reflexão sobre a importância da percepção sensível, proporcionada pela campanha educativa em análise, e sua relação com o inteligível. Duarte Jr. esclarece-nos que “‘[...] o ‘sensível’ é o objeto próprio do conhecimento sensível, assim como o ‘inteligível’ é o objeto próprio do conhecimento intelectivo.” (DUARTE JR., 2001 p. 15). Mas qual a importância da integração do sensível com o inteligível para a segurança viária? Conforme Duarte Jr. (2001, p. 225), “[...] talvez a valorização do sensível e a busca de sua integração com o inteligível possa consistir num pequeno e primordial passo rumo a tempos menos brutais e permeados de maior equilíbrio entre as muitas formas de vida conhecidas”. Desta forma, quem sabe, a integração do sensível com o inteligível possibilite a reflexão e a aprendizagem sobre as maneiras coerentes de se comportar ao transitar nas vias.
No entanto, para que haja a integração entre o sensível e o inteligível, Maffesoli explica que: “É para dar conta disso que o intelectual deve saber encontrar um modus operandi que permita passar do domínio da abstração ao da imaginação e do sentimento ou, melhor ainda, de aliar o inteligível ao sensível”. (MAFFESOLI, 1998, p. 304).
Com base nessa citação de Maffesoli, podemos interpretar que a culpa será vista, também, como um indicador de aprendizagem se houver a integração do sensível com o inteligível. Assim sendo, para promover a segurança no trânsito, é importante considerar o modus operandi[3] no planejamento das campanhas educativas, a fim de proporcionar a sensibilidade por meio da conexão entre o sensível e o inteligível. Cabe, aqui, o argumento de Novaes sobre a culpa, sentimento em destaque na campanha em análise. “[...] a culpa também pode ser entendida como parte da experiência humana, como um guia. Nesse sentido é vista de forma positiva, funcionando como um indicador e como um meio de aprendizado”. (NOVAES, 2005, p. 61).

REFERÊNCIAS


BRASIL. Departamento Nacional de Trânsito / Ministério das Cidades.
Parada: Pacto Nacional pela Redução de Acidentes / campanhas. Depoimento - Bebida e direção. “O efeito do álcool passa, a culpa fica para sempre”. 2012a.  Disponível em: <http://www.paradapelavida.com.br/campanhas/bebida-e-direcao-o-efeito-do-alcool-passa-a-culpa-fica-para-sempre-dezembro-de-2011/>. Acesso em: 27 fev. 2013.

DUARTE JR., João Francisco. O sentido dos sentidos. Curitiba: Criar, 2001.

MAFFESOLI, Michel. Elogio da Razão Sensível. Petrópolis: Vozes, 1998.

NOVAES, Maria Helena (Org.). As gerações e lições de vida: aprender em tempo de viver. Rio de Janeiro: PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2005.

ONSV. Observatório Nacional de Segurança Viária. Aumenta o número de ocorrências indenizadas envolvendo crianças e adolescentes no trânsito em todo país. 2013. Disponível em: <http://www.onsv.org.br/ver/aumenta-o-numero-de-ocorrencias-indenizadas-envolvendo-criancas-e-adolescentes-no-transito-em-todo-pais>. Acesso em: 9 dez. 2013.


POMPEIA, João Augusto; SAPIENZA, Bilê Tatit. Na presença do Sentido - Uma aproximação fenomenológica a questões existenciais básicas. São Paulo: EDUC/Paulus, 2004.

SÓFOCLES. Rei Édipo. Tradução: J. B. de Mello e Souza. Versão e-Book. E-Book Brasil.com. Fonte digital. Digitalização livro em papel. Clássicos Jackson. Vol. XXII – 2005.

Irene Rios
Mestra em Educação, com a pesquisa: CAMPANHAS EDUCATIVAS PARA O TRÂNSITO: a percepção sensível de jovens e adultos; Especialista em Ambiente, Gestão e Segurança de Trânsito e em Metodologia de Ensino; Graduada em Letras Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa; Consultora e co-autora do projeto “Gincana Cultural de Trânsito”, vencedor do XII Prêmio Denatran de Educação no Trânsito - 2012 - na categoria "Educação no Trânsito - Projetos e Programas"; Presidente da Câmara Catarinense do Livro; Professora universitária de disciplinas na área de Educação para o Trânsito; Autora de artigos e livros sobre Educação para o Trânsito.




[2] Os sujeitos serão identificados por números, para preservar sua identidade.
[3] Modus operandi é uma expressão em latim que significa "modo de operação".