24 de nov. de 2014

Campanha de fim de ano

Fonte: Brasil - Denatran (2012).


Irene Rios

Quem me acode
à cabeça e ao coração
neste fim de ano,
entre alegria e dor?
Que sonho, que mistério,
que oração?
Amor.
Carlos Drummond de Andrade

Drummond (1997) descreve o fim de ano como uma época de alegria e de dor. Podemos entender, pelas palavras do poeta, que essa mistura de sentimentos é provocada pela presença e ausência de amor. Essa mistura de sentimentos de alegria e de dor pode ter, dentre seus motivos, a perda de um ente querido durante as festa de fim de ano, por exemplo.

Essa época do ano, devido às festas e, principalmente, devido à mistura de álcool e direção, a ocorrência de mortes e feridos no trânsito aumenta. Conforme balanço realizado pela Polícia Rodoviária Federal, somente nas estradas federais brasileiras, no período de 21 de dezembro de 2012 a 2 de janeiro de 2013, foram registrados 7.040 acidentes, que resultaram em 4.171 feridos e 392 mortes. (LEITÃO, 2013). Cabe salientar que há, ainda, as ocorrências nas rodovias estaduais e municipais, que não foram calculadas nesse balanço.

Nesse mesmo período, o Ministério das Cidades, em parceria com o Denatran, lançou a Campanha de fim de ano. Faz parte da campanha, um vídeo com a duração de 34 segundos, veiculado na TV em dezembro de 2012.



Todos os anos, a tradição do Natal toma conta do Brasil e derrama sobre a maioria dos nossos lares sentimentos como a solidariedade, a alegria e o bem querer. Vivemos a esperança de dias ainda melhores para todos os brasileiros no novo ano que se aproxima. Infelizmente, é nessa época de festas que acontece um impressionante aumento do fluxo de veículos em nossas ruas e estradas e uma acentuada presença de motoristas alcoolizados no trânsito. Para ajudar a diminuir o número de acidentes que mancham de tristeza as festas e a vida de milhares de famílias, o Ministério das Cidades, por meio do Denatran, está lançando uma ampla campanha de conscientização que convida todos os segmentos da sociedade a ajudarem a mudar essa triste tradição do aumento de acidentes nos feriados de fim de ano. (BRASIL, 2012d).
           
O vídeo exibe cenas de uma família comemorando o Natal e o Ano Novo: uma menina colocando meias na janela e presentes na árvore de Natal. A mãe preparando um peru assado. É transmitida, também, a cena em que o marido está bebendo, ao lado da esposa, fazendo promessas de ano novo. As cenas são interrompidas repentinamente pela imagem de um acidente de trânsito envolvendo o casal. A esposa aparece morta, toda ensanguentada, caída no asfalto. O marido olha para a esposa, desesperado. Durante a transmissão das imagens, é narrada a seguinte mensagem: “Mortes no trânsito. Já está na hora de abandonar essa tradição de fim de ano. O número de acidentes dispara em razão das festas de Natal e Ano Novo. Não dê esse presente para sua família. Se beber não dirija”. O vídeo é finalizado com a imagem da campanha: “Pare! Pense! Mude! Parada! Pacto nacional pela redução de acidentes!” e o áudio da frase: “Consciência no trânsito: um pacto pela vida”.

A campanha, assim, mostra uma mulher ensanguentada no asfalto. Lima (2009) esclarece que campanhas com essa característica possuem o estilo chocante. Porém, por mostrar a família unida no Natal e depois o sofrimento do marido, podemos perceber também o estilo emotivo.

A ruptura de um momento de alegria das festas de Natal e de Ano Novo para um momento de tristeza com a morte causada pela mistura de álcool e direção foi percebida por diversos estudantes da Educação de Jovens e Adultos – EJA - do Ensino Médio, que participaram de uma pesquisa sobre a percepção sensível em campanhas educativas para o trânsito.

Ouvi que todos estavam festejando o Natal e o ano novo, beberam demais, saíram de carro e bateram. Invés de ser festa de Natal e Ano Novo, foi a tristeza de uma morte movida à bebida.” (Sujeito 11).

“Pessoas festejando, festa de final de ano, todos alegres, mas no final, mais uma vez a bebida acabando com tudo e o marido desesperado vendo sua esposa morta no chão.” (Sujeito 21).

A combinação de álcool e direção tem sido a causa de muitas mortes no trânsito. Conforme pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, em setembro de 2011, com 47.455 vítimas de violências e acidentes, atendidos nos serviços de urgência e emergência do SUS (Sistema Único de Saúde), em 71 hospitais nas capitais brasileiras e no Distrito Federal, o Álcool está relacionado a 21% da violência no trânsito. “O levantamento aponta que uma em cada cinco vítimas de trânsito atendidas nos prontos-socorros brasileiros ingeriram bebida alcoólica” (BRASIL, 2013).

O álcool é uma droga lícita[1] que provoca diversos efeitos colaterais no organismo. Moreira destaca que:

O álcool acarreta no ser humano uma redução da capacidade de reagir adequadamente a estímulos (reflexos); diminui a visão periférica; altera o controle corporal causando desequilíbrio e dificuldades de marcha; aumenta a agressividade; causa sono; e leva a embriaguez. Tendo ação sobre todos os tecidos, o álcool exerce marcadamente seus efeitos no sistema nervoso. (MOREIRA, 2008, p. 53).

Por isso, dirigir sob a influência de álcool é considerado, segundo o artigo 165 do CTB, uma infração gravíssima, cuja penalidade é multa e suspensão do direito de dirigir por 12 meses. A multa será aplicada em dobro, no caso de reincidência no período de até 12 (doze) meses. Está previsto, ainda, no artigo 306 do CTB, que o condutor que apresentar concentração de seis decigramas de álcool por litro de sangue, 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar[2] ou sinais que indiquem alteração da capacidade psicomotora terá a pena de seis meses a três anos de detenção e “multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor” (BRASIL, 1997). A grande consequência da mistura de álcool e direção, no entanto, não está na penalidade, mas sim na perda de vidas que desestruturam as famílias. Está na quantidade de feridos que lotam nossos hospitais e oneram o Sistema Único de Saúde.

A maioria dos sujeitos da pesquisa considerou, como o ponto forte do vídeo, a cena que mostra a mulher morta. É uma imagem violenta e chocante, pois exibe a cena da morte no trânsito mais próxima da realidade, ou seja, a vítima ferida ensanguentada, caída no asfalto. Alguns sujeitos insinuaram que a Campanha de Fim de Ano é mais interessante por apresentar essas características, como podemos observar nas falas a seguir:

“Porque mostrou mais a realidade de morte no trânsito.” (Sujeito 3).

“É o que passa a realidade mais forte e assustadora.” (Sujeito 5).

“Porque é um acidente brutal que leva a pensar na morte imediata e causa um grande impacto nos telespectadores.” (Sujeito 7).

Muitas pessoas interessam-se mais em ler ou assistir a filmes de violência do que coisas positivas. Conforme pesquisa realizada por Odin e Popiu (2012), sobre a quantidade de acessos no Portal Catve.tv[3], onde há uma grande variedade de editoriais e notícias diárias, durante o mês de abril de 2012, “[...] a maioria das matérias que obtiveram mais visualizações dos internautas envolvem acidentes e mortes violentas, entre outros temas de aspecto negativo que aconteceram na cidade ou na região” (ODIN; POPIU, 2012, p. 120). As estatísticas do portal apontam que:

No período de um mês são mais de dois milhões de notícias visualizadas dentro do portal, o que significa que, em média, cada pessoa acessa cinco matérias cada vez que entra no site.
Dentro desse número de matérias visualizadas, 30% pertencem à editoria policial, que noticia mortes violentas, tiroteios, prisões, apreensões entre outros crimes e operações policiais. Essa porcentagem representa cerca de 600 mil notícias visualizadas no mês.
Em seguida vem a editoria de trânsito, que também noticia mortes violentas, acidentes graves, operações no trânsito entre outros assuntos. Essa editoria detêm 15% dos acessos mensais ao portal, cerca de 300 mil notícias visualizadas.
Em terceiro lugar no número de acessos ficam as matérias da editoria de esporte, com 8% das visualizações, cerca de 160 mil acessos. (ODIN; POPIU, 2012, p. 122).

Percebemos que cenas de violência atraem as pessoas. Talvez, por isso, a Campanha de Fim de Ano, com estilo chocante, tenha despertado o interesse dos sujeitos da pesquisa. Talvez, por isso, as imagens violentas foram consideradas como o ponto forte da campanha. Por outro lado, é possível observar, também, que mostrar cenas fortes, ou seja, os fatos como eles realmente são, após a violência de trânsito, podem deixar, nos receptores, mensagens relacionadas à segurança nas vias, como estas relatadas pelos sujeitos da pesquisa, após assistir ao Vídeo D:

“Que nossa vida é mais importante que o álcool e que ele não combina com direção.” (Sujeito 3).

“Festas de fim de ano e comemorativas são melhores em família e em casa.” (Sujeito 5).

“Que todos os seres humanos têm que ter consciência que volante e bebida não se misturam.” (Sujeito 12).

“Que por mais que sejam festas de fim de ano, devemos ter mais responsabilidade na hora de dirigir.” (Sujeito 14).

São mensagens que demonstram a sensibilidade dos sujeitos sobre o conteúdo apresentado na campanha, ou seja, os riscos e as possíveis consequências da mistura de bebida e direção e a importância da vida e do convívio familiar.

Alguns sujeitos forneceram justificativas sobre a importância da mensagem deixada pela campanha, como mostram as falas a seguir:

“Porque a vida é tão importante, que ninguém tem noção.” (Sujeito 12).

“Porque a imprudência no trânsito aumenta nessa época, é bom alertar para suas consequências.” (Sujeito 14).

“Quem sabe as pessoas que assistiram ao vídeo pensem mais nas coisas que estão fazendo.” (Sujeito 17).

“Pois várias pessoas morrem sem ter culpa, é um incentivo a não beber e dirigir.” (Sujeito 18).

“Porque devemos ter consciência, respeitar às leis de trânsito e preservar nossas vidas e das outras pessoas.” (Sujeito 23).

As declarações demonstram a percepção sensível dos sujeitos para a campanha. Sobre essa percepção convém destacar as palavras do sujeito 12 que conceituou a vida como algo de tamanho valor, incapaz de ser compreendido pelas pessoas.

Schiller (1995, p. 81-82) explica que: “O objeto do impulso sensível, expresso num conceito geral, chama-se vida em seu significado mais amplo; um conceito que significa todo o ser material e toda presença imediata nos sentidos”. Podemos deduzir, assim, que a valorização da vida serve de impulso para a sensibilidade e que, por outro lado, os sentidos incentivam o ser humano a valorizar a vida.

Provavelmente, os sujeitos que ao assistirem ao vídeo mencionaram a importância da vida em suas declarações perceberam o quanto ela é frágil e como podemos perdê-la facilmente. Em instantes, a mulher que estava feliz, comemorando o Ano Novo, passou a ser um cadáver ensanguentado no asfalto. Essa possibilidade, possivelmente, mexe com os sentidos e serve de impulso para pensar no valor da vida.

Referências

BRASIL. Código de Trânsito Brasileiro. 1997. Disponível em: . Acesso em: 15 jan. 2013.

______. Ministério da Saúde. 2013a. Disponível em . Acesso em: 22 ago. 2013.

______. Departamento Nacional de Trânsito / Ministério das Cidades. Parada: Pacto Nacional pela Redução de Acidentes / campanhas. Campanha de Fim de Ano. 2012d. Disponível em: < http://www.paradapelavida.com.br/campanhas/campanha-de-fim-de-ano-tradicoes-dezembro-de-2012>. Acesso em: 27 fev. 2013.

LEITÃO, Thais. Fim de ano nas estradas federais tem mais de 4 mil feridos e quase 400 mortos. Brasília. Agência Brasil, 2013. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-01-03/fim-de-ano-nas-estradas-federais-tem-mais-de-4-mil-feridos-e-quase-400-mortos>. Acesso em: 8 out. 2013.

LIMA, Roberta Torres. Classificação de Campanhas Educativas de Trânsito. Monografia (Pós- Graduação em Gestão, Educação e Segurança no Trânsito) Universidade Cândido Mendes. Belo Horizonte, 2009.

MOREIRA, Fernando. A mudança cultural que salva vidas: Lei 11.705 (Lei Seca): a lei que salva vidas. Rio de Janeiro: Arquimedes Edições, 2008.

ODIN, Max Andreuw; POPIU, Jeferson. Notícias trágicas: quanto pior o fato, maior a audiência. In: Revista Advérbio. Vol. VII, n. 14, 2012.

SCHILLER, Friedrich. A educação estética do homem. 3. ed. Trad. Roberto Schwarz e Márcio Suzuki. São Paulo: Iluminuras, 1995




[1] Droga lícita é aquela que possui a produção, o uso e a comercialização permitidos por lei.

[2] Ar expirado pela boca de um indivíduo, originário dos alvéolos pulmonares.

[3] O portal pode ser encontrado no seguinte endereço . Acesso em: 25 out. 2013.

Campanha Mundial de Segurança Infantil no Trânsito pede colaboração

Em todo o mundo, mais de 500 crianças morrem todos os dias em acidentes de trânsito. Outras dezenas de milhares são feridas, muitas vezes deixando sequelas permanentes. Apenas no Brasil, por dia, mais de 5 crianças são vítimas fatais do trânsito e, em um ano, cerca de 15 mil são hospitalizadas por esses acidentes. Uma realidade internacionalmente considera como epidemia, que impede o direito das crianças a uma mobilidade segura. Em resposta a esse problema, colaboradores de Segurança Viária das Nações Unidas lançam a campanha global #SaveKidsLives.

#SaveKidsLives ou em português #SalvemNossasCrianças, chama a sociedade à ação para salvar a vida de crianças no trânsito em todo o mundo por meio da assinatura da Declaração das Crianças para a Segurança Viária. Essas declaração e assinaturas serão entregues na Terceira Semana Mundial de Segurança Viária das Nações Unidas, que acontece entre 4 e 10 de maio de 2015.
A declaração é inspirada nas vozes de crianças de todo o mundo. Elas expressaram seus pensamentos e medos sobre seus caminhos pelas ruas e disseram ainda que precisam ser mantidas em segurança. Em um esforço conjunto, especialistas do mundo também delinearam medidas que devem ser tomadas. O resultado pode ser visto no sitewww.savekidslives2015.org.

É preciso saber, que ao assinar a Declaração das Crianças para a Segurança Viária você está ajudando a: Pedir a governantes e tomadores de decisão para salvarem a vida das crianças, colocando a segurança viária em pauta; Chamar atenção para a necessidade de redução do número de mortes nas estradas em todo o mundo; E apoiar um movimento de segurança viária liderado por crianças ao redor do mundo.
As medidas são urgentes em todos os países. Assinem! Chamem a todos para assinar a fim de salvar a vida das crianças no trânsito em todo o mundo. Compartilhe em suas redes sociais, fale com seus vizinhos. Juntos, apelaremos aos governantes de todo o mundo para agirem e protegerem as crianças.

Veja aqui um passo a passo de como assinar.
Veja aqui um passo a passo de como assinar.
1 - Acesse o site www.savekidslives2015.org. Por ser uma campanha mundial, ele está em inglês.
2 – Clique em “Read It”, que significa “Leia-a”, na barra superior. Para ler a versão em português da Declaração das Crianças para a Segurança Viária clique em (PT).
3 – Clique no link do site na parte superior da Declaração para voltar à página inicial.
4 – Agora clique em “Sign It”, que significa “Cadastre-se”, na barra superior. Lá você poderá assinar a declaração.
5 – Preencha os campos de assinatura:
  • Pessoa física (I AM A PERSON) ou organização (WE ARE NA ORGANISATION)
  • Nome completo (YOUR FULL NAME)
  • País onde vive (YOUR COUNTRY)
  • Seu email (YOUR EMAIL ADDRESS)

6 – Clique no botão amarelo “Sign the Declaration” para registrar sua assinatura.
7 – Você receberá em seu email uma confirmação da assinatura. Caso não tenha recebido, confira na sua caixa de spam.  
8 – Pronto. Você já ajudou a salvar a vida de muitas crianças!

Fonte:

21 de nov. de 2014

Curso de Métodos e Técnicas Educativas para a Mobilidade Segura


VAGAS LIMITADAS!
Local do Curso: Hotel Foz do Iguaçu - Av. Brasil, 97 - Centro - Foz do Iguaçu - PR  www.hotelfozdoiguacu.com.br - facebook.com/hotelfozdoiguacu
Horário: das 8:00 às 12:00 e das 13:00 às 19:00.


Objetivos
Proporcionar a aquisição de conhecimentos sobre conteúdos, métodos e técnicas educativas de trânsito, para o desenvolvimento de aulas, palestras, campanhas educativas e demais atividades em prol da mobilidade segura.
Público Alvo:  Gestores de trânsito, coordenadores de educação para o trânsito, professores, supervisores, orientadores e demais interessados nos temas.
Metodologia e Recursos Educativos: Dinâmicas individuais e de grupo, exposição de motivos, exemplificação, slides, imagens, músicas, vídeos, exercícios práticos e pesquisa de campo.
Facilitadores
Irene Rios, Mestra em Educação; Especialista em Ambiente, Gestão e Segurança de Trânsito e em Metodologia de Ensino; Professora universitária de Educação para o Trânsito, Campanhas Educativas de Trânsito e Educação de Trânsito para Crianças e Adolescentes; Autora de artigos e livros na área de Educação para o Trânsito.

Rodrigo Calistro ministra oficinas de dramaturgia e contação de histórias. É contador de histórias desde 2004,
Investimento: R$ 650,00
No valor está incluso:
  • Coffee break
  • Os livros Guia Didático de Educação para o Trânsito“Transitando com Segurança” “Quem? Eu? Eu Não! E Outras Crônicas de Trânsito”, de Irene Rios
  • Visita de estudo a Foz do Iguaçu e ao Paraguai,
Os participantes receberão certificado de participação.
Grupos com mais de três pessoas, desconto de 10%.

Consulte-nos sobre parcelamento!
Formas de pagamento: 

1. Depósito Bancário
Banco do Brasil
Agência: 2638-7 - Conta: 38842-4
Favorecido: EDUTRANEC – Educação para o Trânsito e Eventos Culturais

2. Boleto Bancário

3. Empenho
A confirmação da inscrição acontece após o envio do comprovante de pagamento, ou do empenho, pelo e-mail: treinamentos@edutranec.com
Conheça outras atividades de Educação para o Trânsito realizadas pelo Instituto Ousar, no site www.edutranec.com


O Instituto Ousar  (Edutranec) se dá o direito de adiar ou cancelar o referido curso caso não haja a quantidade mínima de 20 participantes, com o prazo de 14 dias antes do inicio do curso. Neste caso, o valor as inscrições pagas será reembolsado.

Novas regras para 1º Habilitação entram em vigor em dezembro

Por Mariana Czerwonka

Novas regras 1.º habilitação
No próximo dia 01 de dezembro entram em vigor as novas normas e procedimentos para a formação de condutores, previstas pela Res.493/14, do Contran (Conselho Nacional de Trânsito).


Segundo a Resolução, quem quiser obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria "B" estará obrigado a cumprir 25 horas aula de prática de direção, sendo 5 horas/aula, no período noturno. Do total desta carga horária, um máximo de 30% poderá ser cumprido no simulador.

As aulas realizadas no período noturno, poderão, de forma facultativa, ser substituídas por aulas realizadas em simulador de direção veicular, limitados a 4 horas/aula.

Alguns estados, como Alagoas (através da Portaria 1647/14) e Rio Grande do Sul (Portaria 378/14), mantiveram o uso obrigatório do simulador.  

Segundo o Departamento Nacional de Trânsito, o objetivo do simulador é permitir que o estudante tenha maior familiaridade com situações de risco, pois o grau de dificuldade aumenta a cada aula. As primeiras começam com conceitos básicos, passando por situações de adversidades, tráfego em vias de grande movimento, pista escorregadia, sob neblina, entre outros, fazendo com que o aluno tenha mais noção antes de encarar o trânsito real de uma grande cidade, suprindo a carência de informação e formação desses condutores.

*Essa reportagem foi uma sugestão de um leitor. Quer sugerir a sua pauta? Mande um e-mail para contato@portaldotransito.com.br

Fonte:

Leis de trânsito: mesmo sem poder dirigir, as crianças devem aprender. Faça seu papel!

Roberta Manreza*

Eu fico indignada com o tamanho do descaso dos motoristas brasileiros no trânsito. Não estou nem falando de dirigir embriagado, que é crime. Como a pessoa tem coragem de colocar a própria vida e a de outras pessoas em risco? Bom, eu tenho consciência do meu papel nas ruas e tomo sempre o maior cuidado. Nunca me envolvi em acidente grave, mas sei das possibilidades. Dirijo com muita atenção, principalmente porque estou sempre com a minha filha. Fico de olho nos outros motoristas e nos pedestres também. Sigo todas as normas de segurança. Hoje, a Juliana, que está com 11 anos, não precisa mais de cadeirinha ou assento, mas já usou bastante. O cinto de segurança é item automático: entrou no carro, colocou.

Já gravamos um programa com o tema “Nossos filhos e o trânsito”, um alerta para os pais para que seus filhos não se tornem vítimas ou causadores de uma tragédia. Os acidentes de trânsito são a principal causa de morte entre os jovens no mundo inteiro. Mais de 44 mil pessoas morreram em acidentes de trânsito no Brasil em 2012, de acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde. A ONU propôs a redução do número de acidentes e mortes no trânsito brasileiro até 2020. O Brasil se comprometeu, mas não vem cumprindo. O número de vítimas está aumentando. E a falta de preocupação das pessoas é impressionante. A forma como elas dirigem, já diz tudo.

Eu moro na Grande São Paulo, a vinte quilômetros da capital paulista. Todos os dias, pego a estrada para trabalhar e levar a minha filha à escola. Estrada só no nome mesmo, por causa dos congestionamentos, parece mais uma imensa avenida. E as filas de engarrafamentos de carros e caminhões se repetem durante a semana, sem exceção. Os motoristas ficam irritados, impacientes e acabam se esquecendo das suas responsabilidades na direção. Eu e a minha filha ficamos observando a reação deles e vemos de tudo! O mais surpreendente foi uma mulher fazendo a sobrancelha dirigindo. Isso mesmo! E que habilidade! Com uma mão no volante e a outra segurando a pinça ela ia tirando os pelos. E pasmem, com o carro andando! Ela não parava nem quando acelerava o carro. Como pode? Falar e escrever no celular então, dá para perder a conta. Fora outras inúmeras infrações.

fotografia (8)

Eu assumo que tenho que me policiar o tempo todo para não cair na tentação de usar o celular no trânsito. Que dá vontade dá. Você fica quase uma hora praticamente parada e com o aparelho pode dar uns telefonemas, adiantar uns itens da sua lista de afazeres do dia, dar uma olhada nos e-mails, mas é proibido! Hoje eu coloco a Juju como minha “secretária” e vou pedindo “faz isso”, “faz aquilo”, “liga para fulano”, “liga para ciclano”. E quando digo para ela escrever uma mensagem, ainda pergunto: “Escreveu direito? Soletra aí para mim!”

Não dá para exigirmos uma postura dos nossos filhos que nós não conseguimos cumprir. É aquela história de dar o exemplo. Não estou dizendo que é fácil, é muito difícil, mas estamos sempre tentando. Se eu fico irritada e impaciente no trânsito? Sim! Inevitável, moro em uma cidade grande e sei dos contras de quem vive em São Paulo. O trânsito caótico e enlouquecedor é um deles. Reclamo, reclamo, reclamo e a Juju sempre me acalma. E quer saber? São duas horas dentro do carro, quase todos os dias, com a minha filha ao meu lado e agradeço essa oportunidade. Sou uma privilegiada, tenho um meio de locomoção próprio e ainda consigo conciliar a minha agenda para levar e buscar a Juliana na escola. É um momento só nosso, que conversamos e batemos papo sobre tudo. E de quebra, ainda ensino para a minha futura motorista as regras de trânsito. Uma cidadã consciente que eu tenho certeza que ela será um dia. Em breve. 

*Roberta Manreza é mãe, jornalista,  apresentadora do Programa Papo de Mãe e colunista do Portal Papo de Mãe.

DICA: Assista ao Papo de Mãe  NOSSOS FILHOS E O TRÂNSITO: 



Fonte: http://www.papodemae.com.br/2014/11/18/leis-de-transito-mesmo-sem-poder-dirigir-criancas-devem-aprender-faca-seu-papel/ - Acesso em 21/11/2014

OMS cria biblioteca de campanhas de segurança viária

Por Mariana Czerwonka

No mundo todo, mais de 1,2 milhão de pessoas morrem vítimas de acidentes de trânsito a cada ano, e pelo menos 50 milhões são feridas. Porém, segundo estudos, a maior parte dessas tragédias pode ser evitada com a realização de melhorias estruturais em rodovias e veículos, com um comportamento responsável por parte dos motoristas, além de uma fiscalização mais rigorosa.

No que diz respeito ao comportamento das pessoas, além da educação para o trânsito nas escolas, algumas medidas podem ser promovidas e incentivadas com a difusão de campanhas pela televisão e pelo rádio.

Pensando no papel dessas campanhas como agentes de conscientização, a Organização Mundial da Saúde organizou uma biblioteca online com as campanhas de mídia de massa de segurança viária. Chamado de Online library of road safety mass media campaigns, o espaço reúne as melhores campanhas se segurança em áudio e vídeo produzidas em regiões do mundo todo.

As campanhas podem ser pesquisadas em três categorias: assunto, linguagem e região. São peças sobre segurança infantil, distrações ao volante, dirigir sob efeito de bebida alcoólica, uso de cinto de segurança e capacete, segurança viária em geral, dirigir em alta velocidade, entre outros riscos, produzidas em diferentes países para alertar os motoristas.

As mais impactantes dessas campanhas atentam para o que acontece quando as pessoas descumprem as leis e as consequências em termos de morte, lesões e danos físicos permanentes, bem como multas e prisão. Veja algumas delas.

Austrália
A distração cega as pessoas e pode causar danos irreversíveis



Camboja
Campanha mostra os perigos de beber e dirigir 




Brasil
Campanha mostra que um ou dois copos podem fazer a diferença. 



Assista outros na página do Facebook.

Fonte: http://portaldotransito.com.br/noticias/acontecendo-no-transito/oms-cria-biblioteca-de-campanhas-de-seguranca-viaria - Acesso em 21/11/2014