28 de mar. de 2013

Motorsexuais: Condutores vaidosos causam milhões de acidentes


<i>Motorsexuais</i>: Condutores vaidosos causam milhões de acidentes


Os homens vaidosos obcecados pela sua própria imagem, que observam constantemente no espelho retrovisor enquanto conduzem, são responsáveis por milhões de acidentes de carro, revelou uma pesquisa realizada no Reino Unido.






A paisagem, as mulheres bonitas e os telemóveis são apenas algumas das razões mais conhecidas que fazem os homens desviar imprudentemente os olhos do caminho, ao conduzir.
No entanto, ao que parece, nada é mais perturbador para o condutor masculino moderno do que o seu próprio reflexo.
A sua obsessão com cabelo, aplicação de bronzeado falso e a pose ao espelho retrovisor são as causas mais comuns de acidentes entre vaidosos condutores do sexo masculino, agora apelidados de  Motorsexuais.
Segundo o estudo, a obsessão pela vaidade de motoristas do sexo masculino pode ter causado cerca de 2,2 milhões de acidentes nas estradas nos últimos 12 meses.
Em média, um acidente relacionado com a vaidade causa danos no valor de 766 euros num carro, segundo a pesquisa da MORE TH>N Car Insurance.
 Quer seja para se pentearem, inspeccionar a tez, fazer beicinho, posar ou verificar o brilho dos seus dentes brancos e brilhantes, o espelho do carro está perfeitamente posicionado para que os vaidosos condutores se olhem quando estão ao volante.
Mais. Estima-se que 1,3 milhões de Motorsexuais aplicam regularmente creme hidratante, auto-bronzeador e até base com o carro em andamento.
Muitos condutores do sexo masculino parecem tão preocupados com sua própria aparência que se estima que 2,9 milhões se olham ao espelho entre cinco e dez vezes durante uma simples viagem de carro de 30 minutos, mostra a pesquisa.
Ao gastarem cerca de 4,8 segundos de cada vez que se olham ao espelho, significa que milhões de condutores do sexo masculino poderão passar até 48 segundos com os olhos fixos em si próprios em vez de na estrada.
 «Nós ouvimos uma série de histórias de advertência de mulheres que tentam aplicar maquilhagem ao conduzir, mas até agora os cuidados dos homens com a sua própria aparência ao volante era uma área inexplorada», disse Matt Pernet, do MORE TH>N.
«Esta pesquisa mostra que o número de Motorsexuais é significativo e que estão a colocar a sua segurança e a dos outros em risco por valorizarem mais a sua própria imagem em detrimento da estrada», acrescentou.

25 de mar. de 2013

Descuido que pode custar a vida

Especialistas discutem comportamento de pedestres que utilizam recursos tecnológicos transitando nas ruas
Assessoria de Imprensa Perkons
Ronan Pierote e Ana Jamur
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de um milhão de pessoas morrem por ano vítimas de acidentes de trânsito no mundo. Só no Brasil, segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, 9,5 mil pessoas, em média, perdem a vida em atropelamentos todos os anos. Um estudo feito nos Estados Unidos revelou um dado curioso envolvendo acidentes com pedestres: em seis anos, o número de atropelamentos de pessoas usando fone de ouvido triplicou. A pesquisa, publicada na revista especializada Injury Prevention (do grupo British Medical Journals), aponta adolescentes e jovens adultos entre as principais vítimas.

Pedestres que se deslocam enquanto usam o
celular tendem a prestar menos atenção no trânsito.
Crédito: Flickr - Matthew Kenwrick.
É difícil encontrar no nosso país um levantamento semelhante, porém, é inegável que o uso deste tipo de acessório causa distração. A Perkons ouviu especialistas que concordam quanto ao risco a que pedestres estão expostos. “São poucos os estudos que analisam os diferentes fatores contribuintes para um atropelamento. Podemos somente falar em fatores de risco para o pedestre com base em pesquisas realizadas no exterior”, ressalta Renata Torquato, psicóloga brasileira que trabalha no Departamento Nacional de Trânsito da Noruega (Norwegian Public Roads Administration), em Oslo.
E os riscos não se resumem apenas a ouvir música, mas também enviar mensagem de texto, falar ao celular e até mesmo conversar com outra pessoa enquanto se atravessa uma via. “A modernidade leva ao conforto e à facilidade de comunicação, o que muitas vezes coloca o ser humano em condição de risco produzindo o surgimento de situações adversas. Os mais jovens dominam com mais facilidade e rapidez a tecnologia e, por isso, são as maiores vítimas de acidentes quando transitando nas ruas”, afirma Dirceu Rodrigues Alves Junior, diretor do Departamento de Medicina Ocupacional da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET).
Para o médico especialista em medicina de tráfego, “é preciso que o pedestre mantenha em alto nível a atenção, do contrário não conseguiremos reduzir os índices de atropelamentos. O uso desses equipamentos reduz acentuadamente a percepção e retarda o tempo de resposta em caso de situação adversa”, enfatiza.
A psicóloga Renata Torquato corrobora a opinião esclarecendo que os sentidos são responsáveis por comunicar o aparelho cognitivo com informações relevantes para a tomada de decisão frente a um determinado estímulo. “Quando uma pessoa fala ao celular ou usa um aparelho eletrônico com fone de ouvido, a capacidade dos sentidos de captarem as informações sensoriais do ambiente fica dividida. O resultado dessa divisão de atenção faz com que os sentidos não percebam todos os estímulos fornecidos pelo ambiente que são necessários para que ela realize a travessia de forma segura”, expõe. “Desse modo, a informação insuficiente faz com que a pessoa emita uma resposta inadequada, gerando assim o comportamento de risco”, avalia.
Incerteza
É impossível saber com precisão o número de vítimas de acidente de trânsito causado por uso de equipamentos tecnológicos. Os boletins de ocorrência não trazem a informação de que a pessoa utilizava celular no momento do acidente, por exemplo. Ademais, muitas vítimas se negam a admitir o fato, em grande parte por acreditar que poderão ser prejudicadas.
Para o condutor, de acordo com o artigo 252 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), é proibido dirigir “utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a aparelhagem sonora ou de telefone celular”. A infração é considerada média, com multa de R$ 85,13 e quatro pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação). “Nos Estados Unidos, algumas cidades já proíbem o uso do aparelho celular também para o pedestre. Entretanto, essa não é uma opinião unânime entre os planejadores e pesquisadores de trânsito”, pondera Renata.
Os pedestres também têm deveres, que estão especificados no CTB. De acordo com o artigo 254, é proibido, entre outras atitudes, “atravessar a via dentro das áreas de cruzamento, salvo quando houver sinalização para esse fim”. A lei estabelece multa, mas como não há regulamentação para essa penalidade, os infratores seguem impunes.
Dentro e fora do veículo
De acordo com Renata, entre os comportamentos observados nos pedestres que falavam ao celular enquanto faziam travessias estavam: não olhar para todos os sentidos antes de cruzar a via, não respeitar o semáforo, não se certificar de que todos os veículos motorizados estavam totalmente parados e, ainda, andar vagarosamente sem observar a aproximação dos veículos. “Vale ressaltar que esses estudos foram realizados em outro contexto cultural. Isso deve ser levado em conta antes de aplicar os resultados para o contexto brasileiro”, pondera a psicóloga, que também é pesquisadora, consultora e realiza palestras sobre processos psicológicos e comportamentos no trânsito com ênfase nos usuários vulneráveis (ciclistas e pedestres).
O diretor da ABRAMET lembra que a tecnologia pode distrair também quem está dentro do veículo, atrás do volante. “Motoristas que falam ao celular ou usam o GPS, por exemplo, também tem a atenção desviada; no entanto, o pedestre ainda é o elemento mais frágil no trânsito, daí a necessidade de atenção a todo o momento”, alerta.
Em última análise, uma mudança de atitude sobre o comportamento de pedestres por meio de campanhas educativas seria importante para limitar os riscos de atropelamentos ocorridos por distração. “Um planejamento urbano adequado pode contribuir para influenciar de forma positiva o comportamento dos pedestres, principalmente por obras de engenharia que propiciem a criação de locais para travessias seguras, diminuindo a mortalidade advinda do conflito entre pedestres e motoristas”, reflete Renata, que vai além. “Nos locais onde esses conflitos não possam ser evitados, a lógica da prioridade deve partir da premissa do pedestre, já que esse é o usuário mais vulnerável no trânsito”, conclui.


Algumas medidas sugeridas para melhorar a segurança dos pedestres são:

·         Diminuir a velocidade nos centros urbanos com alta concentração de pedestres;
·         Aumentar a fiscalização dos motoristas para garantir o direito dos pedestres;
·         Estabelecer pontos seguros e atrativos de travessia como passarelas e faixas de pedestre  elevadas;
·         Realizar campanhas sobre o comportamento seguro do pedestre na cidade, para alertar tanto motoristas quanto pedestres.

Fonte: http://www.perkons.com - Acesso em 25/03/2013

Como uma pessoa boa e cordial pode agir de maneira má e egoísta no trânsito?


As frases abaixo são como “vozes” da consciência, segundos antes do comportamento...
 
“– Vou parar aqui mesmo! É só pra João Marcos entrar no colégio com segurança...” (para em fila dupla).

“– Não atrapalha tanto assim o trânsito... Vou atender!” (usa o celular enquanto dirige).

“– Ele vai desfilar em vez de passar.” (não prioriza o pedestre que está esperando na faixa).

“– Não há fiscalização!” (dirige em alta velocidade).
 
O que elas têm em comum? São justificativas que damos a nós mesmos (ou autojustificativas), após a consciência interrogar sobre a razão de fazermos algo errado. Autojustificativas como estas, que atentam contra nossa moralidade, isto é, contra nosso conjunto de princípios sobre o que é certo ou errado, com o objetivo de alcançarmos um benefício momentâneo, chamam-se: Desengajamento moral.
 
Carro do então ministro Mangabeira Unger (governo Lula), estacionado irregularmente em vaga reservada para deficiente físico
Sua função é fazer com que não soframos – ou não soframos tanto – por uma ação que normalmente reprovamos em nós mesmos. Ao “relaxarmos” a autocensura, diminuímos o sentimento de culpa. Por essa razão, uma pessoa tão boa e cordial como você, amigo leitor, poderá agir de maneira muito má e egoísta no trânsito. Mesmo que seja um intelectual reconhecido internacionalmente, professor da Universidade de Harvard, ex-professor do atual presidente dos Estados Unidos, e ministro de estado no governo Lula (veja foto ao lado e a nota:"Ministro Mangabeira Unger estaciona carro em vaga para deficientes").
 
Mas, como se constrói esse tipo de autojustificativa? De várias maneiras, afinal, o ser humano é muito criativo. Para entender, é preciso, primeiramente, ter clareza que, em qualquer situação, existe pelo menos: (1) a conduta repreensível, (2) seu efeito e (3) a possível vítima. Esses três elementos – ou a combinação entre eles –, por sua vez, são as bases racionais da transgressão.
 
A autojustificativa com base na conduta repreensível, por exemplo, geralmente é feita reinterpretando nossa ação para torná-la aceitável. Interessante, não? Um exemplo é o primeiro pensamento no início do texto: “...É só pra João Marcos entrar no colégio com segurança...”. Neste caso, a mãe de JM tenta tornar a conduta transgressiva – parar em fila dupla – numa conduta aceitável e prioritária, que é proporcionar segurança ao filho.
 
A autojustificativa com base no efeito da transgressão, por sua vez, é realizada pela deturpação ou desconsideração das consequências danosas da nossa ação. Visa especificamente a minimizar a intensidade dos (possíveis) danos causados, como no segundo pensamento: “– Não atrapalha tanto assim o trânsito... Vou atender!”. Com isso, o motorista desconsiderou as consequências de atender o celular enquanto dirige.
 
A autojustificativa a partir da vítima acontece quando o praticante da ação, isto é, o transgressor, inverte a situação. Ele culpa ou desmerece a vítima, conforme o terceiro pensamento: “– Ele vai desfilar em vez de passar”. O pedestre é o culpado do motorista não parar (por “desfilar” em vez de “passar”), razão pela qual não merece prioridade. Quanta criatividade!
 
Finalmente, existe outra maneira de se construir essas autojustificativas. O praticante da conduta ofusca a sua responsabilidade pessoal sobre a ação. Repare no quarto pensamento acima: “– Não há fiscalização!”. (dirige em alta velocidade).
 
Apesar de todo esse esforço pessoal – seja de reinterpretar a situação tornando-a aceitável, de deturpar ou desconsiderar as consequências danosas, culpar a vítima ou de ofuscar nossa responsabilidade –, o comportamento imoral pode ter consequências muito graves para as pessoas e para nós. Por exemplo, num caso real, parar em fila dupla para deixar o filho na escola quase terminou em assassinato. Semelhante ao exemplo no início do texto, uma mãe trancou, por alguns minutos, uma pista em frente ao colégio do filho. Profundamente irritado, um motorista de van escolar que estava logo atrás, desceu armado para tomar satisfação. Felizmente, os transeuntes o imobilizaram. Tudo começou com o desengajamento moral...
 
Esse é um caso extremo, claro; mas ilustra as consequências potencialmente desastrosas desse tipo de autojustificativa. Isto porque, ao mesmo tempo em que nos permitimos fazer o que é errado, também prejudicamos nossa avaliação das consequências objetivas do comportamento. Afinal, a autojustificativa, de maneira alguma, diminui objetivamente o dano decorrente da transgressão. Pense nisso!
 
Para ajudar ainda mais em suas reflexões, seguem algumas situações muito comuns em que você poderá sentir-se propenso a se desengajar moralmente. Para cada situação, peço que identifique as autojustificativas mais frequentes que lhe permitem fazer o que não é certo.
 
Exemplo:
  • Ultrapassar o sinal vermelho: “não tem fiscalização eletrônica”, “tô atrasado”, “já fiquei parado tempo demais neste cruzamento”, “o sinal verde fica pouco tempo” 

  • Dar uma “fechada” em alguém:_______________________________________
  • Jogar lixo pra fora do carro:__________________________________________
  • Estacionar em local proibido:_________________________________________
  • Tomar uns choppinhos antes de dirigir:_________________________________
  • Passar por cima de um canteiro para cortar caminho:______________________
  • Estacionar em vagas reservadas inadequadamente:________________________
  • Virar em local proibido:_____________________________________________
  • Não usar cinto de segurança:_________________________________________
  • Estacionar em cima da calçada:_______________________________________
 
Agora pense nas consequências reais ou potenciais para as pessoas ou para você decorrentes disso...
 
Espero que, ao final deste exercício, você mesmo possa identificar as situações e evitar seu desengajamento moral, mantendo-se coerente como uma pessoa boa e cordial em qualquer situação, inclusive no trânsito. 
 
Agradecimentos: 
À professora Ms. Lílian de Cristo e ao professor Dr. Fábio Iglesias, do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília, pela leitura crítica da versão preliminar deste texto.
 
Para saber mais: 
 
Bandura, A., Barbaranelli, C., Caprara, G. V., & Pastorelli, C. (1996). Mechanisms of moral disengagement in the exercise of moral agency. Journal of Personality and Social Psychology, 71(2), 364-374.
 
Iglesias, F. (2008). Desengajamento moral. In A. Bandura, R. Azzi & S. Polydoro (Eds.), Teoria social cognitiva: Conceitos básicos (pp.165-176). Porto Alegre: Artmed.
 
Neto, I. L., Iglesias, F., & Günther (2012). Uma medida de justificativas de motoristas para infrações de trânsito. Psico, 43(1), 7-13. Disponível em:
 http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistapsico/article/viewFile/11088/7613 

Fonte: 

23 de mar. de 2013

O adestramento no ensino da direção veicular reflete os altos índices de reprovação nos testes de direção


Os altos índices de reprovação nas autoescolas está tão difícil de controlar no Brasil que em alguns estados os CFC já estão na mira do Ministério Público. O Parquet entrou na briga agora, só que considera que 20 horas/aula de prática é insuficiente para aprender a dirigir e sugere que se aumente para 40 horas/aula.
 Lá em Minas Gerais o mesmo Ministério Público acusa o Detran de não cumprir com a fiscalização nos exames práticos de direção ao mesmo tempo em que promete endurecer a fiscalização em cima das autoescolas para que se faça cumprir a Resolução 358/10 do CONTRAN. Tal Resolução dispõe o seguinte: ou as autoescolas aprovam mais de 60% dos seus alunos nos testes práticos de direção ou perdem o credenciamento.
 A gravidade do problema fica ampliada pela declaração do diretor de habilitação do Detran/MG de que se a lei fosse cumprida todas as autoescolas teriam de ser fechadas, principalmente pelos altos percentuais de reprovação.
 Ora, senhores leitores e profissionais ligados ao processo de habilitação no Brasil, colocar a casa em ordem tomando apenas medidas administrativas no âmbito dos CFC para não perder o credenciamento é mole. Difícil mesmo é rever, atualizar e ajustar a parte pedagógica do processo de habilitação.
 Não adianta aumentar a carga horária das aulas práticas enquanto não se mudar os métodos arcaicos de ensino e de aprendizagem da direção veicular no Brasil. Porquê? Porque são métodos tradicionais, que ainda se baseiam no modelo ultrapassado de ensino baseado na memorização, no "decorar para a prova" tanto na parte teoria quanto na parte prática.
 Como se ensina a estudar para a prova teórica? Com decoreba de apostilas e pouco papo sobre incorporar o enunciado das questões? Sem analisar as situações cotidianas no nosso trânsito à luz do CTB e do comportamento humano no trânsito?
 E para a prova prática, como formar condutores para um trânsito cada vez mais caótico que exige condutores autônomos, seguros, com conceitos bem construídos sobre o ato de dirigir, a direção defensiva e a aprendizagem significativa se ainda se ensina a decorar as voltinhas de volante para a baliza? Os tempos são outros, a tecnologia dos carros evoluiu e ainda continua-se a ensinar o ponto de saída do carro dependendo de tremidinha de volante?
Será que é assim que ainda se pensa e se pratica a formação de condutores no Brasil? Então, não há nada de anormal nos índices altíssimos de reprovação nos testes práticos de direção. Os resultados apenas demonstram e refletem a correspondência e a ineficiência dos métodos de ensino e aprendizagem da direção veicular. O que existe de anormal é ter estampado na cara da sociedade todos os dias que esses métodos ultrapassados de ensinar a dirigir já não funcionam mais e ainda continuam sendo praticados, preservados e justificados com cortina de fumaça.
 O mais grave nisso tudo é a necessidade de mudança, de revisão dos métodos pedagógicos para que se deixe o adestramento do aluno de lado e se passe a investir num ensino com acolhimento emocional ao aluno, com aprendizagem significativa, com construção de conceitos e de significados sobre o ato de dirigir.
 Já quanto as críticas de que o aluno passa mais tempo na sala de aula do que praticando também não justificam as altas reprovações porque é absolutamente necessário conhecer a legislação de trânsito, aprofundar as noções de ética, de cidadania, de valores de convivência porque no dia a dia o que vemos é muita gente boa de volante, com anos de experiência, que sabe dominar o carro, mas que ainda assim se envolve em acidentes de trânsito mais do que os motoristas iniciantes.
 A questão do medo de dirigir e do medo de ser avaliado como propõem alguns psicólogos pode ajudar a explicar as principais causas que interferem na reprovação, mas também não as justificam por completo. No mínimo, indica que se repense a parte pedagógica, os planos pedagógicos e a formação dos instrutores para que possam acolher emocionalmente os alunos, saber diferenciar e se antecipar às suas dificuldades.
 Investir no relacionamento professor e aluno é outro eixo principal que precisa ser trabalhado com urgência sem que mais tarde o aluno necessite recorrer a pacotões de aulas para habilitados feitos por psicólogos e os chamados "gestores" para que consiga entender para que lado vai a traseira do carro numa manobra.
 Sim leitores, isso pode parecer absurdo para uma pessoa habilitada, mas é a exata realidade do que vem acontecendo: motoristas habilitados que não sabem para que lado  vai a frente ou a traseira do carro quando giram o volante!
 Que ensino da direção veicular é esse que se pratica no Brasil que o futuro motorista que deveria passar por um processo de formação recebe a concessão do Estado para dirigir sentindo-se refém do veículo?
 A prática vem com o tempo, mas acima de tudo, com uma formação adequada sobre os comandos básicos do carro. Não adianta aumentar a carga horária para 40, 60 ou 100 horas/aula porque se o ensino e a aprendizagem não forem revistos, adequados e melhorados continuaremos a ter motoristas totalmente despreparados com a habilitação na mão.
 Ficar nervoso na prova de direção é normal e sugerir que isso seja a causa maior das reprovações é empurrar mais uma vez a culpa pelas reprovações nos testes práticos ao aluno. É rotular o aluno com medo de dirigir, o aluno nervoso, o aluno com medo de ser avaliado, o aluno problemático e blá blá blá.
 Precisamos de menos blá blá blá e mais estudo sério sobre o assunto. Precisamos rever a parte pedagógica URGENTE das autoescolas. Precisamos de profissionais do trânsito comprometidos com o ensino e a aprendizagem veicular. Não dá para continuar tentando resolver o problema com aulas e mais aulas enquanto não aprendermos a como ministrar essas aulas. Mais qualidade e menos quantidade lembra alguma coisa?

Fonte: 

22 de mar. de 2013

Educação no Trânsito que ultrapassa fronteiras

O Projeto de Educação no Trânsito da Kopp, representado pelo especialista em trânsito Evandro Sehn, chega à Angola. O país do continente africano, com a ajuda da Kopp, visa efetivar projetos de educação no trânsito. O carro chefe dos projetos será a Escolinha de Trânsito Móvel. Para Sehn, contribuir para a educação no trânsito da Angola é um grande desafio, porém a alegria de poder repassar conhecimentos para fora das fronteiras brasileiras o encoraja, “vai ser algo para ficar na história”, salienta.

Segundo dados da Direcção Nacional de Viação e Trânsito (DNVT), de janeiro a setembro, 3.329 pessoas morreram e 12.177 ficaram feridas em consequência de 16.615 acidentes de trânsito nas estradas da Angola. A Kopp levará alternativas de projetos que conscientizem a população de um país, que sequer fala de educação de trânsito em seu Código de Estradas.

E para registrar todos os detalhes desta viagem, criou-se o Blog Educação no Trânsito que Ultrapassa Fronteiras, que busca descrever em textos e imagens todo o trabalho realizado em Angola, através dos registro de Evandro Sehn.

Confira, a seguir, alguns registros:

Hoje, quinta-feira (06), iniciou-se o treinamento de Educação no Trânsito para técnicos com formação em docência do Ministério da Educação da Angola. O especialista em trânsito, Evandro Sehn, que ministrou o curso, conta que serão estes técnicos que devem realizar a formação dos professores. O evento integra o projeto Educar para o Trânsito é Preservar a Vida, desenvolvido naquele país através de uma parceria da Kopp Tecnologia e da Marcov.

Através de uma apresentação do panorama mundial do trânsito e de seus problemas, Sehn explicou o Manual Pedagógico para Formação de Professores, que visa desenvolver os temas introdução e ética no trânsito; legislação com ênfase em educação no trânsito; educação; e desenvolvimento de projetos educativos de trânsito. Estes temas são a base teórica para que os formadores possam transmitir conhecimentos sólidos sobre uma ação essencial para a construção de um trânsito mais harmonioso e seguro em Angola.

O curso ainda possui um Manual Prático para Utilização dos Equipamentos do Kit Móvel - estrutura conhecida aqui no Brasil como Escolinha de Trânsito Móvel, desenvolvida idealizada pela empresa vera-cruzense Kopp. O manual visa orientar os facilitadores do projeto Educar para o Trânsito na utilização do kit com os alunos.
Slogan da Campanha desenvolvida em parceria Marcov e Kopp
Curso teve a presença do proprietário da Marcov, Claudio Holanda

Nos dias 26, 27 e 28 de fevereiro aconteceu a formação dos Técnicos da Direção Nacional Viação e Trânsito – DNVT, órgão vinculado ao Ministério do Interior – MININT da Angola. O curso foi dado pelo consultor especialista em trânsito da Kopp, Evandro Sehn e os técnicos são membros integrantes da Policia de Trânsito. A turma teve a participação de 17 alunos e serão esses os responsáveis pela formação dos professores na sequencia do projeto. No ultimo dia do curso os Técnicos do MED – Ministério da Educação, que já concluiram em dezembro, participaram para integrar os dois Ministérios.

Formar os Formadores: esse é o objetivo do projeto, para que as crianças possam receber orientação especializada e com o auxilio da Escolinha de Trânsito desenvolvida pela Kopp Tecnologia vão receber educação de trânsito de qualidade.



Técnicos do DNVT – Polícia de Trânsito

Na sexta-feira, dia 1º de março, foi realizada a solenidade de entrega do Kit da Escola de Condução (Escolinha de Trânsito da Kopp ) desenvolvida especialmente para o Governo da Angola. A entrega aconteceu na Escola 3003 do Centro de Luanda, capital daquele país. Na mesma ocasião foi realizado o treinamento prático das turmas de técnicos do Ministério da Educação e do Ministério do Interior. Como parte da formação foi trabalhado o Manual de Utilização do Kit. Na parte prática, os técnicos puderam visualizar a montagem do circuito, os cuidados com os equipamentos e a dinâmica de utilização. A estrutura foi muito elogiada pelos participantes e todos ficaram ansiosos para trabalhar com as crianças.


Formação dos professores 

Durante os dias 5, 6 e 7 de março os professores da Angola foram capacitados para o trabalho de educação no trânsito, em um total de 20h/aula. Dando continuidade à metodologia implantada no projeto de formar formadores, a turma de professores teve como palestrantes os técnicos do MED e do MININT. O consultor e especialista em Educação no Trânsito da Kopp, Evandro Sehn, acompanhou o trabalho dos técnicos e repassou orientações.

A formação dos professores seguiu o mesmo formato de trabalho dos técnicos, porém com o cuidado de transmitir conhecimentos mais específicos e de maior relevância para os alunos, diferenciando os materiais de acordo com a faixa etária.

A base será o Manual de Formação de Formadores, com as alterações e acréscimos sugeridos pelos técnicos - formadores, como combinado na primeira etapa.

No último dia da formação, foi realizada atividade prática com o Kit da Escolinha de Condução para que os professores pudessem conhecer e manusear o material.



Fonte: http://educacaonotransitokopp.blogspot.com.br - Acesso em 22/02/2013

21 de mar. de 2013

O que falta para que alunos saiam mais preparados para dirigir?

Talita Inaba


Da redação do Portal do Trânsito

Em uma enquete realizada pelo Portal do Trânsito no período de 23 até 30 de janeiro com 501 internautas, 52% dos motoristas acreditam que não terminaram o curso de primeira habilitação preparados para dirigir e encarar o trânsito. Essa é uma discussão antiga e relativa. Antiga, pois há muito tempo, as pessoas dizem que a formação de motoristas deveria mudar. Relativa, pois o nível de aprendizado depende, entre outros fatores, da dedicação do aluno.

Celso Alves Mariano, consultor do Portal e especialista de trânsito, diz que há "oportunidades de melhorias", em praticamente todas as fases do processo, começando pelo ânimo com que o aluno chega no CFC. Conceitos distorcidos ou frouxos de responsabilidade social, valores e cidadania - que poderiam/deveriam ser melhor trabalhados pela família e pela escola (Art. 76 do CTB) - resultam em candidatos à primeira habilitação focados unicamente em obter a CNH, sem uma real disposição para aprender a dirigir.

Algumas melhorias são apontadas pelo especialista para que alunos saiam mais preparados para encarar o trânsito do dia a dia:

É fundamental procurar saber com que grau de comprometimento e responsabilidade para com a humanização do trânsito o CFC atua.

Se tem um bom plano de aulas teórico e prático, se tem instrutores que gostam do que fazem, bem preparados e adequadamente "equipados" para a tarefa: muitos se deixam enganar atentando apenas para os veículos disponíveis. É a visão distorcida de que "o importante mesmo é a parte prática". Inclusive muitos donos de CFC pecam gravemente neste quesito: a parte teórica é a base sobre a qual vai se construir a mentalidade do futuro condutor em relação ao que é, para que serve e como (o trânsito) pode nos servir e quais são nossos direitos e deveres.

A parte prática, claro, é fundamental.

Convenhamos, esta não tem sido a parte mais difícil. Com metodologia e materiais didáticos adequados para a parte teórica, nas mãos de bons instrutores, e com a parte prática bem resolvida - caso da maioria dos CFCs - é possível formar os bons condutores de que o nosso trânsito precisa.

Quando o proprietário do CFC não tem a mentalidade de educador, a tendência é de negligência aos princípios mais nobres do CTB.

O resultado é um "CFC despachante", focado em resolver o problema do seu cliente, mesmo que isso signifique passar ao largo do processo educativo. Muitos escolhem o CFC em função do preço do curso, tratando o processo de formação de condutores como mero empecilho formal a ser transposto para chegar na CNH. É claro que os DETRANs tem uma grande responsabilidade nisso, afinal, quem determina como e qual CFC vai atuar em cada estado é o DETRAN.

Os DETRANs, por outro lado, poderiam provocar um auto-ajuste da qualidade das aulas, por exemplo, com a troca de perguntas ruins, erradas, incompreensíveis e/ou de pouca importância em suas provas por questões relevantes e bem formuladas. O efeito seria a qualificação do processo com um sonoro "agora não tem jeito, vou ter que estudar de verdade para passar", por parte dos alunos, e um "agora não tem jeito, vou ter que ensinar de verdade para que eles passem", por parte dos instrutores.

A sociedade, o próprio cidadão, cada um de nós, na medida em que nos apropriemos deste conhecimento e passemos a exigir mais qualidade, estaremos cumprindo um papel fundamental para que a pressão favoreça a evolução do jeito certo.

*Celso Alves Mariano é especialista de trânsito e consultor do Portal do Trânsito.

Fonte:

14 de mar. de 2013

Recomendações brasileiras para direção veicular em portadores de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis e arritmias cardíacas



Dentre as diversas condições que podem acometer condutores de veículos automotores, certamente as doenças cardiovasculares merecem importante destaque. A atenção que tem sido direcionada a estes pacientes se deve ao fato de que incapacidades súbitas ou mesmo fatais podem comprometer a margem de segurança necessária para evitar acidentes de trânsito1. Neste contexto, as situações que se apresentam sem sintomas premonitórios ou com sintomas súbitos e intensamente debilitantes podem colocar em risco a vida do motorista, demais passageiros do veículo, pedestres e outros usuários das vias. Portadores de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis (DCEI - marcapassos, ressincronizadores e cardiodesfibriladores) podem estar expostos a situações de risco em decorrência da cardiopatia de base que resultou na necessidade do uso de um dispositivo eletrônico permanente, mas também pela própria presença de tais dispositivos, que podem, eventualmente, sofrer interferências eletromagnéticas, apresentarem disfunções ou ainda propiciar terapias apropriadas, mas que criam situações de risco imprevisível, como os disparos de choque dos cardiodesfibriladores implantáveis (CDI).

Portadores de CDI têm risco de incapacitação súbita e podem causar dano a outrem enquanto estiverem dirigindo um carro. Os direitos do paciente com CDI competem com os direitos da sociedade para legislar quanto ao nível de risco que considera aceitável para a condução de um automóvel por portadores desse dispositivo.

Qualquer política deve ser justa com as pessoas, reconhecendo que as restrições podem limitar a liberdade pessoal, segurança no trabalho e sentimentos de bem-estar. Alguma flexibilidade deve ser permitida, mas os riscos associados à recorrência da arritmia devem ser colocados continuamente no contexto das necessidades de formação profissional, pessoal e social, e, portanto, tais riscos não podem ser jamais negligenciados. Deve ser reconhecida, no entanto, que a meta de um por cento de risco zero é inatingível e que a sociedade já aceitou um certo nível de risco ao permitir que outros grupos de pacientes, candidatos à condução de veículos automotores, como os jovens e idosos, e as pessoas com deficiência desde que em veículos convenientemente adaptados- tenham permissão para dirigir.

O automóvel, neste contexto, instrumento indispensável da mobilidade na sociedade contemporânea, não pode deixar de ser visto, também, como uma ferramenta de inclusão social, desde que, cabe repetir, os fatores de risco não estejam convenientemente controlados. A condição médica dos portadores de CDI,  que pode causar perda de consciência súbita e não pode ser controlada por tratamento medicamentoso, justifica a criação de recomendações, orientações ou regulamentos que impeçam o acesso do portador
de CDI à condução veicular, uma vez que a inconsciência pode resultar em morte ou prejuízo para o paciente e outros; a manutenção do estado de vigília é pressuposto básico para a administração dos riscos inerentes à condução de veículos automotores.

A comunicação eficaz das presentes recomendações aos profissionais médicos que lidam com estes indivíduos, no caso aqueles que os assistem do ponto de vista estritamente médico, por um lado, e aqueles outros a quem, no interesse da sociedade organizada, e visando ao estabelecimento da justiça social, o Estado delegou a autoridade para caracterizar, sob o ponto de vista da saúde física e mental, a aptidão para o manejo de veículos.

A Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC) em trabalho conjunto com o Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial (DECA) e a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET) desenvolveram um documento baseado em evidências científicas e em recomendações consensuais de diversos organismos nacionais e internacionais a fim de orientar médicos e condutores brasileiros. Aspectos importantes, relacionados às características peculiares de cada dispositivo e também aos veículos, foram considerados. Portadores de marcapassos convencionais (MP) podem estar sujeitos a menor risco que portadores de CDI.

Por outro lado, condutores de veículos particulares de passeio estão expostos a menor risco do que condutores de veículos destinados ao transporte de cargas ou passageiros. De acordo com as recomendações atuais da ABRAMET, pacientes submetidos a implante de MP devem permanecer afastados da direção veicular pelo período de 2 semanas em caso de direção particular e de 6 semanas em caso de direção profissional1. Habitualmente, corrigindo-se a bradiarritmia com MP, o risco de ocorrência de um evento sincopal ou arrítmico é bastante raro; por este motivo, após o período de cicatrização do sítio cirúrgico não são impostas restrições permanentes na maioria dos casos.

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13 de mar. de 2013

Medicamentos que interferem na direção veicular


A direção veicular sobre duas ou mais rodas exige do motorista equilíbrio, concentração, atenção, percepção, resposta motora rápida, sensibilidade tátil, visão, audição e algumas outras condições para o perfeito desempenho.

Todo organismo tem necessidades básicas para o seu funcionamento. É comum entre nós, a utilização de medicamentos por conta própria, sem a orientação do profissional de saúde. Isso é um grande risco.


Dr. Dirceu Rodrigues Alves Jr. 

Veja alguns medicamentos e seus efeitos na direção veicular:

Antidepressivos (para depressão e transtornos de ansiedade, por exemplo): perda de atenção, concentração, vigília e dificuldade de visão.

Analgésicos (usados comumente contra dores): sonolência.

Ansiolíticos e tranquilizantes (medicamentos usados para controlar a ansiedade, por exemplo): os efeitos são sonolência, redução dos reflexos e demora no tempo de reação.

Antiepilepticos (usados em epilepsia e transtorno de déficit de atenção): sonolência e confusão mental.

Hipnóticos (usados para combater insônia e induzir anestesia): sonolência.

Relaxantes musculares (para cólicas, por exemplo): sonolência e reações lentas.

Estimulantes (também presentes em medicamentos para emagrecer): irritabilidade e sono.

Broncodilatadores (para desobstruir as vias aéreas): taquicardia, tremores e convulsão.

Antiemeticos (para enjoos): sonolência.

Hipoglicemiantes, insulina (usados no tratamento de diabetes): tremores e convulsão.

Neurolepticos (para o tratamento de psicoses): redução dos reflexos, demora no tempo de reação, sedação e sonolência

Algum remédio pode dar positivo no teste do bafômetro?

Não, mesmo aqueles que contenham álcool, porque a quantidade é mínima e o teor alcoólico é baixo. Não produzirá efeitos sobre o sistema nervoso central. Imediatamente após fazer uso do medicamento possivelmente haverá um resíduo na boca. Ao soprar o bafômetro pode ser que até apareça algum teor de álcool, mas, soprando minutos após, o teste mostrará nível zero. É o mesmo que acontece quando se come um bombom com recheio de licor. O teor alcoólico presente na boca não faz parte do ar alveolar expirado. No bafômetro a dosagem será zero.

O que fazer quando é preciso tomar um remédio e dirigir logo depois?

Precisa o motorista ter pleno conhecimento das ações do medicamento. Cada organismo é um organismo, não são todos iguais e reagem de maneiras bem diferenciadas.  Alguns medicamentos, para serem iniciados, o paciente deve estar afastado da atividade.

Alguns são capazes de produzir efeitos indesejáveis e provocar um acidente de trânsito.  Exemplos comuns em nosso meio é o uso de um antialérgico, descongestionante nasal, tranquilizante, moderador de apetite e muitos outros. Sabemos que no nosso país temos por hábito fazer à automedicação, como já dissemos, e isso se torna risco muito grande não só para a saúde do indivíduo como também aumenta em muito o risco de acidente.
    
Alguns tipos de xaropes para a tosse, por exemplo, e até analgésicos usados para uma simples dor de cabeça são capazes de produzirem efeitos devastadores e consequências imprevisíveis. Nossos organismos são diferentes um dos outros e dessa forma reagimos também diferentemente. O que é bom para uns pode ser verdadeiro veneno para outros.
   
Existem medicamentos que tem ação depressora, produzindo torpor, sonolência, tonteira, debilidade. Outros com ação estimulante, produzindo perda do sono, agitação, redução da fome, alteração de reflexos o que nunca pode acontecer na direção de qualquer veículo.
     
Ao usarmos um medicamento quando estamos no exercício de atividade veicular precisamos ter pleno conhecimento dos efeitos colaterais e efeitos adversos que tal produto possa nos causar. Percebendo algum sintoma devemos interromper imediatamente a atividade, repousar, ingerir bastante líquido, para dessa forma, aumentar o processo de eliminação da droga do organismo e receber orientação do médico. Devemos manter tal conduta até que haja regressão total de tais sintomas. Insistir na direção é muito perigoso. A possibilidade de acidente é iminente.
       
      Qualquer medicação recomendada pelo médico deve ser acompanhada de explicação minuciosa sobre os efeitos que podem ser observados, a dose a ser usada, o tempo de ação, os riscos com relação à atividade veicular e qual deve ser o comportamento do indivíduo diante de sinais e sintomas. Caso o médico esqueça de dar tal informação, pergunte, não deixe o consultório enquanto não houver os esclarecimentos necessários. Não saia com dúvidas. Ao chegar a casa, se esqueceu de perguntar algo, telefone para o doutor, pergunte, tire a sua dúvida. Você estará fazendo a sua prevenção.
       
O que na bula pode indicar que o remédio compromete a habilidade para dirigir?

Na bula há recomendações de contra indicações e efeitos colaterais. Ali podemos obter informação da repercussão sobre o organismo. De longa data a ABRAMET conseguiu a aprovação de um logotipo de proibição do uso do medicamento quando na direção veicular a ser colocado na caixa do medicamento. Infelizmente, apesar da aprovação, até hoje não foi implantado.

Dr. Dirceu Rodrigues Alves Jr.
Diretor de Comunicação e do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional da ABRAMET
 Associação Brasileira de Medicina de Tráfego