30 de nov. de 2013

Exame obrigatório vai detectar uso de drogas por motoristas profissionais

Exame obrigatório vai detectar uso de drogas por motoristas profissionais.

Os motoristas profissionais de caminhões, carretas e ônibus vão passar por um exame que detecta o uso de drogas em um período de 90 dias antes do teste.
A resolução é do Conselho Nacional de Trânsito e determina que esse exame seja feito na hora de tirar ou renovar a carteira. O repórter Wilson Kirsche mostra como funciona o mercado de substâncias ilegais nas estradas.
Na cabine, um abuso declarado, bem conhecido por motoristas que não usam, mas são testemunhas do consumo entre os colegas. “Não estão tomando rebite, estão cheirando pó mesmo”, diz um caminhoneiro.
“Cocaína, crack, maconha”, afirma outro caminheiro.
Eles contam que o mercado clandestino transforma pátios e estacionamentos em pontos de tráfico. “Qualquer lugar que você chegar, acha. É como comprar doce no mercado”, diz um caminhoneiro.
Um caminhoneiro que não quer mostrar o rosto só dirige tomando comprimidos estimulantes, conhecidos como rebites. Ele diz que já passou cinco dias sem dormir para dar conta das entregas e aumentar a renda. “Na primeira noite dois, na segunda noite quatro, na terceira noite seis. E aí vai. Te deixa ligado a noite toda, que é o que cara precisa para poder rodar”, conta.
É esse perigo que está na mira da lei. A resolução do Contran vai tornar obrigatório o exame toxicológico ,que detecta consumo de drogas, para emissão e renovação da carteira de motorista, nas categorias C,D e E. As análises terá que ser feita em laboratório credenciado, e o laudo apresentado junto com os exames exigidos pelo Detran.
Para os testes serão coletadas amostras de cabelos, pelos ou unhas. O exame vai mostrar se houve uso de maconha, cocaína, crack ou anfetamina até 90 dias antes da coleta. “A queratina presente nos pelos e cabelos aprisiona pequenas moléculas das drogas, tornando possível que nós as detectemos por um período maior. O resultado sai em aproximadamente 15 dias”, explica o diretor de laboratório Vicente Milani.
Se o resultado der positivo para o uso de drogas, a resolução também permite que seja feita uma contraprova, até 90 dias depois do exame. O motorista só vai poder retirar ou renovar a habilitação se esse novo teste der negativo.
O sindicato dos caminhoneiros reconhece que o rigor do exame vai barrar muita gente, e que será preciso fazer campanhas de conscientização entre os profissionais. “Tem que investir muito nessas campanhas, nessas orientações, para que a gente possa ter uma equipe boa”, ressalta Carlos Dellarosa.
Transportadoras ouvidas pelo Bom Dia Brasil apoiam a medida, mas afirmam que não têm como arcar com o custo do exame, de R$ 350 a R$ 400. O teste teria que ser bancado pelos motoristas. “Para ele ser contratado pela empresa ele vai estar com os documentos todos em ordem, vai ter que estar. Então esse custo vai ser repassado para ele, infelizmente”, diz a supervisora de transportadora Débora Quaglio.
Mesmo assim, dentro da boleia, a aprovação é quase geral. Os caminhoneiros sabem que esse vai ser o preço da segurança. “Quanto menos louco na estrada, melhor”, diz um caminhoneiro.
A resolução já foi publicada, mas o Contran deu prazo até julho do ano que vem para começar a exigir o exame.
Fonte:

29 de nov. de 2013

Vida sustentável no trânsito

              SERÁ QUE CONSEGUIREMOS?
Dr. Dirceu Rodrigues Alves Jr.

Nossa realidade no trânsito e a negligência das autoridades para preservar vidas os levam a buscar alternativas para no fim da década ter reduzido de maneira drástica nossas perdas. Essas alternativas quando executadas têm apenas início, esvaindo-se sem produzir uma mudança de comportamento com relação à mobilidade. Estamos perdendo jovens extremamente saudáveis, em fase altamente produtiva, transformando- os em doadores de órgãos. Pior, trazendo prejuízo econômico de grande escala ao país.

Estamos evoluindo para o quarto ano da década de segurança viária proposta pela ONU. Nada vemos como medidas cautelares assumidas pelos governos e tão pouco pela sociedade.

A motocicleta é hoje o veículo que mais aparece como motivo para indenizações do DPVAT. Em 2012 constituíram 69% das indenizações. O fato justifica-se por múltiplos fatores. Um deles é a concessão da CNH com treinamento inadequado em local fechado, longe do trânsito e não conhecendo os obstáculos que serão enfrentados no dia a dia. Nesse local fechado, é exigido manter o equilíbrio e usar a primeira marcha. Feito isso é concedida a carta.

Foi ensinado apenas fazer o veículo sair da inércia.

As multas surgem meses após a infração cometida, muitas vezes o infrator nem lembra do ocorrido. Mal feitores, anunciam nos postes das ruas, telefones de contato para anular multas. Tal fato não é coibido pelo estado.

Uma conduta justa para conhecer o trânsito e adquirir experiência seria antes de conceder a CNH para a categoria A, conceder a B, quando se praticaria todas as situações que serão vivenciadas no trânsito. O treinamento para atividade sobre duas rodas deveria ser idêntico ao que a polícia militar dá a seus militares.

 É necessária mudança radical com relação à formação e concessão da CNH. A participação das empresas com palestras, treinamentos, educação de trânsito continuada, acredito que estaria contribuindo de maneira eficaz para redução das perdas de vidas e dos incapacitados, principalmente entre jovens, que são mais aventureiros, radicais e que tudo sabem e na realidade nada sabem.

O álcool é o outro adversário para quem está na direção veicular. O hábito é universal, daí, estimo que um terço dos 1,24 milhão óbitos ocorridos no planeta seja em decorrência da bebida alcoólica.

A obediência à lei seca é uma necessidade para todos que praticam a mobilidade sobre rodas, porém, as atitudes de combate e controle do álcool e também das drogas são hipócritas. Sem recursos humanos suficientes para atuar num país onde 56% dos motoristas consomem bebidas alcoólicas.

Não posso deixar de sinalizar que no Brasil, entre 13 e 17% dos motoristas são dependentes químicos do álcool. No entanto, os que mais causam riscos são os que fazem uso socialmente.

Quais seriam as alternativas para redução do álcool na direção veicular?

Múltiplas condutas poderiam ser adotadas:

  • aumento do preço das bebidas alcoólicas
  • transporte público para o usuário
  • reduzir a comercialização nos fins de semana
  • o número de acidentes é proporcional ao número de bares
  • responsabilizar o comerciante que vende o produto
  • retirada da CNH no ato da infração
  • etilômetro conectado à ignição seria de grande valia, funcionando como equipamento de proteção individual e coletiva
  • fiscalização ostensiva intensa
  • punição severa
Acredito que os dois últimos itens sejam mais eficazes em curto prazo e o etilômetro conectado a ignição, de grande eficiência na prevenção de acidentes. Muitos países já utilizam, alguns, nos motoristas reincidentes.
A União Europeia atuou de maneira intensa no combate a utilização do álcool no trânsito. Em 1990 teve 74 mil óbitos, em 2009, 35 mil, uma redução de mais de 50% em 20 anos.

No Brasil, em curto prazo saímos dos 37 mil óbitos em 2010, para 60 mil em 2012 como afirma o DPVAT. Crescemos quase 50% em quatro anos.

Outro fato interessante é que de 2008 a 2012 houve uma queda do uso do rebite pelos profissionais do volante e crescimento da utilização de maconha e cocaína.

Estatíscas mostram que em cada dez acidentes rodoviários há dois caminhoneiros envolvidos. Na avaliação da atenção sustentada desses indivíduos, 89% mostram-se muito baixas, o que os predispõe ao acidente.
Necessitamos no trânsito, uma vida sustentável, mas na realidade estamos transformando vidas extremamente produtivas e saudáveis em doadores de órgãos.

Com tantas situações encontradas para mobilidade humana em nosso território, somada a atitudes governamentais que tem início, mas se esvaem, não tem continuidade e com as estatísticas mostrando crescimento assustador de 2011 para cá, vemos que a sustentabilidade da vida não está sendo vista como necessidade prioritária.

                                   Dr. Dirceu Rodrigues Alves Júnior
 Diretor de Comunicação e do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional da           
                 ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego)
                                          www.abramet.org.br
                                  dirceurodrigues@abramet.org.br
                                   dirceu.rodrigues5@terra.com.br

27 de nov. de 2013

Uma Vacina Contra os Males do Trânsito

Se você demorar oito minutos para ler este artigo, pode ter certeza de que, ao terminar, mais um brasileiro terá perdido a vida em razão de um acidente de trânsito. Este ano, segundo as projeções do Observatório Nacional de Segurança Viária sobre os dados informados pelo consórcio de empresas que administra o seguro obrigatório para veículos, Seguradora Líder DPVAT, aproximadamente 60 mil pessoas morrerão nas ruas, avenidas e rodovias do país, vitimas de acidentes de trânsito. São mortes estúpidas e doloridas, mas não são trágicas, como se costuma dizer. Tragédia é o que não se pode evitar, o resultado de uma catástrofe que se abate sobre determinada população e contra a qual não há como se precaver, por desinformação, falta de recursos ou mera incapacidade. Foi trágico, por exemplo, o tsunami no Japão, em 2011, que matou 11 mil pessoas – um desastre natural que teria de se repetir cinco vezes em um ano para chegar perto da dimensão do que ocorre no trânsito brasileiro.

Acidentes de trânsito podem ser apropriadamente comparados com doenças e epidemias, mais do que com calamidades. Suas causas são diagnosticáveis. Suas circunstâncias podem ser estudadas. E sua ocorrência pode ser reduzida com uma série de medidas profiláticas.

A dengue faz 1 300 vítimas fatais ao ano no país, e mataria muito mais se não houvesse uma mobilização nacional contra ela. Governos investem no combate ao mosquito e chamam a população a colaborar destruindo focos de proliferação. A conscientização chega ao ponto em que a maioria dos cidadãos sabe dos riscos, boa parte teme as consequências de conviver com eles e muitos contribuem tomando atitudes práticas para sua redução. A imprensa, por seu lado, trata com ênfase o problema sempre que as partes deixam de cumprir seu papel. Não se chega à erradicação da doença, mas há certeza de que a inação produziria um quadro muito pior. Outra praga, a gripe H1N1, corretamente tratada quase como uma questão de segurança nacional, controlada nos limites em que está, demoraria 527 anos para ceifar a mesma quantidade de vidas perdidas por atitudes de condutores, pedestres imprudentes e autoridades relapsas.


As ações positivas e com resultado contra o inimigo quase invisível das epidemias, surpreendentemente, não se repetem no enfrentamento do gigantesco e onipresente problema da segurança viária. Houve enorme progresso nos últimos anos em vários aspectos relacionados ao tema, mas eles pouco se traduzem na redução das mórbidas estatísticas. Motociclistas, quase unanimemente, usam capacetes nas grandes cidades. Os veículos ganharam novos dispositivos de segurança. Gasta-se algum dinheiro com sinalização de trânsito e recuperação de rodovias. Algumas estradas adotaram padrões mundiais de qualidade. Campanhas são realizadas para educar pedestres e condutores. As ciclovias começam a tornar-se uma realidade em algumas cidades. Mas o número de mortos continua crescendo.

Há quem veja razões econômicas para o fenômeno. A classe C chegou ao mercado de carros novos, que bate recorde sobre recorde, e a D sustenta o de usados, quase sempre com manutenção inadequada. Mas a responsabilidade desse processo na produção de acidentes fatais tem de ser delimitada ao seu real e pequeno papel – e também combatida com a efetiva fiscalização e retirada de circulação dos veículos imprestáveis, para os quais, aliás, nem existem depósitos que venham a dar conta de tamanha frota sucateada que circula em nossas cidades. Por outro lado, conformar-se com mais acidentes apenas porque há mais veículos em circulação equivale a admitir absoluta incompetência na gestão do problema – como se fosse natural, por exemplo, aceitar que mais gente deve morrer de fome na medida em que aumenta a quantidade de habitantes do planeta. 

O fato é que não há desculpas para se abarrotar leitos hospitalares, centros de fisioterapia, filas de aposentados por invalidez e cemitérios em razão de um processo socialmente suicida estabelecido no trânsito. Existe informação sobre como e por que ocorrem os acidentes. Há tecnologia para reduzir os pontos críticos do sistema viário. Não faltam órgãos oficiais encarregados desse assunto nem gente competente em muitos deles. Verbas de divulgação não parecem ser o problema de prefeituras, estados e União, onipresentes na publicidade para, como se diz, “prestar contas à sociedade” sobre os feitos das autoridades de plantão. Cidadãos que já perderam familiares ou estiveram eles próprios envolvidos em situações de perigo ao volante ou diante de um veículo também há milhares, milhões, de algum modo, prontos a ajudar como vozes de liderança numa luta coordenada e efetiva contra essa verdadeira doença.

O Observatório Nacional de Segurança Viária nasceu com a proposta de ser um elo entre todas essas partes, um ponto equidistante de todos os atores, que capta e realiza estudos, encontra propostas e sugere parcerias para encaminhá-las, contribui para a descoberta de soluções viáveis e orientadas numa única direção: a de poupar vidas com a ampliação da cidadania e da urbanidade. O OSNV quer ajudar a encontrar a vacina contra os males do trânsito.
José Aurélio Ramalho
Diretor Presidente
Observatório Nacional de Segurança Viária

Fonte: 

Mobilidade urbana: a cidade que queremos

Mobilidade urbana: a cidade que queremos Diorgenes Pandini/Divulgação
O problema da mobilidade urbana tem sido alvo de debates em todo o mundo. A grande questão é: como uma cidade pode crescer, gerar emprego e renda e, ao mesmo tempo, oferecer uma estrutura de transportes adequada? Até algum tempo atrás, a utilização do automóvel era sinônimo de conforto, velocidade e autonomia na mobilidade diária. Hoje, com o crescimento da população, a maior oferta de carros e o aumento dos engarrafamentos nas grandes cidades é necessário pensar em novas alternativas de transportes sustentáveis para a sociedade.

Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito-Denatran, nos últimos anos, o aumento no número de veículos automotores no Brasil foi dez vezes maior do que o aumento da sua população: enquanto a população cresceu em 12,2% numa década, o aumento do número de veículos motorizados foi de 138,6%. Joinville se insere nesta realidade, são mais de 340 mil no registro de veículos emplacados no Detran. 

Esses dados têm exigido uma nova postura por parte do poder público e da sociedade na solução do problema da mobilidade urbana.

Neste sentido, em janeiro de 2012, foi aprovada a nova Lei da Mobilidade. Ela traz um conjunto de medidas que prometem mudanças no sistema de mobilidade, que incluem a reorganização do transporte público e a restrição ao uso inadequado do automóvel. Tem como objetivos a integração entre os diferentes modos de transporte e a melhoria da acessibilidade e mobilidade das pessoas e cargas no território do Município, bem como a contribuição para o acesso universal à cidade, o fomento e a concretização das condições que contribuam para a efetivação dos princípios, e diretrizes da política de desenvolvimento urbano.

A lei precisa ser aplicada com determinação. Além disso, requer uma profunda revisão na alocação de recursos, reduzindo os subsídios dados ao automóvel, investindo em segurança no trânsito e apoiando sistemas integrados e de qualidade para pedestres, ciclistas e usuários de transporte público.

O que efetivamente pode ser feito? As pesquisas mostram que não há solução se o carro for privilegiado e as cidades continuarem a serem construídas para automóveis. A solução mais interessante é o investimento em transportes coletivos integrados, de qualidade e não poluentes, como primeiro passo para uma mobilidade urbana sustentável. Investir no transporte coletivo envolve a instalação de VLTs (veículos leves sobre trilhos), como trens, metrôs e bondes com novas tecnologias. E melhoria da qualidade dos ônibus, os tornando não poluentes. Além disso, é necessário integrar o transporte de uma cidade com ciclovias, ciclofaixas e sistemas de bicicletas públicas. Também é necessário respeitar o espaço destinado aos pedestres, investir em calçadas mais confortáveis e seguras, protegidas por sinalização, sem buracos ou qualquer tipo de obstáculo. Adicionalmente, a cidade deve ser planejada para aproximar as pessoas do trabalho, da educação, compras e lazer e reduzir a necessidade de transporte motorizado.

 necessário olhar para o planejamento das cidades, ou seja, como as regiões serão desenvolvidas? quais espaços públicos serão previstos? É preciso pensar na tão falada qualidade de vida. Pensar na cidade para as pessoas e não somente para os veículos. Investir em infraestrutura para vários modais de transporte. Perseguir estes objetivos não é tarefa fácil. Fica cada vez mais claro que a batalha da mobilidade urbana passa necessariamente por uma mudança de cultura. Esta mudança cultural virá na medida em que tenhamos um sistema de transporte público de qualidade, confortável, seguro, rápido e eficiente. 

*Christiane Wenck Nogueira Fernandes é doutora na área de transportes e logística, coordenadora do curso de engenharia de transportes e logística do Centro de Engenharias da Mobilidade da Universidade Federal de Santa Catarina e professora na área de engenharia de tráfego.

Fonte:

25 de nov. de 2013

DEFESA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - Campanhas Educativas para o Trânsito: a percepção sensível de jovens e adultos

Defesa de Dissertação de Mestrado de Irene Rios



Irene Rios, Prof.ª Dr.ª Carla Carvalho e Prof. Dr. Silvio Serafim da Luz Filho. 


Prof.ª Dr.ª Adair de Aguiar Neitzel, diretamente da França. 

RESUMO
  
Este é um estudo desenvolvido no grupo de pesquisa Cultura, Escola e Educação Criadora, da linha Cultura, Tecnologia e Processos de Aprendizagem do Programa de Mestrado em Educação da Universidade do Vale do Itajaí. Esta pesquisa tem como meta identificar a percepção sensível de estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA), frequentadores do Núcleo Avançado de Ensino Supletivo (NAES) de Tijucas (SC), relacionada a quatro campanhas educativas para o trânsito, promovidas pelo Ministério das Cidades, em parceria com o Denatran, veiculadas nos meios de comunicação em 2011 e 2012. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, em uma perspectiva aproximada do método hermenêutico. A partir da argumentação de pesquisadores como Duarte Jr. (2001), Maffesoli (1998), Schiller (1995), Matta (2010), Kanki (1995), dentre outros, são discutidos os benefícios da educação sensível para a aprendizagem de atitudes coerentes em prol da segurança viária. As campanhas investigadas foram caracterizadas e classificadas e os dados sobre a percepção sensível dos sujeitos da pesquisa foram coletados por meio de questionários contendo perguntas abertas e fechadas. Os resultados permitem mencionar que as campanhas de educação para o trânsito, que fizeram parte desta pesquisa, proporcionaram diversas percepções sensíveis nos sujeitos. Nas respostas relacionadas às quatro campanhas exibidas, há dados que comprovam que as mensagens foram percebidas e que as atitudes incoerentes no trânsito foram criticadas pelos sujeitos. As percepções sensíveis que mais comoveram foram: a morte, principalmente a da criança, a ruptura de um momento de alegria e o sofrimento dos familiares das vítimas. As campanhas provocaram reflexões sobre: o sofrimento das vítimas de trânsito, os riscos relacionados à mistura de álcool e direção, o uso da motocicleta e a importância da vida. No decorrer do texto, é citada a falta de sensibilidade no trânsito e a consequência disso para a sociedade. A educação dos sentidos é defendida, assim, como uma possibilidade para práticas e atitudes mais seguras e mais éticas no trânsito, sendo as campanhas educativas para o trânsito acompanhadas por projetos educativos em escolas e universidades parte importante desse processo.

Palavras-chave: Percepções sensíveis. Educação para o trânsito. Campanhas educativas para o trânsito. Educação para o Sensível.



Compartilho algumas considerações da Prof.ª Dr.ª Adair de Aguiar Neitzel, que me deixaram muito feliz:

"Normalmente o pesquisador está sem fôlego quando vai escrever as considerações finais e ele não consegue retornar aos objetivos, olhar para a questão problema e buscar responde-la. Com você, isto não aconteceu. Você vai direto ao ponto e responde a questão a que se propôs. Mais que isto: infere sobre as variáveis que podem ter interferido na coleta de dados. Muito bem, Irene. Você se revelou uma competência para a pesquisa."


 

 Para acessar a dissertação clique aqui!


Dicas para acalmar as crianças na viagem de carro

Evite resmungos e veja como até arrumar as malas pode ser uma tarefa divertida.

Viajar com criança dá trabalho dobrado. Desde os cuidados especiais com a bagagem até o trajeto, com mais pausas e necessidade de distrações, a preocupação é grande. Os cuidados aumentam ainda mais quando o jeito é pegar a estrada com a molecada - e o carro precisa se transformar numa central segura de entretenimento durante o passeio. "As crianças podem ficar agitadas, com fome ou querendo ir ao banheiro. Ou simplesmente começarem a resmungar por causa do tédio de tanto tempo sentadas", afirma a psicóloga Solange Martins Ferreira, do Hospital Santa Catarina, em São Paulo. 


Nem sempre os pais sabem como agir nessas situações. Mas tem como transformar tudo isso em diversão, com algum planejamento e regras claras. A seguir, um pediatra e a especialista do Hospital Santa Catarina dão dicas para adultos e crianças viajarem de carro sem estresse.  

Fazendo as malas - Getty Images
Fazendo as malas 


O que levar durante a viagem? Organizar a bagagem pode ser um momento divertido entre pais e filhos, além de dar noções de importância à criança - afinal, nem todos os brinquedos cabem no porta-malas. "Os pais devem deixar a criança livre para separar o que quiser. Na sequência, devem ajudá-la a escolher, limitando a quantidade de brinquedos ou adaptando as roupas de acordo com a estação climática", afirma a psicóloga clínica Solange Martins Ferreira. E claro, é obrigação dos adultos completarem a bagagem com o que faltar (produtos de higiene e primeiros-socorros, principalmente). 
Fique atento à segurança - Getty Images
Fique atento à segurança 

O carro deve estar em condições impecáveis para evitar imprevistos durante a viagem, e isso é verificado por meio de uma revisão. Depois, os pais devem estar atentos à questão da cadeirinha e do cinto de segurança. "As cadeirinhas são adaptadas para cada idade e peso, há instruções no manual de cada fabricante. Para bebês até um ano de idade, a cadeirinha de costas para o motorista. Depois de um ano, ela pode ficar na posição regular", afirma o pediatra Jorge Huberman, do Hospital Albert Einstein. Aos sete anos de idade, seu filho já pode viajar no banco do carro, mas os cuidados continuam. "Nesta fase, é necessário uma espécie de assento, que eleva a criança, para que o cinto de segurança não a sufoque", afirma. "Para evitar acidentes, o motorista deve estar bem descansado e evitar discussões antes e durante a viagem, lembra Solange.  
Nada de comer no carro - Getty Images
Nada de comer no carro 

Seu pequeno pode até reclamar de fome, mas evite deixar que ele coma dentro do carro - e não só para evitar enjoos durante o trajeto. "Com o movimento, a criança pode engasgar e o adulto não perceber. Também pode surgir a necessidade de frear bruscamente, machucando a boca ou a gengiva do seu filho com o impacto", afirma a psicóloga clínica do Hospital Santa Catarina. Se a criança quiser partilhar a guloseima com o adulto da frente, o motorista pode ter a atenção prejudicada. 

O recomendado, portanto, é fazer uma refeição leve antes de sair e realizar pequenas pausas durante a viagem, para comer e se hidratar, além de ir ao banheiro (no caso de crianças que já tiraram as fraldas).  
Aproveite a noite - Getty Images
Aproveite a noite 

Viajar enquanto a criança dorme é um conforto a mais, tanto para ela quanto para os adultos. O calor incomoda menos à noite, o trânsito tende a ser mais leve. Só é preciso ter certeza de que o motorista está bem descansado, evitando acidentes no trajeto. 
Pare de vez em quando - Getty Images
Pare de vez em quando 

Se a viagem for muito longa, tudo bem fazer uma parada estratégica. A dupla de especialistas indica que isso aconteça a cada duas horas e meia ou três horas, para que a criança vá ao banheiro, faça uma refeição leve ou, simplesmente, estique as pernas. "Essa parada também é importante para que o motorista recupere o nível de atenção e reflexo", conta Solange.  
Tranquilize a criança antes da viagem - Getty Images
Tranquilize a criança antes da viagem 

Antes de colocar o pé na estrada, nada de dar palavras de ordem, como "vá logo ao banheiro porque iremos viajar", ou "vamos viajar, comporte-se!". "Isso só serve para deixar a criança mais agitada. O ideal é deixar um clima divertido no ar, comentando aspectos da paisagem ou atrações que podem aparecer na estrada. "Quando a criança se agita, ela reclama e dá mais trabalho, atrapalhando os planos da viagem", afirma Jorge Huberman.  
Pare de pegar no pé - Getty Images
Pare de pegar no pé 

Pais superpreocupados podem até perguntar a todo instante se os pequenos, no banco de trás, estão bem. Mas esse não é um comportamento recomendado. "Deixe que a criança se distraia sozinha. Dar um livro, um brinquedo ou até mesmo ligar aqueles DVDs portáteis são atitudes que ajudam a criança a se manter distraída e calma", lista Huberman. 
Evite chamar amiguinhos - Getty Images
Evite chamar amiguinhos 

A não ser que a criança peça muito, não insista em levar amiguinhos de seus filhos junto. "Levar filhos dos outros pode dar trabalho redobrado. Sem nos esquecermos da autorização legal do juiz, necessária para carregar outra criança", aconselha Solange. "Além disso, o amiguinho de seu filho pode sentir falta dos pais, ficar chorando e estragar sua viagem. Leve apenas se for um grande amigo de seu filho, acostumado a visitar vocês e que já tenha dormido longe dos pais sem dar trabalho", afirma Huberman. 

Fonte:

Mapa da Violência 2013 - Acidentes de trânsito e motocicletas

Acidentes de trânsito matam 980 mil pessoas no Brasil em 31 anos 


Estudo, que considera o período entre 1980 e 2011, mostra retomada da violência no tráfego, impulsionada pela alta de casos com motos.

Bruno Paes Manso - O Estado de S. Paulo 

Morreram em acidentes de trânsito no Brasil 980.838 pessoas entre os anos de 1980 e 2011. Neste último ano, o País alcançou a maior taxa de mortes por cem mil habitantes desde que os dados começaram a ser contabilizados. Foram 22,5 mortes por 100 mil habitantes, pico que já havia sido alcançado em 1996, antes da criação do Código Brasileiro de Trânsito, que logo depois que começou a vigorar contribui para quedas importantes nas taxas.

Os dados são do Mapa da Violência 2013, acidentes de trânsito e motocicletas, feita pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino Americanos (Cebela).
As motos foram os maiores vilões da retomada da violência no trânsito no Brasil, com crescimento de 742,5% nos últimos 15 anos. Em 1996, morriam por acidentes de moto 0,9 pessoas por 100 mil habitantes. O total cresceu para 7,6 mortes por 100 mil habitantes em 2011. No mesmo período, as mortes em acidentes por automóvel também subiram, mas em proporção menor (41,2%). Em 2011, morreram em acidentes de carro 6,5 pessoas por 100 mil habitantes.
Desde 2008, as motos são as principais causadores de morte no trânsito brasileiro. Tradicionalmente, os pedestres eram as maiores vítimas. Em 1996, morriam 15,6 pedestres por 100 mil habitantes, total 17 vezes maior do que os mortos em motos. Atualmente, as vítimas nas motocicletas é 25% mais alta do que os que andam a pé.
Entre os Estados, Tocantins lidera as taxas de mortes no trânsito, com 37,9 mortes por 100 mil habitantes. É seguido por Rondônia (37,5 por 100 mil), Mato Grosso (35,2), Piauí (34,7) e Mato Grosso do Sul (34,7). O Estado de São Paulo fica na 25ª colocação, com 17,7 mortes por 100 mil habitantes, a frente do Rio de Janeiro (17,2) e Amazonas (14,4), este último, o trânsito menos violento do Brasil. Nos casos de morte de motociclistas, o campeão é o estado do Piauí, com 30,4 mortes por 100 mil habitantes.
Ainda de acordo com o levantamento, a cidade de Presidente Dutra, no Maranhão, é a cidade com o trânsito mais violento do Brasil. Com população de 45.155 habitantes, teve 219 mortes nos últimos cinco anos, o que significa uma taxa de 285,7 mortes por 100 mil habitantes, total 16 vezes maior do que a do Estado de São Paulo.

Fonte:


12 de nov. de 2013

Consultoria em Educação para o Trânsito


Programa Mais Educação para o Trânsito
Objetivo: desenvolver atividades criativas, que despertem o interesse do público alvo, promovam a reflexão e a prática de atitudes seguras no trânsito.
Consultora: IRENE RIOS, Mestra em Educação, com a pesquisa: Campanhas Educativas para o Trânsito: a percepção sensível de jovens e adultos; Especialista em Meio Ambiente, Gestão e Segurança de Trânsito e em Metodologia de Ensino; Consultora e co-autora do projeto “Gincana Cultural de Trânsito”, vencedor do XII Prêmio Denatran de Educação no Trânsito - 2012 - na categoria "Educação no Trânsito - Projetos e Programas"; Presidente da Câmara Catarinense do Livro; Professora universitária de disciplinas na área de Educação para o Trânsito; Autora de artigos e livros sobre Educação para o Trânsito.
Ações realizadas pelo Programa Mais Educação para o Trânsito
  • Crianças: palestras, contações de histórias, livros ilustrados, campanhas educativas e outras ações sugeridas.
  • Adolescentes e jovens: palestras, oficinas, gincana, concursos, livros, revistas, folders, materiais digitais e outras ações sugeridas.
  • Professores: palestras, cursos, oficinas, concursos, consultoria à distância, livros, materiais digitais e outras ações sugeridas.
  • Pais de Alunos: palestras, oficinas, concursos, campanhas educativas, folders e outras ações sugeridas.
  • Motoristas: palestras, cursos, oficinas, concursos, campanhas educativas, folders e outras ações sugeridas.
  • Agentes de trânsito: Palestras, cursos, oficinas, consultoria à distância, livros e outras ações sugeridas.
  • Idosos: palestras, oficinas, concursos, campanhas educativas, revistas de passatempos e outras ações sugeridas.
  • Equipe que trabalha na educação para o trânsito: palestras, treinamento, livros, materiais digitais, consultoria à distância e outras ações sugeridas.
Faça a diferença!  Implemente o Programa Mais Educação para o Trânsito, em sua região.

As ações podem ser personalizadas, conforme a necessidade do município, ou região.
Consulte-nos!
Instituto Ousar Comércio e Serviços Ltda. Me.
(48) 3246-8038  - (48) 98496-1702 - transito@institutoousar.com.br

9 de nov. de 2013

Pesquisa mostra que viva voz tira atenção dos motoristas

Pesquisa com motoristas
A utilização de telefone celular ou de fones de ouvidos conectados ao som do carro é uma infração de trânsito, mas o uso do viva voz automotivo é liberado e vem crescendo graças aos carros com sistema de bluetooth chamado de “hands free (mãos livres)” . O motorista, porém, precisa ter cuidado ao usar essa tecnologia.


Vários estudos demonstram como os condutores podem ser afetados pela divisão de atenção entre uma conversa de celular e a preocupação com a direção. Uma pesquisa da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, afirma que o viva voz pode roubar ainda mais a atenção do motorista. A pedido da “American Automobile Association”, a universidade investigou os efeitos do viva voz sobre o cérebro do motorista. A incrível descoberta: é preciso muito mais da atenção para comandar o interativo sistema de voz.

Os pesquisadores afirmam que a primeira reação do condutor é esquecer de olhar pelos espelhos retrovisores e prestar atenção aos detalhes, seja a luz de freio de um carro ou a aproximação de pedestres.

“Falar ao celular utilizando as tecnologias hands free é menos arriscado, já que o condutor permanece com as duas mão no volante. Porém, o ideal é não utilizar o celular ao volante, pois mesmo no viva voz a conversa tira a atenção do motorista”, diz Alexandro Rúbio, especialista do Centro de Experimentação e Segurança Viária (CESVI Brasil).

A integração carro-celular surgiu quase que instantaneamente ao recente crescimento da nova geração de celulares. Os telefones estão integrados ao sistema de som dos carros. Em algumas montadoras, a novidade já vem instalada de fábrica. Consiste na sincronização do aparelho ao automóvel via bluetooth. Depois, acontece a amplificação do som pelos alto-falantes do carro. Apesar da permissão, Rúbio recomenda cautela.

“Como a utilização não é proibida, ao contrário do fone de ouvido, a recomendação e utilizar somente para atender ou realizar ligações de emergência”, afirma o especialista.

Fonte: Terra