Metra busca ampliar cidadania nos coletivos
Desrespeito aos assentos reservados, guarda-chuvas que pingam e molham quem está sentado, atrasos na catraca devido a procura do bilhete, descaso com motoristas e passageiros. Essas são situações comuns àqueles que utilizam o transporte coletivo em São Paulo.
Tentando acabar com esses constrangimentos dentro dos ônibus de suas treze linhas, que percorrem corredores da região do ABC Paulista, a Concessionária Metra resolveu incrementar sua comunicação substituindo os cartazes fixos por pequenas peças de teatro que são encenadas quatro dias por semana nos veículos.
“Apostamos no teatro pois é uma forma diferenciada de passar as informações para os usuários e de aproximação com a empresa. Essa maneira lúdica faz com que as pessoas assimilem e aceitem melhor uma orientação. Nesta era da informação em que vivemos buscar canais e formas diferentes para conscientizar é essencial”, salienta Érika Brandão, diretora de comunicação e marketing da Metra.
Segundo ela, ao encontrar dois atores retratando diversos tipos de situações do cotidiano, os passageiros acabam se envolvendo e aceitando melhor o que é passado. “Procuramos nos distanciar daquilo que soe como imposição, uma coisa mais restritiva. Com os esquetes, é mais fácil incorporar as sugestões de mudança de hábito”, prossegue a executiva.
O projeto “Teatro nos Ônibus” conta com apoio da EMTU (Empresa Metropolitana de Transporte Urbano) e com uma equipe de atores liderada pelo diretor Fernando Lyra Jr, que percorre de segunda a sexta-feira o corredor São Mateus-Jabaquara e a extensão Diadema-Brooklin.
Usuário ajuda
De acordo com a empresa, os temas são renovados a cada bimestre. Os temas das apresentações, que duram em média doze minutos, surgem de alguma necessidade da Metra, mas segundo Lyra, os passageiros fornecem uma contribuição fundamental para a escolha.
“Os temas são os próprios passageiros que determinam, eles querem assistir nas peças as situações que o atrapalham no dia a dia”, destaca. Em conjunto com a equipe de comunicação da companhia o diretor define o que será ensaiado para posterior apresentação.
Usuário das linhas em questão, o diretor diz que a iniciativa agrega valor à questão de cidadania nos coletivos. “Sempre acompanhei de perto todos os problemas que ocorrem nos ônibus. A minha visão é positiva e vejo as mudanças no comportamento durante de depois das encenações”, revela.
“Muitas pessoas cometem erros por desconhecer os direitos alheios. Existem usuários que não sabem que o assento amarelo é especial, quando eles percebem a cessão de lugar é automática e futuramente ele não sentará mais ali”, prossegue.
Sobre investimentos, a diretora preferiu não comentar, mas destacou que eles existem, mas que não são muito altos na comparação com os resultados efetivos que o projeto tem trazido.
“Consideramos como um dos principais canais de comunicação dentro da empresa, pela resposta rápida que conseguimos. A interação dos atores e usuários é muito valiosa e nos dá direcionamento para que possamos ampliar a eficiência de nossas operações”, diz.
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