8 de ago. de 2013

A sua empresa se preocupa com a segurança dos funcionários no trânsito?


Foto: Reprodução. Foto: Reprodução.
Quantos trabalhadores se arriscam indo e vindo para o trabalho tendo de atravessar a rodovia a pé? Quantos trabalhadores correm riscos indo e vindo para o trabalho de moto, de bicicleta ou mesmo de carro? Qual a preocupação das empresas com a segurança de seus colaboradores no trânsito?
Já faz um tempinho que as empresas descobriram que investir em ações de responsabilidade social pode ser uma das estratégias mais eficientes para alavancar a imagem institucional perante a sociedade, ter mais credibilidade, dar mais visibilidade à marca e destacar-se no mercado.
É comum nas páginas oficiais de grandes empresas a declaração de compromisso com a sustentabilidade, inclusive com políticas sociais e corporativas próprias. Algumas investem em Qualidade de Vida dos Funcionários (QVT), criam fundações, apoiam a sustentabilidade e inclusive injetam verba preciosa como contrapartida para a construção de obras que beneficiam a comunidade.
A função social da empresa vai muito além da filantropia e só será de responsabilidade social se puder transformar para melhor o futuro das pessoas.
Recorrendo a um conceito do mestre Kotler (2001), a responsabilidade social é um conjunto de princípios que orienta as ações e as relações das empresas com os seus funcionários, fornecedores, consumidores e com a comunidade. Torna a empresa parceira e co-responsável para o desenvolvimento social.
Algumas empresas procuram “ganhar” a confiança do consumidor já nos slogans. São aquelas que convidam o consumidor para ser feliz, aquelas que se declaram apaixonadas pelos clientes, as que tem amor à camisa, às pessoas ou que oferecem produtos tão gostosos quanto um beijo ou um abraço.
Mas seja lá qual for a estratégia ou o compromisso das empresas, até agora não vi nenhuma que incorporasse a segurança no trânsito como marca de sua responsabilidade social.
Por exemplo, aquelas empresas que margeiam as rodovias como a BR-101, 282, 470 dentre outras. Qual o impacto dos acidentes de trânsito, mortos e feridos para essas empresas, considerando que muitas das vítimas são seus próprios funcionários ou familiares deles?
Uma empresa cujos funcionários se envolvem em acidentes de trânsito passa a ter prejuízos com o absenteísmo, com os afastamentos do trabalho por internação, tratamento médico, auxílio-doença, baixa produtividade, readaptação de funções, além de contratações imediatas em caráter de urgência para não cair a produção.
Quando o funcionário treinado, conhecedor profundo da função, das técnicas e rotinas no setor de trabalho sofre um acidente de trânsito ele tem de ser substituído por outro sem experiência, o que vai exigir investimentos também em treinamento.
Se o funcionário que se envolve em acidente é motorista e consumiu bebida alcoólica ou qualquer outra substância que tenha alterado o seu estado psicomotor, além de perder a carteira de motorista ele pode perder também o emprego, gerando prejuízos em efeito dominó. Ou seja, para a empresa, para o próprio funcionário, para a sua família cujo provedor fica desempregado e também para a sociedade.
É por essas e outras que fico me perguntando quando será que os gestores das empresas, principalmente aquelas que margeiam as rodovias, vão começar a levar a responsabilidade social a sério e começar a assumir a segurança e a qualidade de vida no trânsito como compromisso.
Não só em alguns períodos curtos do ano e como obrigação nos eventos patrocinados pela CIPA nas tradicionais Semanas Internas de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT). Até porque o acidente de trajeto é considerado acidente de trabalho se o empregado se envolve em acidente 
Foto: Reprodução. Foto: Reprodução.
de trânsito indo ou vindo para a empresa.

De nada adianta - e não caracteriza ação de responsabilidade social – enfeitar a empresa com cartazes de pessoas acidentadas e carros amassados ou com rodas para cima na semana da SIPAT ou uma vez por ano na Semana Nacional do Trânsito.
Seria mais eficaz, eficiente, produtivo e econômico para as empresas investir na segurança de seus funcionários no trânsito o ano todo, por meio de uma política interna de segurança, de qualidade de vida no trabalho e de prevenção de acidentes.
Um trabalho permanente voltado para a oferta de estímulos e incentivos às aprendizagens seguras e defensivas no trânsito, seja dentro da empresa ou fora dela. Afinal, trânsito é mobilidade humana, é circulação de pessoas num espaço compartilhado, seja nas próprias instalações ou em via pública.
Para alguns, a grande vantagem estaria no marketing, na visibilidade proporcionada pela mídia e no efeito de propaganda gratuita.
Para outros, quem sabe a ideia não seja interessante porque a visão da empresa ainda é patrimonialista ou porque entendem que se manter vivo no trânsito é uma obrigação de cada um.
Para mim, quem investe na prevenção e na segurança de seus funcionários no trânsito e se orgulha de fazer disso a marca da responsabilidade social da empresa agrega valor ao que faz. Exerce mais do que a função social descrita no Código Civil e na Constituição Federal. Gestores assim tem visão de futuro e compromisso com a vida e com a sustentabilidade.
Agora só falta alguém para quem tirar o chapéu. Quem se habilita?
Márcia Pontes

Márcia Pontes é educadora de trânsito em Blumenau, realiza um trabalho voluntário de Educação Para o Trânsito online nas redes sociais, escreve o Blog Aprendendo a Dirigir com foco no acolhimento emocional, aprendizagem significativa e direção defensiva. Acadêmica do Curso de Graduação Tecnólogo em Segurança do Trânsito da Unisul. 
Márcia Pontes é educadora de trânsito em Blumenau, realiza um trabalho voluntário de Educação Para o Trânsito online nas redes sociais, escreve o Blog Aprendendo a Dirigir com foco no acolhimento emocional, aprendizagem significativa e direção defensiva. Acadêmica do Curso de Graduação Tecnólogo em Segurança do Trânsito da Unisul. 

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