7 de ago. de 2013

Professor usa problemas do trânsito para explicar conceitos de física

Teoria esclarece a distância segura entre dois veículos.
Exemplo da obra da Via Mangue, no Recife, é utilizado por professor. 


O trânsito é um dos grandes problemas da modernidade. A paisagem se modifica pela urgência do novo tempo, que pede túneis, terminais integrados, faixas exclusivas para ônibus e tantas outras obras. Através dos conceitos de física, o Projeto Educação desta quarta-feira (7) explorou os problemas com que motoristas e pedestres se deparam todos os dias nas ruas.

No Recife, a principal obra viária da atualidade é a Via Mangue, um corredor com 4,5 km de extensão, sem semáforos e cruzamentos, ligando o centro à Zona Sul da cidade. A necessidade é indiscutível; o questionamento é se as obras resolvem todo o problema.

"As obras de infraestrutura são essenciais e não podem deixar de ser feitas, como o exemplo da Via Mangue. Você tem uma obra que começou em abril de 2011 e está prevista para acabar em dezembro de 2013, um total de 32 meses. Levando em consideração que dois mil veículos são emplacados na cidade do Recife a cada mês, duas vezes 32 meses são 64 mil veículos a mais quando a obra estiver pronta. Então, ela melhora, mas não vai resolver. O que resolve é a educação", comentou o professor de física Beraldo Neto.


No Brasil, a formação de novos motoristas passa por uma autoescola. São 45 horas de teoria e outras 20 de prática. Entretanto, muitas vezes elas parecem ser insuficientes, basta observar a quantidade de infrações cometidas pelas ruas. "Estacionar em local proibido, estacionar na calçada, prejudicando a mobilidade de uma pessoa que é cadeirante, de uma pessoa com deficiência visual, estacionar na vaga de gestantes, de idosos, na vaga de pessoas que têm deficiências. Essas vagas são melhores porque deixam as pessoas mais próximas do local, melhoram a mobilidade delas", justificou o professor.


Motoristas devem retirar veículos da pista após batida sem vítimas (Foto: Reprodução / TV Globo)
Motoristas devem retirar veículos da pista após batida sem

vítimas (Foto: Reprodução / TV Globo)
Todas essas infrações interferem diretamente na velocidade do veículo, o que pode provocar acidentes. "Qual a distância ideal? A física trabalha com duas distâncias basicamente. Primeiro, a distância de reação, que é o tempo de você ver o perigo e ter a atitude de acionar o freio propriamente dito. Segundo, a distância de frenagem – quando você pisa no freio, o veículo também não para imediatamente; ele anda um pouco até parar. Então, a distância total para a física é a distância de frenagem mais a distância de reação. Deixe uma distância segura entre seu veículo e o veículo da frente para que você tenha a atitude de se livrar de um possível perigo que possa acontecer", disse Beraldo Neto.
Dependendo da velocidade, o acidente pode ocorrer num piscar de olhos. "Quando um automóvel cruza por você com faróis altos, a sua pupila contrai para se proteger dessa grande intensidade de luz. Após esse momento, a pupila leva, em média, de quatro a sete segundos para voltar ao normal. Se você estiver trafegando a 80 km/h, em 7 segundos você vai percorrer uma distância de 155 m, sem visibilidade perfeita. Então, é outro fator de cuidado essa questão dos faróis altos diretamente no seu rosto", destacou o professor.
Outra infração é deixar o veículo na via depois de um acidente. "Quando há uma colisão, é comum que os motoristas deixem os carros no local da colisão. Isso prejudica muito a mobilidade", contou o professor. "Não havendo vítimas, pela legislação de trânsito de hoje, é obrigatório tirar do trânsito para não atrapalhar", completou a professora de autoescola Fátima Araújo.

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