A grave situação de mortandade no trânsito somente pode ser resolvida com a educação. É uma verdade, porém, é preciso analisar sob alguns ângulos diferentes essa máxima. Educa-se aquele que mediante permissão própria de consciência aceita como elementos verdadeiros os conceitos sobre procedimentos específicos e cumprimento de regramentos estabelecidos para circular, seja conduzindo um veículo, seja transitando a pé. Não há como fugir dessa lógica e, aliás, é preciso assimilar que o conceito de forma lógica assenta na ideia de que a validade de um argumento é determinada pela sua forma lógica, não pelo seu conteúdo.
Da mesma forma, é fundamental compreender de pleno o conteúdo desse pensamento, segundo o qual determinadas ações no trânsito, diretamente relacionadas ao grau de risco, devem resultar em situações negativas.
A partir dessa concepção, o uso de equipamentos de segurança, como o cinto, tem a propensão de oferecer resultados menos nocivos do que o não uso, em caso de acidente.
Os altos níveis de tensão que a vida moderna incute no pensamento do cidadão também oferecem sua parcela de contribuição aos altos índices de mortes nas vias, sobretudo quando se aproxima o período de festas e veraneio.
É como se todos desejassem, simultaneamente, contrariar um princípio basilar da física, segundo Newton na impenetrabilidade: dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo. O resultado dessas tentativas pode ser traduzido em vidas perdidas quando o tema é trânsito, diante da constatação de que é a decisão de acelerar, manobrar ou ultrapassar que permite o aumento da probabilidade de acidente. Risco de morte, portanto, acentuado.
Educação no trânsito, conforme já dito, é uma tentativa, mas o grande determinante será quando, absolutamente, a compreensão das pessoas – motoristas e pedestres – alcançar um grau de profundidade suficiente para estabelecer que o procedimento adotado seja o de menor risco possível. Perceba-se que não há qualquer menção à perícia, experiência ou mesmo conhecimento de volante. É essencialmente o processo decisório, aliado à compreensão e entendimento, decisivo para diminuir a incidência de situações de risco. Claro que há todo o contexto do entorno: condições da via, do veículo, clima, fatores adversos, entre outros, incidentes nos acontecimentos.
Mas, junto a eles é essencial que a prudência seja o esteio consequente.
Note-se que em Livramento, por exemplo, o espaço físico urbano de circulação está, a cada dia, mais reduzido ao passo que aumenta o número de veículos diariamente. Sequer está no foco a transgressão das regras estabelecidas pelo CTB, como parar sobre a faixa de segurança, avançar o sinal vermelho, entre outras infrações não punidas pela não constatação ou flagrante.
Assim, quando se fala em educação para o trânsito, reconhecendo-se os esforços importantes no sentido de buscar essa conscientização, é de fundamental importância que esteja ciente cada partícipe do cotidiano de trânsito, cumprindo com os regramentos estabelecidos – e buscando conhecê-los e aplicá-los – e utilizando a seu favor a racionalidade e o entendimento.
Não se trata de buscar uma perfeição utópica, mas forjar a tentativa de gerar a compreensão de que é papel da cidadania encaminhar as soluções para construir um caminho que dê fim à barbárie já publicamente conhecida.
É possível concluir que toda e qualquer mudança que possa surgir para contribuir para reduzir a incidência de acidentes de trânsito, de cidadãos mortos e feridos – inclusive os mais recorrentes, com motocicletas – precisa partir, evidentemente da pessoa. É do individual para o coletivo. Portanto, parte de cada um para colaborar com seu entorno, seus semelhantes.
Por: A Plateia - Editorial
Fonte:
http://www.aplateia.com.br/VisualizarNoticia/39858/a-verdadeira-educacao-do-transito.aspx - Acesso em 18/02/2017
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