No Brasil, 5% dos acidentes são causados por falhas mecânicas dos veículos e outros 5% por questões relacionadas às condições das vias. Ou outros 90% são em decorrência do fator humano. |
No Brasil 90% das mortes e acidentes de
trânsito são em decorrência do fator humano nas vias do país, isso foi
mostrado em estudo feito em 2015 pelo Observatório Nacional de Segurança
Viária. Em 2011 durante o Encontro Nacional dos Detrans, realizado pela
AND (Associação Nacional dos Detrans), foi apresentado um estudo que
mostrava esse mesmo percentual aos Diretores e Presidentes dos Órgãos
Executivos de Trânsito do país em Brasília, e segundo esses dois
estudos, 5% dos acidentes são causados por falhas mecânicas dos veículos
e outros 5% por questões relacionadas às condições das vias.
Assim, partindo do exposto podemos
inferir que somos responsáveis pelo caos hoje vivido em nosso trânsito,
pois um veículo parado sem a ação humana não provoca acidente ou morte
alguma. Se a ação humana é responsável por produzir mais de 90% das mais
de 40 mil mortes no trânsito brasileiro que ocorrem todo ano, logo,
essa mesma ação pode agir positivamente e mudar a realidade violenta que
hoje presenciamos diuturnamente no trânsito do país. Alguns fatores
devem ser considerados nessa questão toda, a saber: imprudência,
negligência e a imperícia.
O agir de forma imprudente está
relacionado ao desrespeito às normas e leis de trânsito, tipo dirigir
usando o celular, avançar preferenciais, enfim. A negligência está
ligada ao descaso com um problema mecânico no veículo, por exemplo, pois
isso pode gerar um acidente. Já a imperícia diz repeito a ausência de
habilidade para executar determinada tarefa, podemos exemplificar
através da ação de condutores não habilitados dirigindo veículos em
nossas cidades.
Nossas ações devem ser no sentido de
melhorar as relações sociais em nossas vias e contribuir de maneira
efetiva e positiva para a redução de acidentes e mortes no trânsito do
Brasil. A mesma ação humana que é responsável 90% pela violência em
nossas vias, pode e deve agir também de maneira que possamos alcançar o
mesmo percentual, mas de procedimentos corretos ou de correção de
atitudes com o intuito de construirmos um trânsito mais seguro e que
tenha a vida como prioridade. Devemos nos compreender como agentes sociais que podem sim transformar essa realidade violenta que vivenciamos atualmente.
Enfim, devemos agir norteados por uma
perspectiva social distinta da que hoje praticamos, o engajamento deve
ser de toda a sociedade. Uma nova postura para com o trânsito, sendo
essa de forma a priorizar a vida e conduzida por uma disciplina
consciente, deve ser um exercício diário. As ações de engenharia, de
fiscalização e de educação no trânsito devem ser constantes e sem
problemas de continuidade, além do que, a ação consciente de
transeuntes, motoristas e motociclistas devem ir ao encontro da
construção de um trânsito mais seguro e melhor a todos.
Por Alex João Costa Gomes –
Bacharelado e Licenciatura Plena em História (UNIFAP 2001),
ex-Diretor-Presidente do Detran/AP e Policial Militar (Aluno Oficial)
Fonte:
Nenhum comentário:
Postar um comentário