10 de jun. de 2014

Tema da Semana Nacional de Trânsito - 2014


O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) aprovou o tema da Semana Nacional de Trânsito do ano de 2014: “Década Mundial de Ações para a Segurança do Trânsito – 2011/2020: Cidade para as pessoas: Proteção e Prioridade ao Pedestre”.

Prevista na Lei 9.503, de 23 de setembro de 1997 – Código de Trânsito Brasileiro, a Semana Nacional de Trânsito, a Semana Nacional é comemorada entre os dias 18 e 25 de setembro, com a finalidade de conscientizar a sociedade, com vistas à internalização de valores que contribuam para a criação de um ambiente favorável ao atendimento de seu compromisso com a "valorização da vida" focando o desenvolvimento de valores, posturas e atitudes, no sentido de garantir o direito de ir e vir dos cidadãos.
A Semana deve ter uma abrangência nacional e mostrar a mudança de postura de toda a sociedade no esforço para a redução de acidentes.

O tema não deverá ter a proposta de abordagem simplista que fale da faixa de pedestres, semáforos, etc. É algo bem mais audacioso e que pretende ampliar o conceito de segurança dos mais vulneráveis. A escolha do tema, por sugestão da Câmara Temática de Educação para o Trânsito e Cidadania do CONTRAN, faz alusão a necessidade de um amplo debate sobre a legislação que contemplam questões essenciais para a mobilidade urbana sustentável, segura e acessível, priorizando a circulação dos pedestres em face da estrutura viária historicamente voltada à circulação de veículos automotores.


A escolha do tema faz alusão, em princípio, ao artigo 29, XII, §2º do Código de Trânsito Brasileiro, segundo o qual: “Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres”, e se expande para além do trânsito em stricto sensu, uma vez que visa alertar as autoridades para a necessidade de repensar o espaço urbano, tendo como preocupação a mobilidade do pedestre, uma vez que o meio ambiente influencia diretamente para evitar ou proporcionar acidentes de trânsito envolvendo esses usuários da via.


Prioridade ao pedestre é tema da Semana Nacional de Trânsito 2014

Mariana Czerwonka
Portal do Trânsito


Prioridade aos pedestres
O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) aprovou o tema “Década Mundial de Ações para a Segurança do Trânsito – 2011/2020: Cidade para as pessoas: Proteção e Prioridade ao Pedestre”, para ser trabalhado na Semana Nacional de Trânsito do ano de 2014, conforme afirmou ao Detran-TO a coordenadora geral de Qualificação do Fator Humano no Trânsito do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), Maria Cristina Hoffmann.


Prevista na Lei 9503, de 23 de setembro de 1997 – Código de Trânsito Brasileiro, a Semana Nacional de Trânsito, é comemorada entre os dias 18 e 25 de setembro, com a finalidade de conscientizar  asociedade, com vistas à internalização de valores que contribuam para a criação de um ambiente favorável ao atendimento de seu compromisso com a "valorização da vida" focando o desenvolvimento de valores, posturas e atitudes, no sentido de garantir o direito de ir e vir dos cidadãos.

A Semana deve ter uma abrangência nacional e mostrar a mudança de postura do governo frente a este assunto, além de ser um convite à participação de toda a sociedade no esforço para a redução de acidentes.

Esta é a terceira vez que o Contran define os pedestres como tema da SNT. No ano de 2000 o tema escolhido foi “Faixa de Pedestre, a vida pede passagem”, já em 2005 o tema foi “No Trânsito Somos Todos Pedestres”.

O Detran-TO a partir de agora começará a definir as atividades que serão desenvolvidas durante a SNT 2014. 

Década Mundial de Ações para a Segurança no Trânsito

A Assembleia-Geral das Nações Unidas editou, em março de 2010, uma resolução definindo o período de 2011 a 2020 como a “Década de Ações para a Segurança no Trânsito". O documento foi elaborado com base em um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) que contabilizou, em 2009, cerca de 1,3 milhão de mortes por acidente de trânsito em 178 países. Aproximadamente 50 milhões de pessoas sobreviveram com sequelas.

Se nada for feito, a OMS estima que 1,9 milhão de pessoas devem morrer no trânsito em 2020 e 2,4 milhões, em 2030. Nesse período, entre 20 milhões e 50 milhões de pessoas sobreviverão aos acidentes a cada ano com traumatismos e ferimentos. A intenção da ONU com a "Década de Ação para a Segurança no Trânsito" é poupar, por meio de planos nacionais, regionais e mundial, cinco milhões de vidas até 2020.

Fonte:

Faço, a seguir, uma reflexão sobre o tema.


Cidade, Pessoas e Sensibilidade

Irene Rios

Penso que uma cidade é construída sobre relações humanas, gente se encontrando, e, entre outras coisas, o amor incrementaria as próprias coisas que são desejáveis numa cidade.
James Hillman

As palavras de Hillman (1993, p. 42) indicam a importância das relações humanas e de amor para o desenvolvimento da cidade. Essa relação de amor pelo próximo e pela cidade envolve todos que partilham o mesmo espaço nas vias, ou seja, motoristas, pedestres e ciclistas. Exige, segundo Duarte Jr., um compromisso social.

Dessa relação, portanto, emerge em nós um sentimento de instalação no mundo e de compromisso social, não só com o próximo, a partilhar o mesmo espaço, mas também com o nosso ambiente e as coisas que o preenchem. Passear pela paisagem urbana se mostra, pois, fundamental para a constituição de uma realidade estável, sensível e acolhedora, uma realidade com a qual nos identificamos e pela qual nos sentimos um pouco responsáveis. (DUARTE JR., 2001, p. 85).

            O autor argumenta que somos responsáveis pela realidade do nosso ambiente e que passear pela cidade é fundamental para tornar essa realidade estável, sensível e acolhedora. Esse “passear” refere-se ao ato de caminhar, de transitar pela cidade a pé, a maneira mais antiga e natural que existe para a realização de um deslocamento. No dia-a-dia das grandes cidades, com o aumento de calçadões e da distância dos estacionamentos, mesmo que estejamos nos locomovendo por meio de veículo motorizado, na maioria das viagens, precisamos também caminhar. Contudo, esse caminhar, muitas vezes, é individualista e sem compromisso com o próximo e com a cidade. Duarte Jr. (2001, p. 84) destaca que, para os habitantes de nossas cheias metrópoles, “[...] o andar significa tão-só uma ação mecânica que os conduz de um ponto a outro, a transposição de uma distância que não pode ser vencida com o concurso de máquinas ou equipamentos”.


         A falta de compromisso social induz as pessoas a não se enxergarem como solução para os problemas no trânsito. No entanto, a cidade somos todos nós!


É fundamental o compromisso da gestão pública em priorizar o pedestre, mas é importante também a mudança de atitudes individuais para transformar o trânsito. Essa mudança deve partir dos motoristas e dos pedestres. Tal mudança refere-se a um compromisso motivado pelo amor à vida e ao próximo. São atitudes pessoais que envolvem a alteração de valores profundamente enraizados. São condutas com propósito coletivo, em prol do bem comum, em prol das relações humanas na cidade e em prol da cidade. É a construção da cidade a partir das relações humanas, idealizada por Hillman (1993), ou seja, uma cidade composta por pessoas que se encontram e que com amor fazem-na desenvolver.

Referências

DUARTE JR., João Francisco. O sentido dos sentidos. Curitiba: Criar, 2001.

HILLMAN, James. Cidade & alma. São Paulo: Studio Nobel, 1993.


Um comentário:

  1. Uma das contribuições da compositora e Instrutora Tatiane Correia Silva para a construção de um trânsito mais humano. https://m.youtube.com/watch?v=y04TMbV4joM

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