O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) aprovou o tema da Semana Nacional de Trânsito do ano de 2014: “Década Mundial de Ações para a Segurança do Trânsito – 2011/2020: Cidade para as pessoas: Proteção e Prioridade ao Pedestre”.
Prevista na Lei 9.503, de 23 de setembro de 1997 – Código de Trânsito Brasileiro, a Semana Nacional de Trânsito, a Semana Nacional é comemorada entre os dias 18 e 25 de setembro, com a finalidade de conscientizar a sociedade, com vistas à internalização de valores que contribuam para a criação de um ambiente favorável ao atendimento de seu compromisso com a "valorização da vida" focando o desenvolvimento de valores, posturas e atitudes, no sentido de garantir o direito de ir e vir dos cidadãos.
A Semana deve ter uma abrangência nacional e mostrar a mudança de postura de toda a sociedade no esforço para a redução de acidentes.
O tema não deverá ter a proposta de abordagem simplista que fale da faixa de pedestres, semáforos, etc. É algo bem mais audacioso e que pretende ampliar o conceito de segurança dos mais vulneráveis. A escolha do tema, por sugestão da Câmara Temática de Educação para o Trânsito e Cidadania do CONTRAN, faz alusão a necessidade de um amplo debate sobre a legislação que contemplam questões essenciais para a mobilidade urbana sustentável, segura e acessível, priorizando a circulação dos pedestres em face da estrutura viária historicamente voltada à circulação de veículos automotores.
A escolha do tema faz alusão, em princípio, ao artigo 29, XII, §2º do Código de Trânsito Brasileiro, segundo o qual: “Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres”, e se expande para além do trânsito em stricto sensu, uma vez que visa alertar as autoridades para a necessidade de repensar o espaço urbano, tendo como preocupação a mobilidade do pedestre, uma vez que o meio ambiente influencia diretamente para evitar ou proporcionar acidentes de trânsito envolvendo esses usuários da via.
Fonte: http://www.denatran.gov.br/campanhas/semana/2014/snt2014.htm - Acesso em 23/07/2014
Prioridade ao pedestre é tema da Semana Nacional de Trânsito 2014
Mariana Czerwonka
Portal do Trânsito
O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) aprovou o tema “Década Mundial de Ações para a Segurança do Trânsito – 2011/2020: Cidade para as pessoas: Proteção e Prioridade ao Pedestre”, para ser trabalhado na Semana Nacional de Trânsito do ano de 2014, conforme afirmou ao Detran-TO a coordenadora geral de Qualificação do Fator Humano no Trânsito do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), Maria Cristina Hoffmann.
A Semana deve ter uma abrangência nacional e mostrar a mudança de postura do governo frente a este assunto, além de ser um convite à participação de toda a sociedade no esforço para a redução de acidentes.
Esta é a terceira vez que o Contran define os pedestres como tema da SNT. No ano de 2000 o tema escolhido foi “Faixa de Pedestre, a vida pede passagem”, já em 2005 o tema foi “No Trânsito Somos Todos Pedestres”.
O Detran-TO a partir de agora começará a definir as atividades que serão desenvolvidas durante a SNT 2014.
Década Mundial de Ações para a Segurança no Trânsito
A Assembleia-Geral das Nações Unidas editou, em março de 2010, uma resolução definindo o período de 2011 a 2020 como a “Década de Ações para a Segurança no Trânsito". O documento foi elaborado com base em um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) que contabilizou, em 2009, cerca de 1,3 milhão de mortes por acidente de trânsito em 178 países. Aproximadamente 50 milhões de pessoas sobreviveram com sequelas.
Faço, a seguir, uma reflexão sobre o tema.
Cidade, Pessoas e Sensibilidade
Irene Rios
Penso que uma cidade
é construída sobre relações humanas, gente se encontrando, e, entre outras
coisas, o amor incrementaria as próprias coisas que são desejáveis numa cidade.
James
Hillman
As palavras de Hillman (1993, p. 42) indicam a importância das relações humanas e de amor para o desenvolvimento da cidade. Essa relação de amor pelo próximo e pela cidade envolve todos que partilham o mesmo espaço nas vias, ou seja, motoristas, pedestres e ciclistas. Exige, segundo Duarte Jr., um compromisso social.
Dessa relação, portanto, emerge em nós um
sentimento de instalação no mundo e de compromisso social, não só com o
próximo, a partilhar o mesmo espaço, mas também com o nosso ambiente e as
coisas que o preenchem. Passear pela paisagem urbana se mostra, pois,
fundamental para a constituição de uma realidade estável, sensível e
acolhedora, uma realidade com a qual nos identificamos e pela qual nos sentimos
um pouco responsáveis. (DUARTE JR., 2001, p. 85).
O autor argumenta que somos
responsáveis pela realidade do nosso ambiente e que passear pela cidade é
fundamental para tornar essa realidade estável, sensível e acolhedora. Esse “passear”
refere-se ao ato de caminhar, de transitar pela cidade a pé, a maneira mais
antiga e natural que existe para a realização de um deslocamento. No dia-a-dia
das grandes cidades, com o aumento de calçadões e da distância dos
estacionamentos, mesmo que estejamos nos locomovendo por meio de veículo
motorizado, na maioria das viagens, precisamos também caminhar. Contudo, esse
caminhar, muitas vezes, é individualista e sem compromisso com o próximo e com a
cidade. Duarte Jr. (2001, p. 84)
destaca que, para os habitantes de nossas cheias metrópoles, “[...] o andar
significa tão-só uma ação mecânica que os conduz de um ponto a outro, a
transposição de uma distância que não pode ser vencida com o concurso de
máquinas ou equipamentos”.
A falta de compromisso social induz as pessoas a não se enxergarem
como solução para os problemas no trânsito. No entanto, a cidade somos todos
nós!
É fundamental o compromisso da gestão pública
em priorizar o pedestre, mas é importante também a mudança de atitudes
individuais para transformar o trânsito. Essa mudança deve partir dos
motoristas e dos pedestres. Tal mudança refere-se a um compromisso motivado
pelo amor à vida e ao próximo. São atitudes pessoais que envolvem a alteração
de valores profundamente
enraizados. São condutas com propósito coletivo, em prol do bem comum, em
prol das relações humanas na cidade e em prol da cidade. É a construção da
cidade a partir das relações humanas, idealizada por Hillman (1993), ou seja,
uma cidade composta por pessoas que se encontram e que com amor fazem-na
desenvolver.
Referências
DUARTE
JR., João Francisco. O sentido dos sentidos. Curitiba: Criar, 2001.
HILLMAN,
James. Cidade & alma. São
Paulo: Studio Nobel, 1993.
Uma das contribuições da compositora e Instrutora Tatiane Correia Silva para a construção de um trânsito mais humano. https://m.youtube.com/watch?v=y04TMbV4joM
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