23 de fev. de 2011

O que é Trânsito?

O que é trânsito? Somos capazes de compreendê-lo sob uma nova perspectiva? Somos capazes de transformar nossos comportamentos no trânsito com a finalidade de buscar o bem comum? Agimos eticamente e exercemos nossa cidadania no trânsito? Respeitamos as leis, respeitamos as outras pessoas? Somos (ou não) responsáveis pela mudança social no trânsito? 

Estas, entre outras questões abordadas devem ser motivos de reflexão permanente quando acreditamos, de fato, ser possível – a partir de nossas próprias atitudes – transformar a realidade do trânsito brasileiro. A triste realidade na qual, diariamente, pessoas (como você, sua família, seus parentes e seus amigos) tornam-se mais um número a ser computado num quadro estatístico. 

No momento em que nosso País vivencia um processo de franco fortalecimento econômico, democrático e social, não podemos simplesmente nos conformar em assistir aos acontecimentos passivamente. Precisamos lembrar – a todo o momento – que somos agentes de transformação social; sujeitos históricos responsáveis pela construção de uma sociedade justa, humana e solidária. Então, você está preparado (a) para mudar o rumo da história? Todos os anos, milhares de pessoas morrem nas rodovias e vias urbanas do país; uma quantidade ainda maior sobrevive aos chamados acidentes de trânsito com lesões que as deixam incapacitadas para o resto de suas vidas. Isso tem custo para o país e que você, de alguma forma, esta pagando, pois os gastos com danos materiais, previdência e saúde pública, entre outros, chegam a cerca de R$ 30 bilhões por ano. Mas há ainda prejuízos difíceis de serem quantificados. Como se mede a perda de um familiar ou amigo? Quanto custa o sofrimento? O que significa alguém que deixa de ser provedor e passa a ser uma despesa para a família? Soma-se a isso tudo a sensação de insegurança e a perda de qualidade da sociedade como um todo. 
 
O Contexto do problema 

No Brasil, como em todo o mundo, transitar e tão antigo quanto existir. Mas não há dúvida de que a popularização dos veículos automotores representou um dos maiores marcos na história dos transportes. Em nosso país, os primeiros carros chegaram já no começo do século XX. Foi principalmente entre as décadas de 1950 – 60 que o governo brasileiro optou por um tipo de desenvolvimento que deu muito incentivo aos transportes motorizados – principalmente os automóveis. Isso implicou em investimentos na infra-estrutura para os veículos (como asfaltamento de ruas, construção de rodovias e pontes) e nas fontes de que eles consomem como gasolina e diesel (o álcool só viria nos anos 80, por causa da crise mundial do petróleo). Ora, quando importamos tecnologias e produtos dos países desenvolvidos, isto não significa que estamos importando também o seu desenvolvimento. 

Assim, o impulso ao transporte rodoviário no Brasil ocorreu em uma nação que enfrentava – e apesar de todo desenvolvimento ainda enfrenta – graves problemas sociais, seja na distribuição de renda da população, seja na educação básica, seja na capacidade dos governos em atender a todas essas carências. Tudo isso ajudo a determinar o panorama geral do nosso trânsito, muitas vezes caracterizado: - pela criação de espaços inadequados para a circulação segura; - por problemas na manutenção da infra-estrutura viária; - por dificuldades na fiscalização das condições dos veículos em circulação; - pelas limitações de pessoal e equipamentos para policiar o trânsito; - por problemas no controle da formação dos condutores; - pela educação precária de boa parte da população. Os problemas de natureza econômica e social também ajudam a determinar outros, entendidos como questões culturais. Se uma pessoa, por exemplo, pensa que é “melhor” que a outra por causa de sua posição social, ela não vai ser diferente no trânsito. Se ela crê que seus compromissos e sua vida são mais importantes do que o das pessoas com quem compartilhava os espaços públicos, é bem provável que ocupe as ruas de uma forma agressiva e que ponha em risco a vida dos demais. E se ela souber que não será punida, continuará a agir dessa forma. Nenhum trânsito será melhor ou pior que a sociedade onde ele existe. Ser “esperto”, furar fila, descumprir leis e querer levar vantagem em tudo não ajuda a fazer uma sociedade nem um trânsito melhor. Mudar o panorama depende do nosso posicionamento em relação a valores como respeito às normas, civilidade e consideração com quem divide as ruas conosco; e mais com exemplos do que com discursos. O outro âmbito diz respeito às ações mais imediatas no trânsito com procedimentos seguros ao volante. 

É nesse campo que iremos concentrar nossas informações. É importante lembrar que os dois âmbitos são complementares. É certo que as transformações culturais levam mais tempo para se consolidar. No entanto, elas produzem resultados mais sólidos e duradouros. Para agir nessa esfera, o próprio Código de Trânsito Brasileiro, no Capítulo V (do Cidadão), Artigo 72, demonstra uma excelente forma de ser proativo e preventivo em relação à segurança no trânsito: ART. 72. – Todo cidadão ou entidade civil tem o direito de solicitar, por escrito, aos órgãos ou entidades do sistema Nacional de Trânsito, sinalização, fiscalização e implantação de equipamentos de segurança, bem como sugerir alterações em normas, legislação e outros assuntos pertinentes a este Código.  

Isto é seu direito; e exercê-lo também é uma forma de ação preventiva!

Por Rafael Izidorio Ferreira 

Fonte: http://transitoecidadaniabr.blogspot.com/2011/02/o-que-e-transito.html - Acesso em 23/02/2011

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