Que trânsito queremos?
Geralmente ficamos discutindo sobre o que não queremos no trânsito, sobre a violência, sobre os congestionamentos... Sugiro que façamos diferente! Seguindo a regra da PNL – Programação Neorolinguística - que recomenda que devemos focar nossos pensamentos e nossas ações no que desejamos, pois nosso desejo é uma ordem, vamos refletir sobre o que queremos no trânsito. Eu quero fluidez e segurança, quero transitar com tranqüilidade; chegar ao meu destino sem obstáculos, sem sustos, sem atrasos. Este é o meu desejo.
Por que não temos o trânsito que queremos?
Por trás da violência viária há uma imprudência: excesso de velocidade, ingestão de álcool ou de outras drogas antes de dirigir, uso do celular ao volante, ultrapassagem perigosa, dirigir com sono, dirigir sob efeito de remédios que diminuem a concentração ou o reflexo. Essas são algumas das causas visíveis, relatadas pelos envolvidos na violência de trânsito, pelas testemunhas ou diagnosticadas pela perícia.
O que leva uma pessoa a ser imprudente?
Os motivos podem ser vários:
1. Desconhecimento das leis de trânsito. Isso existe mais do que se imagina. Motoristas que não conhecem o CTB, que não conhecem seus direitos e deveres no trânsito.
2. Desconhecimento dos perigos presentes nas estradas. Causado muitas vezes pela falta de atenção na sinalização de trânsito, nas placas de advertência sobre obras e desvios na rodovia, por exemplo.
3. Desconhecimento da utilidade dos equipamentos de segurança. Observo isso com freqüência quando nas palestras falo sobre o risco do não uso do cinto de segurança no banco de trás. Muitas pessoas demonstram que não sabiam dos riscos, que nunca haviam imaginado que o uso do cinto de segurança no banco de trás dos veículos é tão importante.
4. Falta de valores positivos, de respeito pelo outro, de valorização da vida, de coletividade, de cooperação, de responsabilidade, de ética e cidadania.
São carências que precisam ser tratadas e o remédio eficaz para a cura definitiva é a EDUCAÇÃO.
O que é educação?
Muitos relacionam a palavra educação às atividades desenvolvidas nas escolas. Um ambiente que possui dinâmicas que utilizam alguns elementos como: aula expositiva, debates, quadro negro, giz, livros didáticos, computadores, cadernos, lápis, borracha, canetas, réguas, entre outros.
No dicionário Michaelis a palavra Educação está conceituada como:
1 Ato ou efeito de educar. 2 Aperfeiçoamento das faculdades físicas intelectuais e morais do ser humano; disciplinamento, instrução, ensino. 3 Processo pelo qual uma função se desenvolve e se aperfeiçoa pelo próprio exercício: Educação musical, profissional etc. 4 Formação consciente das novas gerações segundo os ideais de cultura de cada povo. 5 Civilidade. 6 Delicadeza. 7 Cortesia. (Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=educa%E7%E3o – acesso em 18/02/2011)
A Educação não se resume num simples conceito, é algo mais amplo, pois tem influência das diversas culturas da sociedade. Educação é energia, é ação, é vida. É um processo contínuo e cumulativo que ocorre em diversos contextos sociais, possibilitando a construção de novos conhecimentos.
Ela deve proporcionar o desenvolvimento de um sujeito autônomo, reflexivo e crítico, consciente de sua função como cidadão atuante na sociedade, interagindo com outros indivíduos, com culturas e valores diferenciados, contribuindo para ações e decisões efetivas na transformação da sociedade.
A educação abrange processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. (disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm - Acesso em 17/02/2011)
Costumamos falar que nos formamos em determinado curso, no entanto, conforme Rubem Alves “formar é colocar na forma, fechar. Um ser humano «formado» é um ser humano fechado, terminado” . Ele afirma que “Educar é abrir, desformar”. Uma festa de conclusão de curso deve ser chamada de festa de “desformatura”. Coloca também que:
Educação não é a transmissão de uma soma de conhecimentos. Conhecimentos podem ser mortos e inertes: uma carga que se carrega sem saber sua utilidade e sem que ela dê alegria. Educar é ensinar a pensar, isso é, a brincar com os conhecimentos, da mesma forma como se brinca com uma peteca. (Disponível em www.rubemalves.com.br)
Temos Educação para o Trânsito no Brasil?
Trabalho na educação há 24 anos, há oito, tenho me dedicado a educação para o trânsito. Ainda sou novata diante de vários especialistas que também abraçaram esta causa. Mas confesso que por mais de uma vez pensei em mudar de foco, em me dedicar à prevenção da AIDS, da dengue, da gripe A. Como são valorizadas essas causas!
Em educação para o trânsito temos que mendigar por recursos, é como se estivéssemos pedindo um favor. Nossa proposta é promover a educação, a segurança, a vida! Isso não tem preço! Mas também não pode ser de graça, um trabalho com qualidade envolve dedicação.
Já visitei muitas prefeituras, tentando inserir a educação para o trânsito, em algumas consegui, em outras houve interesse por parte da secretaria de educação ou dos departamentos de trânsito, mas os prefeitos não aprovaram. (Nesses municípios a educação para o trânsito deve iniciar com os prefeitos.)
Em algumas foram logo dizendo que não tinham dinheiro. Não tem dinheiro? Não tem dinheiro para a educação para o trânsito, não há interesse em educar os habitantes do município para o trânsito.
Por que essa falta de interesse? Será que pensam que não há mais solução? Se não há mais solução por que estou escrevendo este texto? Por que você está lendo isto?
Tem solução sim! Outros países estão tendo sucesso, nós também podemos. Mas é preciso agir. É preciso educar para o trânsito pra valer e não apenas fazer de conta!
Temos educação para o trânsito no Brasil. Existem ótimas ações educativas sendo implementadas. Temos ótimos educadores de trânsito que, apesar das dificuldades, persistem e conseguem realizar belos trabalhos.
As ações educativas para o trânsito, no entanto, acontecem muito menos do que é necessário. Tenho visto muita preocupação com a quantidade, com a divulgação dos números de habitantes ou de alunos atingidos nas campanhas e programas educativos de trânsito. Será que essas pessoas “atingidas” estão educadas para o trânsito? Apenas quantidade não traz os resultados necessários, precisamos de qualidade.
Existe muito faz de conta, muita campanha realizada apenas para fazer as fotos. Em muitas cidades só lembram de educação para o trânsito em setembro, devido a Semana Nacional de Trânsito. Meu blog Educação para o Trânsito com Qualidade tinha uma média de 4 mil visualizações por mês, em setembro de 2010, teve 15 mil, em outubro do mesmo ano não chegou a seis mil. O aumento de acessos apenas no mês de setembro, comprova minhas palavras.
Para concluir, cito algumas frases sobre educação, sua função e importância:
"A educação é aquilo que sobrevive depois que tudo o que aprendemos foi esquecido." (Burruhs Frederic Skinner)
"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe." (Jean Piaget)
"Não se pode falar de educação sem amor". (Paulo Freire)
"O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele." (Immanuel Kant)
"Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda." (Paulo Freire)
"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo." (Nelson Mandela)
A vida não deva ser uma novela que assistimos, e sim, uma novela que escrevemos.Por tanto não é suficiente saber! É necessário colocar em pratica e respeitar as leis de trânsito e o principal a vida.
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