29 de jul. de 2009

De quem é o Espaço Público?

O prefeito de uma cidade metropolitana resolveu fazer melhorias no espaço público de seu município. Porém, antes de fazer o projeto, resolveu ouvir a opinião da população. Colocou, no centro da cidade, um microfone à disposição dos munícipes com a seguinte indagação: “O que precisa mudar para melhorar este espaço?”. Todos os depoimentos seriam gravados para posterior análise.

Curiosa, fiquei observando as pessoas darem sugestões. O primeiro a opinar foi o Mateus, promotor de vendas. Em virtude de seu trabalho, usa o espaço público preferencialmente para circular de automóvel, visitando seus clientes.

- Senhor Prefeito, o que precisa melhorar aqui no Centro são as faixas de tráfego. Estou cansado de engarrafamento. São necessárias mais faixas para facilitar a mobilidade. É necessário também aumentar a quantidade de vagas de estacionamento. Chego a perder mais de 15 minutos procurando uma vaga. Assim fica difícil trabalhar. Sugiro que os leitos sejam mais largos. Para isto basta estreitar as calçadas e os canteiros centrais. Ouvi dizer que estavam querendo determinar faixas exclusivas para ônibus. Isso é um absurdo. Por que eles não podem pegar fila igual a gente?

O próximo a falar foi o Seu Juvenal, usuário de ônibus.

- Seu prefeito, para melhorar esse lugar tem que tirar os estacionamentos perto do meio-fio. Nós não usamos. É preciso também alargar mais os leitos e os passeios, para não dar confusão entre nós que estamos esperando o ônibus e as pessoas que estão caminhando. Acho bom ter faixas só para os ônibus. Assim, a gente, que às vezes tem que ficar em pé dentro do veículo, não pega engarrafamento.

Regina estava fazendo sua caminhada diária, quando viu o apelo do prefeito e resolveu parar para colaborar.

- Bem, na minha opinião, os passeios têm que ser mais largos. Dessa forma, a gente pode caminhar sem aglomerações, com conforto e segurança. Em compensação, os leitos não precisam ser muito largos, para que a gente possa atravessar as ruas com segurança. Já os canteiros centrais nas vias devem ter maior largura, para podermos usar como refúgio, quando não dá tempo de atravessar toda a via.

Outro depoimento foi o da Dona Rita, uma comerciante que tem loja no Centro.

- O que eu quero, Senhor Prefeito, é que a acessibilidade das pessoas ao meu estabelecimento seja a melhor possível. Não importa se eles vêm a pé, de automóvel ou de ônibus. Gostaria que, para facilitar a carga e descarga de mercadorias, existissem leitos largos, com estacionamento e calçadas largas.

Foi o último depoimento que presenciei. Sentindo-me confusa, saí do local com a nítida convicção de que o Prefeito estava em apuros. Como agradaria a todos e resolveria os problemas do espaço público em seu município?

SILVA, Irene Rios da. Quem? Eu? Eu Não! E outras crônicas de trânsito. Ilha Mágica Editora, Florianópolis. Página 11.

Conteúdos: Espaço público, solidariedade.

Atividades Reflexivas:

1. Comente a atitude dos moradores da “cidade metropolitana”.  
Resposta pessoal

2. Se você fosse o prefeito o que faria nesta situação?
Resposta pessoal

3. O que precisa ser feito para melhorar o espaço público de sua cidade?
Resposta pessoal 

4. Faça uma pesquisa sobre o assunto com alguns moradores de sua cidade e comente o resultado.
Resposta pessoal 

Atividades Gramaticais: acentuação e formação de palavras.

1. Estão escondidas, no caça-palavras abaixo, cinco palavras paroxítonas e três palavras oxítonas, retiradas do texto. Localize-as, destaque-as e descubra a palavra secreta.
2. Retire do penúltimo parágrafo da crônica as palavras acentuadas. Justifique a acentuação destas palavras indicando a regra utilizada. 

é = monossílabo tônico terminado em “e”

possível = paroxítono termina da em “l”

vêm = verbo vir na 3ª pessoa do plural

pé = monossílabo tônico terminado em “e”

automóvel = paroxítono terminado em “l”
ônibus = proparoxítono.  

3. Retire do 2º parágrafo do texto quatro palavras primitivas e forme palavras delas derivadas, usando prefixos e/ou sufixos.  

vendas = vendedor, vendável

rabalho = trabalhador, trabalheira

automóvel = automobilismo, automobilístico

clientes = clientela, clientaço

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