De fato
entendo a preocupação de melhorar o comportamento no trânsito. Verdade é
que precisamos evoluir muito em relação ao comportamento social no
trânsito e em outras áreas. Compreendo que precisamos de uma forma de
mudar a cultura e implantar uma maneira prática de bom relacionamento
interpessoal e intra pessoal no trânsito. enfim, tudo que é pra melhor é
válido e é bom. Claro, desde que seja legal.
O que não compreendo é que:
O Curso de
reciclagem é uma penalidade. Não é pra formar é pra penalizar a pessoa
sobre o mal comportamento aplicado na sociedade pelo motorista infrator.
(lembrando que sou a favor de uma sociedade educadora e não que apenas
penaliza)
Sendo uma
ferramenta para alterar ou melhor condicionar o comportamento, ele deve
ser realizado de forma que o condutor sinta que foi pesado, foi
pedagogicamente "puxada a orelha" e que entendeu a responsabilidade
social.
Pergunto, o que vamos avaliar no condutor infrator com o exame? Ou o que se avalia?
Se ele
aprendeu a decorar? Se aprendeu a fazer uma prova? ou se aprendeu que
por meio de um exame deve mudar o comportamento? Não sei o verdadeiro
sentido de aplicação do exame.
Digo do exame da forma que foi dado pela 285/08. (O
condutor aluno reprovado uma primeira vez poderá realizar nova
avaliação após 5 (cinco) dias e, se reprovado pela 2ª. vez poderá
matricular-se para um novo curso, freqüentando-o integralmente. Caso
ainda não consiga resultado satisfatório, deverá receber atendimento
individualizado a fim de superar suas dificuldades.)
Qual o objetivo de uma avaliação pedagogicamente? Que mede uma avaliação? Penalizar pra educar? Como funciona isso?
bom, vivemos numa sociedade que prioriza a penalização em detrimento da sociedade da educação.
.
Avaliação faz comparação e/ou declara algo, pois emite valores e juízos.
Quando
se faz a avaliação de um aluno à Primeira Habilitação, o parâmetro
medidor revela que este aluno, assimilou bem as informações teóricas da
legislação de trânsito em comparação um grupo ou aluno ou teste. mas
não diz que haverá um bom comportamento desse aluno na prática.
Nisso
revela que temos a errônea primissia em pensar que avaliar
objetivamente uma pessoa, neste caso especifico, lhes dá uma posição de
conhecedores da matéria e que será bem sucedido.
Fiz
um teste com alguns alunos candidatos á Primeira Habilitação, que
obtiveram boas notas e portanto aprovados. uma semana depois pedi pra
que repetissem o teste. a maioria, 90% seriam reprovados. Então
o que fez o exame avaliativo de saber objetivo? Nada. Não mudou o
conhecimento e nem alterou o comportamento. Não agregou muita coisa.
Porque?
A
melhor educação é aquela que incomoda e me faz altera o comportamento
em relação ao que aprendi. E a melhor avaliação é aquela que verifica a
alteração do comportamento.
Exemplo.
Aprendi que é proibido estacionar de maneira proibida. Sou educado a
estacionar de forma correta. A avaliação pode ser de duas formas. A
tradicional = teste objetivo que irá avaliar se eu "conheço" o que
aprendi e a dinâmica = prática diária, se eu aplico o que aprendi.
Porém,
você perguntaria: e como faria a avaliação dinâmica? Ora, com a reincidência do condutor, com sua conduta, seu prontuário e a várias
maneiras de obter esses dados. que poderiam até levar este condutor a
novo curso de reciclagem, sem precisar ter a CNH suspensa, Já tá
previsto na lei 9.503/97:
I - quando, sendo contumaz, for necessário à sua reeducação;
V - a qualquer tempo, se for constatado que o condutor está colocando em risco a segurança do trânsito;
Enfim, precisamos amadurecer e olhar não o trânsito, mas o objeto que o compõe e lhe dá vida, as pessoas.
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