18 de fev. de 2016

Avaliação do Condutor Infrator

De fato entendo a preocupação de melhorar o comportamento no trânsito. Verdade é que precisamos evoluir muito em relação ao comportamento social no trânsito e em outras áreas. Compreendo que precisamos de uma forma de mudar a cultura e implantar uma maneira prática de bom relacionamento interpessoal e intra pessoal no trânsito. enfim, tudo que é pra melhor é válido e é bom. Claro, desde que seja legal.

O que não compreendo é que:

O Curso de reciclagem é uma penalidade. Não é pra formar é pra penalizar a pessoa sobre o mal comportamento aplicado na sociedade pelo motorista infrator. (lembrando que sou a favor de uma sociedade educadora e não que apenas penaliza)

Sendo uma ferramenta para alterar ou melhor condicionar o comportamento, ele deve ser realizado de forma que o condutor sinta que foi pesado, foi pedagogicamente "puxada a orelha" e que entendeu a responsabilidade social.

Pergunto, o que vamos avaliar no condutor infrator com o exame? Ou o que se avalia?

Se ele aprendeu a decorar? Se aprendeu a fazer uma prova? ou se aprendeu que por meio de um exame deve mudar o comportamento? Não sei o verdadeiro sentido de aplicação do exame.

Digo do exame da forma que foi dado pela 285/08. (O condutor aluno reprovado uma primeira vez poderá realizar nova avaliação após 5 (cinco) dias e, se reprovado pela 2ª. vez poderá matricular-se para um novo curso, freqüentando-o integralmente. Caso ainda não consiga resultado satisfatório, deverá receber atendimento individualizado a fim de superar suas dificuldades.)

Qual o objetivo de uma avaliação pedagogicamente? Que mede uma avaliação? Penalizar pra educar? Como funciona isso?

bom, vivemos numa sociedade que prioriza a penalização em detrimento da sociedade da educação.
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Avaliação faz comparação e/ou declara algo, pois emite valores e juízos. 

Quando se faz a avaliação de um aluno à Primeira Habilitação, o parâmetro medidor revela que este aluno, assimilou bem as informações teóricas da legislação de trânsito em comparação  um grupo ou aluno ou teste. mas não diz que haverá um bom comportamento desse aluno na prática.

Nisso revela que temos a errônea primissia em pensar que avaliar objetivamente uma pessoa, neste caso especifico, lhes dá uma posição de conhecedores da matéria e que será bem sucedido.  

Fiz um teste com alguns alunos candidatos á Primeira Habilitação, que obtiveram boas notas e portanto aprovados. uma semana depois pedi pra que repetissem o teste. a maioria, 90% seriam reprovados. Então o que fez o exame avaliativo de saber objetivo? Nada. Não mudou o conhecimento e nem alterou o comportamento. Não agregou muita coisa. Porque?

A melhor educação é aquela que incomoda e me faz altera o comportamento em relação ao que aprendi. E a melhor avaliação é aquela que verifica a alteração do comportamento.

Exemplo. Aprendi que é proibido estacionar de maneira proibida. Sou educado a estacionar de forma correta. A avaliação pode ser de duas formas. A tradicional = teste objetivo que irá avaliar se eu "conheço" o que aprendi e a dinâmica = prática diária, se eu aplico o que aprendi.

Porém, você perguntaria: e como faria a avaliação dinâmica? Ora, com a reincidência do condutor, com sua conduta, seu prontuário e a várias maneiras de obter esses dados. que poderiam até levar este condutor a novo curso de reciclagem, sem precisar ter a CNH suspensa, Já tá previsto na lei 9.503/97:

Art. 268. O infrator será submetido a curso de reciclagem, na forma estabelecida pelo CONTRAN:

 I - quando, sendo contumaz, for necessário à sua reeducação;

V - a qualquer tempo, se for constatado que o condutor está colocando em risco a segurança do trânsito;

Enfim, precisamos amadurecer e olhar não o trânsito, mas o objeto que o compõe e lhe dá vida, as pessoas. 


 

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