1 de dez. de 2015

Acidentes de trânsito consomem 3% do PIB mundial, afirma Dilma

Presidenta participou da cerimônia de abertura da 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito realizada nesta quarta-feira (18), em Brasília.

Dilma Rousseff durante cerimônia de abertura da 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito
Foto: Portal Planalto
A presidenta Dilma Rousseff participou nesta quarta-feira (18) da abertura da 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito e falou sobre o saldo negativo gerado pelos acidentes de trânsito e os benefícios obtidos ao combater esse problema. “Os prejuízos em acidentes de trânsito consomem o equivalente a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, chegando a 5% nos países em desenvolvimento”, destacou.

A presidenta destacou que as altas cifras em dinheiro não contabilizam o sofrimento incalculável de milhares de famílias provocado pela perda de entes queridos e por sequelas de acidentes graves. “Investir em trânsito certamente traz benefícios econômicos, mas realmente [esses benefícios econômicos] são secundários em relação à preservação de vidas humanas e à qualidade de vida”, ressaltou a presidenta.

Dilma reforçou o compromisso do governo em promover a mobilidade segura de todos os cidadãos. “Uma mobilidade mais eficiente e segura significa uma vida mais saudável, protegida e sustentável”, afirmou.

A diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, reconheceu o trabalho do Brasil na promoção de um trânsito mais seguro e elogiou o comprometimento intersetorial com a área. "Quando falamos de desenvolvimento sustentável, temos de reconhecer a liderança do Brasil. O País promoveu avanços significativos na segurança no trânsito. Não vi outro país com envolvimento de tantos ministérios. O Brasil está no caminho certo, continuem trabalhando", destacou.

Na abertura, Chan também ressaltou que o tema de saúde pública depende de ações multisetoriais, com parcerias com a indústria e apoio da sociedade civil. A diretora do maior órgão de saúde da Organização das Nações Unidas também reforçou a necessidade de aplicar tecnologia para produção de veículos e vias seguras. “Se trabalharmos juntos pela segurança no trânsito poderemos evitar muitos acidentes e salvar vidas", concluiu.

Ações preventivas

A presidenta apresentou as medidas já adotadas pelo Brasil para enfrentar a epidemia que se instaurou no trânsito, como o endurecimento da Lei Seca – que culminou com a redução das vítimas fatais –, e a obrigatoriedade do cinto de segurança e das cadeirinhas infantis. No entanto, reforçou a necessidade de um trabalho de conscientização, mobilização e educação para que todos se sintam responsáveis por um trânsito mais seguro. “A batalha contra a violência do trânsito é mais que uma questão de novas leis. É necessária uma nova cultura”, destacou a presidenta.

A resposta pós-acidente, um dos cinco pilares do Plano Global para a Década de Ação para a Segurança no Trânsito 2011-2020, também foi destaque na fala de Dilma Rousseff. “Os sistemas de saúde devem estar preparados para o atendimento emergencial, assim como, a reabilitação das vítimas. No Brasil, temos o Samu, que atende mais de 150 milhões de cidadãos.”

A Rede de Urgência e Emergência do Brasil está estruturada para agilizar o atendimento às vítimas de trânsito e, com isso, evitar óbitos, complicações e sequelas graves. O Samu atua no atendimento pré-hospitalar e estabilização da vítima até chegar a uma unidade hospitalar. Seu trabalho é essencial, uma vez que a maior parte das vítimas fatais de acidentes – 1,25 milhão por ano em todo o mundo – morre antes de chegar a um hospital.

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