14 de dez. de 2016

Estudo mostra o custo dos acidentes de trânsito no Brasil

São gastos cerca de R$ 56 bilhões por ano com acidentes no Brasil. Valor daria para construir 1,8 mil hospitais e 28 mil escolas.

Felippo MancusoSão Paulo, SP
Quase 44 mil brasileiros perdem a vida por ano, em acidentes de trânsito. Os números são de uma ONG, que trabalha para diminuir essa estatística e que quer mostrar que além de um imenso prejuízo emocional, que não tem dinheiro que pague, a imprudência no volante também tem custos sociais e financeiros.
A imprudência é a principal causa dos acidentes. Um ano e três meses atrás, o caminhoneiro Sinval Vieira da Silva, foi vítima de um motorista imprudente no Mato Grosso do Sul.  “Não é o veículo. Não é a carreta que deixou de parar, é o motorista que avançou”, fala o caminhoneiro.
A aposentada Sônia Regina Hezedus, que hoje se prepara para receber uma prótese, também teve a perna amputada depois de ser atropelada por um caminhão, em São Paulo. “Ia indo trabalhar e aí fico nessa situação. Foi triste”.
No centro de reabilitação onde Sinval e a Sônia estão internados, em São Paulo, mais de 60% dos amputados são vítimas de acidentes de trânsito. A maioria jovens, com idade média de 24 anos.
Além de um prejuízo emocional, cada acidente traz também um prejuízo econômico difícil de quantificar.  Cada acidente tem os custos com socorro, combustível, seguro, leito de hospital, medicamentos, afastamento de trabalho, indenizações, custo com Previdência.
Uma ONG de segurança no trânsito calculou esse custo. Se fossem somados todos os acidentes do Brasil, daria aproximadamente R$ 56 bilhões por ano. Dinheiro que poderia ser usado para construir 28 mil escolas de educação básica - a R$ 2 milhões cada, 1,8 mil hospitais de R$ 30 milhões.
Só em 2014, mais de 43 mil pessoas morreram vítimas da violência do trânsito no Brasil. Para o presidente da ONG responsável pela pesquisa, para reduzir o número de acidentes no país é preciso uma conscientização maior de motoristas e pedestres.
“Ele escolhe beber e dirigir, ele escolhe falar no celular e dirigir, ele escolhe não pôr o filho dele na cadeirinha. Isso tudo tem que ser passado para a sociedade com essa visão porque somente assim vamos conseguir mudar essa catástrofe que é o acidente de trânsito”, fala o diretor-presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, José Aurélio Ramalho.

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