12 de jun. de 2016

VRUM-VRUM: Um Poema de Criança.

Carrinho de brinquedo
e toda essa pressa?
você não tem medo
de cruzar a travessa?

Sair da caixa de sapato
E capotar no tapete.
Correr livre no asfalto.
Voar feito foguete.

Cair do sofá e explodir.
Disputar uma corrida,
Quando o sinal abrir,
Ficará curta a avenida.

Em plena mesa da cozinha,
Um acidente fantástico,
Atropelar de mentirinha
Os animais de plástico.

Até os lápis de aquarela
Participam como obstáculos
Do grande prêmio da janela,
O maior dos espetáculos.

Mas, ao correr sem barbantes,
Deixa fumaça por todo ar,
Voam longe os infantes
E não voltam pra brincar.

Phillipe Tadao Sakai


Continuando a reflexão com um texto de Julyver Modesto de Araújo

VRUMMMMM... É TUDO DE BRINCADEIRA!

Hoje, meu pequeno RAFAEL completa 1 ano de vida! 

Quando brincava com ele, em seu carrinho, comecei a refletir o quanto ensinamos errado as nossas crianças, quanto à segurança do trânsito... nosso ímpeto, normalmente, é o de brincar de modo a simular o que não se deve fazer quando adulto, empurrando os pequenos um pouco mais rápido, fazendo zig-zag com o automóvel de mentira e derrapando na hora de frear, comportamentos que sabemos ser seguro, pois é tudo de brincadeira, mas que fazem com que eles adquiram um gosto pelo perigo. 

O cérebro deles logo associa a imprudência com diversão, a maior velocidade com o prazer, as manobras arriscadas com o afeto; a produção de neurotransmissores, como a adrenalina, dopamina, serotonina, encarrega-se do restante, fazendo com que, sempre que possível, o organismo queira mais daquele momento prazeroso.

E, assim, deixamos na criança um signo, um sinal, ou seja "en-signamos" que dirigir em baixa velocidade e com cuidados é entediante; que o bom é sair dos limites. 

Quantos de nós, QUANDO crianças e COM crianças, não nos divertimos com o "vrummmmm" da brincadeira de carrinho, com as peripécias dentro do supermercado, no carrinho de compras, e com o famoso bate-bate (ou tromba-tromba) do parque de diversões? O legal é bater, não desviar; o engraçado é ver o outro nervoso pq foi perseguido, até a colisão... quantas risadas são associadas àquilo que poderia ter sido uma tragédia, na "vida real"...

Como querer um comportamento SEGURO do adulto se a sua criança interior traz consigo a lembrança de tanta coisa BOA (e INSEGURA) da infância? Será que sabemos distinguir o que era lúdico do que nos é esperado?

Para refletir....

JULYVER MODESTO DE ARAUJO

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