4 de out. de 2013

Estudo mostra que pais não colocam cinto de segurança nas crianças em viagens curtas

No Brasil, acidentes de carro são a terceira maior causa de mortalidade  infantil. Veja como é possível deixar as crianças confortáveis sem esquecer da segurança

Por Nathalia Bianco Louro 
Cinto de segurança (Foto: Shutterstock)

Um estudo americano conduzido pela ONG Safety Child mostrou que 1 em cada 4 pais não coloca o cinto de segurança nas crianças quando a distância a ser percorrida é muito curta. “O risco parece ser menor por causa da distância, mas essa é uma situação que a gente acha que nunca vai acontecer, então você abre uma exceção e corre um risco sem volta”, diz Alessandra Françoia, coordenadora Nacional da ONG Criança Segura.
O uso do Bebê Conforto (crianças com até 13 Kg), da cadeira de segurança (entre 13 e 18 kg) e do assento de elevação (entre 15 e 36kg) é essencial para evitar acidentes, mas eles devem ser instalados corretamente e o uso do cinto de segurança é indispensável. Um estudo da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) mostra que cerca de 50% dos acidentes graves e/ou fatais ocorrem a menos de 50 km de casa, outros 25% ocorrem entre  50 e 200 km. Ou seja, mais da metade dos acidentes graves e/ou fatais ocorrem em menos de 30 minutos de passeio. “O uso do cinto de segurança nos equipamentos deve ser usado independente da distância a ser percorrida e isso deve ser um hábito da família”, diz Alessandra.
O estudo da Safety Child mostra que quando os pais abrem exceções ao uso do cinto de segurança, eles estão mostrando para as crianças que esse não é um item de muita importância. Mais tarde, elas também pode abandonar o hábito de usar o cinto de segurança.
No Brasil, uma pesquisa feita pela ONG Criança Segura em setembro de 2012, analisou pessoas com 18 anos ou mais que dirigem e transportam crianças de até 10 anos. A cada 10 pessoas entrevistadas, 3 admitiram não usar a cadeirinha.
Outra exceção que os pais fazem é quando a distância a ser percorrida é muito grande, e as crianças acabam ficando com sono. Pelo conforto delas, eles acabam abrindo mão do uso do cinto de segurança. “Viagens mais longas ou durante a noite são mais perigosas, pois a velocidade é mais alta”, explica Alessandra.
Além disso, afrouxar o cinto de segurança ou passar a tira lateral (quando o cinto é de três pontos) atrás das costas da criança são outras saídas que muitas vezes os pais acham em nome do conforto. “Em relação ao cinto de segurança, não pode mudá-lo de lugar e nem afrouxá-lo. Caso contrário, a criança fica com maior movimento e as lesões do impacto na coluna e em outras regiões são mais severas”, conta a especialista, “E assim, ele perde sua utilização, já que o travamento não será acionado”.
Nos Estados Unidos, acidentes de carro são os principais responsáveis por morte infantil. No Brasil, essa é a terceira maior causa. Para deixar a criança mais confortável, sem abrir mão da segurança, Alessandra indica o uso de travesseiros nas laterais dos equipamentos de segurança, como o bebê conforto e da cadeirinha. Assim, a criança adormece com a cabeça inclinada para o lado. “A partir do ano que vem, será obrigatório o encosto nos assentos de elevação, que além de ser mais confortável, protege contra impactos laterais", antecipa.

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