Apesar
de ser proibido pela legislação brasileira, 27,1% dos estudantes do 9º ano, com
13 e 15 anos de idade, informaram ter dirigido um veículo motorizado nos 30
dias anteriores, e 19,3% disseram ter andado de motocicleta sem usar capacete.
Essas são algumas das informações captadas pela Pesquisa Nacional de Saúde do
Escolar 2012, que entrevistou mais de cem mil adolescentes em 2.842 escolas de
todo o país.
Através
de um questionário eletrônico que preserva a privacidade dos entrevistados, o
IBGE captou diversas informações sobre a vida dos estudantes: 28,7% deles
informaram que já tiveram uma relação sexual, e 75,3% disseram ter usado
preservativo da última vez. Esses percentuais estão em patamares similares aos
encontrados por pesquisas semelhantes à PeNSE, realizadas pela OMS em outros
países.
A violência também está presente no cotidiano de muitos escolares: 6,4%
deles disseram ter se envolvido em brigas com armas de fogo, e 10,6% informaram
terem sido fisicamente agredidos por um adulto de sua família. Neste caso, as
agressões são um pouco mais frequentes contra as meninas (11,5%) do que contra
os meninos (9,6%). Além disso, 7,2% dos escolares afirmaram que sempre ou quase
sempre se sentiram humilhados por provocações dentro da escola, e 20,8%
praticaram algum tipo de bullying contra os colegas nos 30
dias anteriores a pesquisa.
Drogas
ilícitas como maconha, cocaína, crack, cola, loló, lança perfume ou ecstasy já
foram usadas por 7,3% dos escolares, e 21,8% dos adolescentes entrevistados já
sofreram algum episódio de embriaguez na vida. O consumo de cigarros nos 30
dias anteriores foi relatado por 5,1% dos escolares e 26,1% consumiram álcool
no mesmo período.
Aproximadamente
um terço (31,1%) das meninas escolares estavam tentando emagrecer, sendo que
6,4% das entrevistadas afirmaram ter induzido o próprio vômito ou tomado
laxantes para isso. A seguir, um resumo das principais informações obtidas pela
PeNSE 2012.
A segunda edição da Pesquisa Nacional de Saúde do
Escolar (PeNSE) do IBGE foi realizada entre abril e setembro de 2012, a partir
de convênio entre o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o
Ministério da Saúde, com o apoio do Ministério da Educação. A PeNSE entrevistou
109.104 escolares do 9º ano do ensino fundamental - 86% deles com 13 a 15 anos
de idade - e, também, os diretores ou responsáveis pelas escolas. Integraram a
amostra da pesquisa as escolas com mais de 15 alunos matriculados no 9º ano, em
turmas regulares diurnas. Em 2012, a abrangência geográfica da pesquisa foi
ampliada para o conjunto do País e as cinco Grandes Regiões. A edição de 2009
trazia apenas informações sobre as 27 capitais.
No Brasil, a PeNSE foi primeira a utilizar um
questionário eletrônico, respondido diretamente pelos próprios adolescentes em
computadores de mão, sem a interferência do entrevistador, resguardando a
privacidade dos entrevistados. São investigados os seguintes temas: aspectos
socioeconômicos; contexto familiar; hábitos alimentares; prática de atividade
física; hábitos sedentários; experimentação e consumo de cigarro, álcool e
outras drogas; saúde sexual e reprodutiva; violências, segurança; e percepção
da imagem corporal.
Em 2012 foram introduzidos novos temas, como
trabalho; higiene; acidentes; saúde mental; uso de serviço de saúde e
prevalência de asma, entre outros. Houve algumas perguntas adicionadas ou
alteradas, para facilitar as respostas e/ou permitir comparações internacionais.
Além disso, foi introduzido um segundo questionário, sobre a estrutura e o
entorno das escolas aplicado aos seus diretores ou responsáveis.
A PeNSE 2012 permite algumas comparações
internacionais. Atualmente, mais de 100 países monitoram a saúde dos
estudantes. Dois exemplos desses acompanhamentos são a Health Behavior in School Aged Children (HBSC) (http://www.hbsc.org) e o Global School-based Student
Health Survey (GSHS), proovidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) com a
participação de mais de 40 países, além da americana Youth Risk Behavior Survey (YRBS)
(http://www.cdc.gov/HealthyYouth/yrbs/index.htm).
Iniciação
sexual
Os resultados da PeNSE, em 2012, para o Brasil
revelaram que 28,7% dos escolares já tiveram relação sexual alguma vez na vida.
A frequência deste indicador foi de 40,1%, entre os meninos e, de 18,3% para as
meninas. Com relação à dependência administrativa das escolas, 30,9% dos
estudantes de escolas públicas e cerca de 18% nas escolas privadas, declararam
que tiveram relação sexual. A Região Norte apresentou o maior percentual
(38,2%) de escolares para este indicador, seguida da região Centro-Oeste
(32,1%), região Sudeste (29,1%), Sul (27,3%) e Nordeste (24,9%).
Em outros países, as pesquisas têm mostrado que a
iniciação sexual de adolescentes do sexo masculino é mais precoce do que do
sexo feminino. Pesquisa realizada no estado de Lara, na Venezuela, com 2.070
estudantes do 7º ao 9º anos, no período escolar 2003/04, demonstrou que 27% dos
meninos e 3,8% das meninas já haviam tido relações sexuais. Deste contingente,
54,9% dos alunos e 23,5% das alunas, tiveram sua primeira relação sexual aos 12
anos de idade. A Global School-based Student Health Survey (GSHS),
realizada na Europa e na América do Norte, apontou que 26% dos escolares com 15
anos de idade tiveram relação sexual.
Uso
de preservativo
Os resultados da PeNSE 2012 revelaram que, quanto
ao uso de preservativos pelos escolares, dos 28,7% que declararam relação
sexual alguma vez na vida, 75,3% disseram ter usado preservativo na última vez.
Desse total, 77,1% são do sexo masculino e 71,8% do sexo feminino. Estudos
divulgados pela OMS, realizados em mais de 40 países, em 2005 e 2006, mostram
que entre adolescentes com 15 anos de idade, 77% relataram o uso de
preservativo na última relação.
Acesso
na escola a informações sobre sexualidade
A PeNSE 2012 mostrou que 89,1% dos escolares
disseram que receberam informações sobre doenças sexualmente transmissíveis e
AIDS na escola. A proporção dos alunos entrevistados que receberam orientação
na escola de como adquirir preservativos gratuitamente foi de 69,7%. Cerca de
82,9% dos escolares responderam ter recebido orientação na escola sobre
prevenção de gravidez.
Direção
de veículo motorizado
A direção de veículo motorizado nos 30 dias que
antecederam a pesquisa foi declarada por 27,1% do total de escolares. É
importante ressaltar que os estudantes que responderam à PeNSE eram
adolescentes, na sua maioria, com idade entre 13 e 15 anos. No país, a idade
mínima permitida para dirigir é de 18 anos, segundo as leis que regem o Código
de Trânsito Brasileiro. A proporção dos alunos que dirigiram veículos
motorizados (38,6%) era mais que duas vezes superior do que a das alunas
(16,6%).
Cinto de segurança e uso de capacete ao andar de motocicleta
Aproximadamente 16,0% dos escolares relataram não
ter usado cinto de segurança, nas ocasiões em que estavam em um veículo
motorizado dirigido por outra pessoa. Observou-se que 17,5% das meninas e 14,6%
dos meninos não usaram cinto de segurança nos 30 dias anteriores à pesquisa.
Tanto os resultados da PeNSE 2009 como os da PeNSE 2012 revelaram que parcela
significativa de alunos do 9º ano do ensino fundamental não respeitavam as leis
de trânsito ou se expunham a riscos, o que corrobora com as elevadas taxas de
mortalidade de jovens no país por acidentes de trânsito.
Nos 30 dias anteriores à pesquisa, 22,9% do total
de escolares foram transportados em veículos motorizados dirigidos por
motoristas que tinham consumido bebida alcoólica. Os estudantes de escolas
privadas estiveram mais expostos a esse risco, 25,8%, do que os das escolas
públicas, 22,3%.
Aproximadamente 19,3% dos estudantes declararam não
ter usado o capacete ao andar de motocicleta, nos 30 dias anteriores à
pesquisa. A não utilização foi maior entre estudantes do sexo feminino (21,7%)
do que no masculino (16,9%).
Envolvimento
em briga com armas
O envolvimento em brigas com arma de fogo foi
declarado por 6,4% dos escolares, sendo também mais frequente em alunos do sexo
masculino (8,8%), do que do feminino (4,3%), sendo 6,7% para estudantes de
escola pública e 4,9% de escolas privadas. A região Centro-Oeste registrou a
maior proporção (8,0%).
No que se refere às brigas com arma branca, 7,3%
dos escolares declararam envolvimento, nos 30 dias que antecederam a pesquisa,
com maiores frequências entre alunos do sexo masculino (10,1%) do que do sexo
feminino (4,8%).
Estudo realizado na Europa e nos EUA apontou que
14% dos alunos com 11 anos de idade estiveram envolvidos em uma briga com luta
física por pelo menos três vezes nos 12 meses anteriores à pesquisa.
Agressão
por adulto da família
A informação sobre agressão física por parte de um
adulto da família, nos 30 dias que precederam a pesquisa, foi mencionada por
10,6% dos escolares no País. Este tipo de violência foi declarada por 11,5% das
meninas e 9,6% dos meninos.
A região Sudeste apresentou a maior proporção
(12,0%) de adolescentes que sofriam agressão física praticada por alguém da
família. Em todas as regiões do país, a proporção de meninas que sofria
agressão física praticada por familiar era mais elevada que a dos meninos. Na
Região Sul e Sudeste, cerca de 13% das adolescentes informaram ter sido vítimas
de agressão por alguém da família ao menos uma vez, nos 30 dias anteriores à
data da pesquisa.
Bullying
Dados do HBSC, realizado na Europa e na América do
Norte, mostraram que 13% dos alunos com 11 anos de idade sofreram bullying na escola, por no mínimo duas vezes nos dois
meses anteriores à pesquisa: 12% aos 13 anos e 9,0% aos 15 anos de idade.
Em relação ao fato de sofrer bullying pelos colegas de escola, 7,2% dos escolares
afirmaram que sempre ou quase sempre se sentiram humilhados por provocações, no
conjunto do Brasil. Os percentuais foram maiores entre estudantes do sexo
masculino (7,9%) do que no feminino com 6,5%.
Os resultados da PeNSE demonstraram que 20,8%
praticaram algum tipo de bullying contra os
colegas (esculachar, zoar, mangar, intimidar ou caçoar), levando-os a ficarem
magoados, incomodados ou aborrecidos, nos últimos 30 dias anteriores a
pesquisa.
Segurança
no trajeto casa-escola e no espaço escolar
A proporção de estudantes que deixaram de ir à
escola, nos 30 dias anteriores à pesquisa, por não se sentirem seguros no
caminho entre a casa e a escola foi de 8,8%. Este percentual foi superior entre
os alunos de escolas públicas (9,5%) do que entre aqueles de escolas privadas
(5,0%). A proporção de alunos que deixaram de ir à escola porque neste ambiente
não se sentiam seguros, alcançou 8,0%, com frequência foi maior entre os alunos
das escolas públicas (9,1%) do que das escolas privadas (4,4%).
A PeNSE também investigou o risco de violência nos
arredores da escola no questionário respondido pelo diretor ou responsável.
Considerando aqueles que informaram que a escola estava situada em área
considerada de risco, a maior parte do tempo ou todo o período, nos últimos 12
meses, 17,9% dos alunos do 9º ano estudavam em escolas consideradas em áreas de
risco, sendo essa proporção de 5,5% para a rede privada e de 20,4% para a rede
pública. As capitais com as maiores proporções foram Belo Horizonte (46,2%),
Maceió (45,9%) e Salvador (41,6%) e as menores proporções em Cuiabá (8,2%), Rio
Branco (10,9%) e no Rio de Janeiro (11,0%).
Uso
de drogas ilícitas alguma vez na vida
A PeNSE 2012 investigou o uso de drogas ilícitas
tais como: maconha, cocaína, crack, cola, loló, lança perfume, ecstasy, os
dados evidenciam que 7,3% dos escolares já usaram drogas ilícitas. Considerando
as grandes regiões do país, o maior foi observado no Centro-Oeste, 9,3%.
Analisando os resultados por capitais, o maior percentual foi encontrado na
capital Florianópolis (17,5%), Curitiba (14,4%) e os menores em Palmas e Macapá
(5,7% em ambas).
Considerando os escolares que usaram drogas antes
dos treze anos de idade o percentual para o conjunto do País foi de 2,6%,
variando de 1,2%, no Nordeste, a 4,4%, no Sul.
Uso
de maconha e crack
Entre os 7,3% de escolares que usaram drogas
ilícitas alguma vez na vida, o consumo atual (nos últimos 30 dias) de maconha
foi de 34,5%. Em relação ao total dos escolares, este percentual foi de 2,5%.
Os escolares residentes no Sul apresentaram maior consumo atual de maconha
(3,6%). O menor percentual foi observado no Nordeste, 0,9%. Considerando as
capitais, Florianopolis foi a que apresentou maior proporção do consumo atual
de maconha (10,1%).
Entre os 7,3% de escolares que usaram drogas
ilícitas alguma vez na vida, 6,4% usaram crack, alguma vez nos últimos 30 dias,
ou 0,5% do conjunto de escolares do 9º ano.
Alguns temas da PeNSE também são investigados em
outros países. Segundo a Pesquisa de Comportamento de Saúde em Crianças em
Idade Escolar (HBSC), 17% dos adolescentes com 15 anos de idade na Europa e
América do Norte relataram uso de maconha pelo menos uma vez em suas vidas e 8%
pelo menos uma vez nos últimos trinta dias anteriores à pesquisa (consumo
recente). Nos Estados Unidos, 30% dos meninos e 26% das meninas fumaram maconha
pelo menos uma vez na vida e 16% meninos e 12% das meninas fumaram maconha nos
trinta dias que antecederam à pesquisa.
Experimentação
de bebidas alcoólicas
A PeNSE 2012 inseriu uma nova questão para medir a
experimentação de uma dose de bebida (correspondendo a uma lata de cerveja ou
uma taça de vinho ou uma dose de cachaça ou uísque): Alguma vez na vida você
tomou uma dose de bebida alcoólica? Assim, o questionário ganhou
comparabilidade internacional e o indicador tornou-se mais específico.
Responderam que sim 50,3% dos escolares, variando de 56,8% no Sul a 47,3% no
Nordeste. A proporção das meninas (51,7%) foi maior que a dos meninos (48,7%).
Consumo
atual de bebidas alcoólicas
O consumo atual de bebida alcoólica entre os
escolares (consumo nos últimos trinta dias), foi de 26,1% no Brasil e não
apresenta diferenças significativas entre os sexos masculino (25,2%) e feminino
(26,9%). As capitais com os maiores percentuais de escolares que consumiram
bebidas alcoólicas nos últimos 30 dias foram Porto Alegre (34,6%) e
Florianópolis (34,1%) e os menores percentuais foram encontrados em Belém
(17,3%) e Fortaleza (17,4%).
Entre os escolares que consumiram bebida alcoólica
nos últimos trinta dias a forma mais comum de obter a bebida foi em festas
(39,7%), com amigos (21,8%), ou comprando no mercado, loja, bar ou supermercado
(15,6%). Outros 10,2% dos escolares consumiram bebida alcoólica nos últimos 30
dias na própria casa.
Episódio
de embriaguez
Cabe ainda ressaltar que 21,8% dos escolares já
sofreram algum episódio de embriaguez na vida. Os escolares da região Sul
apresentaram o maior percentual (27,4%) e os do Nordeste o menor (17,3%). A
proporção de escolares com episódio de embriaguez foi maior nas escolas
públicas (22,5%) do que as escolas privadas (18,6%).
Com relação ao álcool, 10% dos estudantes relataram
ter tido problemas com suas famílias ou amigos, ou faltarem às aulas ou se
envolveram em brigas, porque tinham bebido. O percentual de escolares que
declararam esses problemas foi maior entre as meninas (10,4%) do que entre os
meninos (9,5%).
Cigarro
e outros produtos do tabaco
Os dados da PeNSE para as capitais brasileiras,
mostraram que o número de escolares que experimentaram cigarro alguma vez na
vida, reduziu de 24,2% para 22,3%, entre 2009 e 2012. No entanto, 5,1% dos
escolares haviam fumado cigarro nos últimos trinta dias. As cidades com maiores
proporções de escolares fumantes no período foram Campo Grande com 12,4% e
Florianópolis com 9,7%.
Comparando os dados de 2009 e 2012, o percentual de
escolares que fizeram uso de cigarros nos últimos 30 dias manteve-se estável,
em torno de 6%. Segundo a PeNSE 2012, 29,8% dos escolares brasileiros que
frequentavam o 9º ano, informaram que pelo menos um dos responsáveis era
fumante. 89,3% dos escolares estudam em escolas que informaram possuir política
sobre proibição do uso do tabaco.
Atitude
em relação ao Peso Corporal
Aproximadamente um terço (31,1%) das meninas
escolares estavam tentando emagrecer e 16,0% delas tentavam engordar, enquanto
que entre os meninos um percentual menor (21,0%) tinha como objetivo perder
peso e 19,6% desejavam ganhar peso.
É importante notar que 19,1% das alunas do 9º ano
do ensino fundamental se achavam gordas ou muito gordas e, no entanto, uma
proporção maior (31,1%) relatou que tentava perder peso.
Considerando as escolas da rede pública e privada,
observou-se que existe uma diferença de mais de 12 pontos percentuais entre os
alunos das escolas particulares que tentaram perder peso (36,4%) e aqueles que
frequentavam escola pública e tomavam essa atitude (24,2 %).
Provocar
vômitos ou tomar laxantes
A proporção de alunos do 9º ano que, nos últimos 30
dias, utilizaram o método de provocar o vômito ou tomar laxantes foi em torno
de 6,0% e 6,2% recorreram a medicamentos, fórmulas ou outros produtos para
ganhar peso ou massa muscular.
Para o conjunto do país, o procedimento de induzir
o próprio vômito ou de tomar laxantes foi um pouco mais comum entre as meninas
que entre os meninos, 6,4% e 5,7%, respectivamente.
Usar
fórmulas ou outro produto
A análise dos resultados acerca da ingestão de
medicamentos, fórmulas ou outro produto com a intenção de ganhar peso ou massa
muscular, sem acompanhamento médico, mostrou que 6,2% dos estudantes recorreram
a esse procedimento. Chamou a atenção o fato de que 8,4% dos escolares do sexo
masculino declararam ter tomado essa atitude, enquanto que a metade desse
percentual (4,2%) dos alunos do sexo feminino declararam tê-lo feito, nos 30
dias que precederam a PeNSE 2012.
Consumo
de alimentos marcadores de alimentação saudável
Os dados da PeNSE 2012 apontaram que 69,9% dos
escolares consumiram feijão, 43,4% hortaliças, 30,2% frutas frescas e 51,5%
tomaram leite, enquanto 41,3% dos escolares consumiram guloseimas em cinco ou
mais dias na semana anterior a pesquisa.
A quase totalidade (98%) dos estudantes de escola
pública no país respondeu que a escola oferece comida, mas a oferta de
alimentação pelas escolas privadas foi significativamente menor (41,4%).
Entretanto, o hábito 1 de consumir
essa comida oferecida não foi elevado, sendo de 22,8% entre aqueles que
estudavam em escolas públicas e de apenas 11,9% para os alunos das escolas
privadas.
Na edição de 2012, a PeNSE incorporou o quesito
sobre o hábito de tomar café da manhã (61,9% dos estudantes do 9º ano costumavam
ter essa prática cinco ou mais dias da semana). Além disso, 64,0% deles
costumavam comer enquanto assistiam à TV ou estudavam.
Também foi investigada a existência de cantinas e
pontos alternativos de venda dentro das escolas, e os alimentos neles
comercializados. Enquanto os salgados de forno estavam disponíveis para 39,2%
dos estudantes, as frutas frescas ou salada de frutas estavam disponíveis para
apenas 10,8%. Já nos pontos alternativos predominavam as guloseimas (balas,
confeitos, doces, chocolates, sorvetes e outros), disponíveis para 33,4% dos
escolares, enquanto as frutas frescas eram disponibilizadas para apenas 3,5%
deles.
Além da prática de Atividade Física a PeNSE investigou a atividade
física acumulada e apontou que a maioria dos
adolescentes, 45,1%, foi classificada como insuficientemente ativos. Cerca de
38,6% dos adolescentes relataram ter tido duas ou mais aulas de educação física
na semana anterior à entrevista. Embora a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
96/1996 determine a obrigatoriedade da prática de aulas de educação física nas
escolas, a proporção de adolescentes por frequência destas aulas na semana
anterior à entrevista variou de 18,3% (não frequentaram nenhuma aula) a 38,6%
(dois os mais dias).
TV
O hábito de assistir duas ou mais horas de
televisão, num dia de semana comum, foi relatado por 78% dos estudantes do 9º
ano do ensino fundamental. A região Sudeste apresentou a maior frequência
(80,2%) do hábito de assistir duas horas ou mais de televisão. A OMS recomenda
que crianças não devam estar mais que uma ou duas horas em frente à TV e vídeo
game.
Saúde
Mental
A parte específica de Saúde Mental tem o objetivo
de identificar situações de sofrimento subjetivo, como o sentimento de solidão
e a dificuldade de conciliar o sono em função de preocupações. Aborda também a
questão de ter ou não amigos próximos, um aspecto importante para se avaliar a
capacidade de interação social dos adolescentes. 16,4% dos estudantes do 9º ano
do ensino fundamental no Brasil declararam ter se sentido sozinhos nos 12 meses
que antecederam à pesquisa. Enquanto que 21,7% dos escolares do sexo feminino
declararam ter experimentado esse sentimento, entre os do sexo masculino a
proporção foi de 10,7%. Em Campo Grande, Palmas e Curitiba, cerca de um quarto
(25,0%, as maiores frequências) das meninas declararam terem se sentido
sozinhas nos 12 meses anteriores. Já o maior percentual de meninos que se
sentiram sozinhos foi em Belém (14,5%). A PeNSE também investigou os temas Perda do sono e Existência de amigos.
Asma
e Uso de Serviço de Saúde
A asma é a doença crônica de maior prevalência na
infância e adolescência, que acarreta custos elevados para o sistema de saúde,
interfere na qualidade de vida e no absenteísmo na escola. Além disso, quando
não controlada, pode ser fatal. Os resultados apontaram que 23,2% de escolares
tiveram chiado (ou piado) no peito no período. O chiado no peito foi mais
frequente entre as meninas (24,9%) do que entre os meninos (21,4%). O Sudeste
(24,9%) apresentou o maior percentual de escolares com chiado no peito e o
Nordeste o menor (19,8%). Os escolares com asma foram 12,4% no País, variando
de 18,4% no Norte a 11,4% no Sudeste. Os dados mostraram que 48,2% dos
escolares procuraram algum serviço ou profissional para atendimento relacionado
à própria saúde, nos últimos doze meses, sendo mais frequentes entre estudantes
do sexo feminino (49,1%) do que no masculino (47,2%).
Hábitos
de higiene
A PeNSE também investigou hábitos de higiene como
lavar as mãos antes de comer, lavar as mãos após ir ao banheiro e usar sabão/sabonete
ao lavar as mãos. Cerca de 15% dos escolares do 9º ano responderam que, nunca
ou raramente lavaram as mãos antes de comer, nos 30 dias anteriores à pesquisa.
A quase totalidade dos alunos pesquisados (91,8%) afirmou ter lavado as mãos
após ir ao banheiro. No entanto, 9,1% dos escolares do 9º ano nunca ou
raramente usaram sabão/sabonete quando o fizeram.
Saúde
bucal
A proporção de escolares do 9º ano do ensino
fundamental que declararam escovar os dentes três ou mais vezes ao dia foi de
68,4%, sendo maior entre as meninas (72,1%) do que entre os meninos (64,3%).
Informaram terem sentido dor de dente 19% dos escolares entrevistados) e 36,4%
deles declararam não ter ido ao dentista nenhuma vez no último ano.
Escolaridade
dos pais
O percentual de escolares cujas mães não possuíam
qualquer grau de ensino ou possuíam somente o ensino fundamental incompleto foi
de 34,5%, e a proporção de escolares cujas mães tinham o nível superior
completo foi de apenas 8,9%. Já o percentual de escolares cujo pai não tinha
qualquer grau de ensino ou tinha somente o ensino fundamental incompleto foi de
35,7%.
Trabalho
entre escolares
Na edição da PeNSE 2012 foi inserido o tema
trabalho entre escolares, Os dados da pesquisa revelaram que 86,9% dos
escolares responderam não ter qualquer trabalho; 11,9% responderam trabalhar e
receber dinheiro para desempenhar as atividades e 1,2% responderam trabalhar
sem remuneração. Os dados também revelam que o maior percentual de escolares
que respondeu trabalhar e ter recebido remuneração está no Sul do País com
15,1%.
Posse
de bens e existência de serviços
Os dados de 2012 mostraram que 95,5% dos estudantes
das escolas privadas, versus 59,8% dos alunos das escolas públicas do País,
declararam possuir algum tipo de computador (de mesa, netbook, laptop).
Com relação ao acesso à internet, 93,5% dos
escolares da rede privada e 53,5% da rede pública do País responderam ter
acesso à internet em casa.
Perguntados sobre se alguém que morava no mesmo
domicílio do estudante tinha carro, 80,3% dos alunos de escolas privadas e 44%
dos estudantes de escolas públicas do País, responderam afirmativamente.
Considerando o serviço de empregados domésticos
remunerados, 27,3% dos alunos de escola privada e apenas 6,5% de escola
pública, responderam ter em seus domicílios a existência desse serviço em cinco
ou mais dias da semana.
Conhecimento
dos pais ou responsáveis sobre o tempo livre dos escolares
A PeNSE 2012 revelou que 62% dos escolares
responderam morar em lares com a presença de pai e mãe; 28,5% informaram morar
só com a mãe e 4% dos escolares só com o pai. Os que responderam não morar nem
com mãe nem com pai totalizaram 5,4%.
58,5% dos escolares declararam que os pais ou
responsáveis sabiam o que eles faziam no tempo livre, nos últimos 30 dias e
25,8% faltaram às aulas, nos 30 dias anteriores à pesquisa, sem autorização dos
pais ou responsáveis.
A pesquisa também investigou sobre Presença dos
pais ou responsáveis durante as refeições, a verificação dos deveres de casa
pelos pais e sobre o entendimento dos pais quanto aos problemas e preocupações
dos filhos. Nesse caso, dos escolares entrevistados, 45,8% responderam que os
pais entendiam com os seus problemas e preocupações. Os escolares do sexo
masculino (47,2%) tiveram mais atenção dos pais ou responsáveis do que as
meninas (44,6%).
Além disso, a PeNSE também traz informações sobre
existência de bibliotecas nas escolas (recurso disponível para 86,7% dos
escolares do 9º ano), acesso à Internet na escola (facultado a 84,2% dos
escolares), acesso a computadores na sala de aula, (disponíveis a 21,3% dos
escolares), estrutura para atividades físicas (pátio, quadras, vestiários,
pista de atletismo e piscinas). Embora disponibilizando menor estrutura de
apoio às atividades físicas é a escola pública que mais oferece atividade
esportiva gratuita aos alunos, fora do horário regular de funcionamento da
escola. Entre os escolares da escola pública, 61,5% contam com esse recurso,
contra 38,3% na escola privada.
______________________________
1 Considerou-se
como hábito de consumir comida na escola, a ingestão de merenda/almoço em pelo
menos três dias da semana.
Fonte:
http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&busca=1&idnoticia=2405 - Acesso em 20/06/2013
http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&busca=1&idnoticia=2405 - Acesso em 20/06/2013
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